quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sabotagem

Sobre a postagem abaixo, escrita pelo competentíssimo Dr. Emir Sader, publicada em seu excelente blog “Carta Maior”, acrescento mais um motivo para que o Brasil se recuse a fazer parte deste acordo que Israel esta forçando com o Mercosul: Existem inúmeras denuncias de fontes oficiais palestinas de que, para comercializar seus produtos, Israel vem adulterando os rótulos destes , onde se encontra escrito “Made In Palestine” (feito na Palestina), onde deveria constar “Made in Israel” (feito em Israel), para que seus produtos sejam aceitos e comercializados normalmente por parte dos países que repudiam as ações criminosas e genocidas deste que se diz um estado, quando na verdade nunca passou de uma mentira forjada, logo depois da 2ª. Guerra Mundial.


Israel é o único país do mundo criado por uma resolução da ONU, tomada sob pressão de países que queriam se ver livres dos judeus que fugiram do holocausto. E quem paga o preço, diariamente, durante os últimos 62 anos são os palestinos.

Acordo Israel - Mercosul

Blog do Dr.Emir Sader
Carta Maior

12/07/2009

O Brasil não deve assinar o TLC com Israel

O TLC significa uma preferência comercial no intercâmbio entre países, seja pela importância econômica que esse intercâmbio têm para as partes envolvidas, seja por uma decisão política de prioridade de parceria entre eles. Esse privilégio se dá entre os países do Mercosul, entre os países do Brics, do Mercosul com a União Européia, entre outros exemplos.
O Brasil nunca teria assinado um TLC ou qualquer acordo preferencial com um país como a África do Sul, na época do apartheid. Era um regime racista, discriminatório, que não obedecia às determinações da ONU para acabar com a política de apartheid, que significava que havia cidadãos de duas classes, que o país tinha verdadeiras cercas que impediam a circulação dos negros em várias partes do país, que não podiam viajar livremente dentro e fora do país.
Israel conseguiu o direito de ter um Estado e nega esse mesmo direito aos palestinos, direito reconhecido pela ONU, que reiteradamente decide que Israel deve terminar com a ocupação dos territórios palestinos.
Israel é uma potência de ocupação. Esquarteja o território palestino, com mais de 400 quilômetros de muros, que separam palestinos de palestinos. Instala assentamentos com colonos judeus no meio de cidades e ao longo de todo o território palestino, expropriando e derrubando casas de palestinos, protegidos militarmente, de onde saem regularmente grupos extremistas para provocar aos palestinos, queimar suas plantações – inclusive as centenárias oliveiras.
Israel promove uma verdadeira política de apartheid, muito pior que as ocupações coloniais clássicas. Inviabiliza a sobrevivência cotidiana dos palestinos, para obrigá-los a se submeter a ser superexplorados como trabalhadores de segunda categoria em Israel. Ou para que emigrem. Os assentamento e os muros vão espremendo os palestinos, deixando-lhes pouco espaço para suas casas e suas terras, Israel tenta estrangulá-los.
O próprio presidente Lula chamou o massacre de Gaza pelo seu nome: genocídio. Um dos exércitos mais poderosos e violentos do mundo invadiu território palestino e diante da maior concentração de população do mundo, atacou, destruiu, assassinou a uma população indefesa. Destruiu milhares de casas, a hospitais, escolas, universidades, locais da ONU, não poupou nada. E seis meses depois nada foi reconstruído em Gaza. Apesar de uma conferência que mobilizou recursos, nada pôde entrar, nem pelo corredor controlado e bloqueado criminosamente por Israel, nem tampouco, absurdamente, pelo corredor controlado pelo Egito. Remédios e comida apodrecem no deserto, do lado de fora de Gaza, onde morrer diariamente crianças, jovens, idosos, vítimas de doenças, de epidemias e de outras causas, vítimas do cerco a que Gaza é submetida.
Não há nenhum sentido que o Brasil privilegie o comércio com Israel, um país responsável pelas piores violações dos direitos humanos no mundo contemporâneo, que não obedece decisões básicas da ONU há décadas, que atua como potência de ocupação, cometendo diariamente violências sistemáticas contra o povo palestino e seu direito inalienável de possuir um Estado soberano, da mesma forma que Israel goza há mais de meio século.
Não basta afirmar que não serão contemplados artigos produzidos nos ilegais assentamentos de colonos israelense nos territórios palestinos. Como vamos negociar privilegiadamente com Israel, sabendo que os recursos que obtenham podem perfeitamente ser utilizados para pagar salários a seus militares que oprimem diariamente aos palestinos? Que podem usar esses recursos para construir mais muros, mais assentamentos – todos ilegais e opressivos – contra os territórios palestinos, sabotando qualquer possibilidade de negociação real para que existam dois Estados, com os mesmos direitos?
O Brasil não deve assinar o Tratado de Livre Comércio com Israel, aprovado pelo Mercosul, mas que deve ser referendado por cada um dos quatro países que o compõem. Não apenas não deve assinar, declarando que só o fará a partir do momento em que Israel retire suas tropas de ocupação dos territórios palestinos, que obedeça as decisões da ONU sobre o direito a um Estado palestino, soberano, com fronteiras contínuas, com o retorno dos exilados, com a retirada dos assentamentos e a destruição dos muros. Antes disso, nenhuma relação privilegiada com Israel. Ao contrário, boicotar os produtos israelenses, os intercâmbios culturais com esse país, como foi feito com a África do Sul. Até que termine a ocupação genocida da Palestina e a paz seja restabelecida na região, com a justa reivindicação do Estado palestino.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Troglodita II

O embaixador de Israel em Brasília concedeu uma entrevista ontem ao Correio Brasiliense minimizando os efeitos da existência dos assentamentos judaicos em territórios palestinos. Disse que uma casa a mais, uma casa a menos não vai fazer diferença e que o crescimento dos assentamentos é algo natural porque se os assentados precisarem construir uma escola, eles tem que fazê-lo.


Bom, partindo da teoria deste embaixador, já que vale para os judeus, deve valer também para os palestinos. Já que ele acha natural invadir a terra alheia, construir assentamentos ilegais e tomar posse do que não lhe pertence, ele deve também aceitar que os palestinos invadam a casa dele, tomem posse de tudo o que lhe pertence e a expansão desta posse deve ser considerada algo natural.

Eu gostaria de saber onde ficam os imóveis deste embaixador, para fazer valer a teoria dele. O que vale para um, tem que valer para todos, já que esta teoria foi defendida por uma autoridade Israelense. Se os israelenses tem o direito de invadir as terras palestinas e tomar posse delas, violando todas as leis internacionais, estão automaticamente dando o mesmo direito aos palestinos. Caso contrario, o jogo fica desequilibrado.

Eu não entendo como um cara desses pode ser nomeado embaixador. Alem de abusado, cínico e hipócrita, ainda consegue ser um perfeito troglodita.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Golpe Manjado

Os presidentes da Autoridade Palestina e de Israel, sob mediação de Barack Obama, iniciaram negociações diretas desde meados de setembro, para tratar de questões essenciais que vem travando o processo de paz desde 1993 em Oslo. Parecia uma iniciativa e tanto. Parecia que, desta vez, os israelenses baixaram a bola e resolveram negociar, mas qual nada.


Uma pulguinha atrás da minha orelha insistia em me alertar sobre isso, mas eu a desautorizei devido ao meu otimismo excessivo. Bem que a pulguinha tinha razão. Os judeus sempre agem do mesmo modo: Quando alguém aparece com uma solução para o conflito, eles se mostram bem receptivos, bonzinhos e bem intencionados, mas sabem exatamente onde é o ponto fraco do adversário e enfiam o dedo bem naquela ferida.

O presidente de Israel "Bibi" sabia muito bem que para acabar com as negociações diretas, bastava descongelar a construção dos assentamentos nos territórios palestinos. Esperou o momento certo, quando Obama deu a luta por vencida, e anunciou o descongelamento. Golpe certeiro no coração dos palestinos e do bem intencionado (ou estrategista) Obama.

Agora, como sempre, ele vai se fingir de morto, dizer que não tinha outra saída, devido as pressões internas, e vai assistir de camarote os palestinos esperneando e jurando vingança. Daí, alguém vai ter a brilhante idéia de cometer mais um ato suicida, em protesto contra a sabotagem de Israel e a imprensa mundial vai cair matando, chamando os palestinos de terroristas.

Ah, você já viu este filme antes? Pois é, eu também!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Uvas e Azeitonas

Estamos agora pertinho da epoca da colheita das azeitonas e uvas na Palestina. Abri a pagina da agencia de noticias Wafa para saber das novidades e o que li estava mais para um filme de terror do que para uma noticia simples sobre agricultura.
As plantacoes de uvas, proximas a Hebron foram atacadas por colonos judeus, que roubaram os frutos e destruiram a plantacao. As azeitonas, quase prontas para a colheita, na zona rural de Nablus, foram roubadas....por colonos judeus, claro.
Os agricultores apelaram para todas as autoridades, ongs e ate anjos da guarda, mas ninguem interferiu neste crime que se repete todo ano, algumas vezes com enfrentamentos sangrentos e mortes de agricultores palestinos.
A imprensa internacional nunca fez um unico comentario sobre os roubos cometidos por colonos judeus em territorios palestinos.
Quem se importa com os palestinos? Como dizem os judeus...que se danem....