Queria tanto ser otimista quanto o jornalista Silvio Queiroz que escreveu a matéria abaixo.
Apesar dos palestinos do Fatah e do Hamas terem selado um acordo / trégua ontem para as próximas eleições palestinas e da virada democrática nos céus do Oriente Médio, ainda fico me perguntando: Qual será a próxima sabotagem de Israel. Sim, porque os judeus são ardilosos por natureza. Está no sangue deles. E desenvolveram um instinto ímpar de sobrevivência que inclui, além da sabotagem, mentiras, corrupção, falsificações ideológicas, fabricação de fatos, manipulação da opinião pública e uma lista infindável de maquiavélicas manobras. Agora, israelenses e americanos estão dizendo que não vão negociar com um governo palestino de coalizão, porque o Hamas é considerado um grupo terrorista por eles. Vamos frisar: Por eles. Do lado palestino, o Hamas é considerado um partido político, que presta uma assistência social de peso para os palestinos da Faixa de Gaza e se não fosse pelo Hamas, a população palestina estaria jogada à sorte dos suprimentos liberados à conta-gotas pelos judeus, que dizem para quem quer ouvir: "We don't care", nós não nos importamos. Traduzindo: Que morram todos os palestinos. Ou seja, o Hamas é bom para os palestinos e talvez, por isso mesmo, Israel e os americanos se colocam de forma tão enfática contra este acordo. Mas não é só isso. Israel nunca teve interesse em selar um acordo com os palestinos. Acordo? E abrir mão de tudo o que eles já tomaram? E todo aquele dinheiro gasto em armas e propaganda pró Israel? E todas aquelas noites de insônia dedicadas a armar mais um plano para convencer o mundo de que os judeus são bonzinhos e os árabes são terroristas? Que isso? É muita coisa em jogo para ser jogada fora assim, só por um mísero acordo com os palestinos? Que bobagem!
Vamos aguardar a próxima posição/sabotagem.
Correio Braziliense » 2011 » 04 » 28 »
Netanyahu nas cordas
Mundo
Silvio Queiroz -
A imagem é do boxe, mas o primeiro-ministro de Israel, o direitista Benjamin Netanyahu, se vê na situação do pugilista encurralado pelo adversário, em posição apenas de defender-se. Desde o início do ano, coincidindo com a primavera democrática no mundo árabe, a imprensa israelense alerta para o imobilismo do governo na frente diplomática e para o risco de um inédito isolamento diplomático do país.
A associação com a revolta árabe não é fortuita: Israel (e os EUA) perdeu no Egito um aliado estratégico, o presidente deposto Hosni Mubarak. Paralelamente, a Autoridade Nacional Palestina avançava suas peças no tabuleiro: na virada do ano, arrebatou o reconhecimento da maior parte da América Latina para a declaração de um Estado soberano nas fronteiras anteriores à guerra de 1967. A Europa estuda fazer o mesmo.
Refém da extrema direita religiosa que lhe garante maioria parlamentar, Netanyahu não tem iniciativa política sequer para contentar seu principal aliado: Barack Obama pediu em vão o congelamento da colonização judaica na Cisjordânia, como isca para puxar a ANP de volta à mesa de negociação.
Agora, os palestinos caminham para confrontar unidos um Israel politicamente esfacelado.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Que novidade!
Os Estados Unidos da América dedicam 80% de sua politica externa na defesa de Israel e todos os seus esforços para o Oriente Médio são para encobrir os crimes de Israel contra os palestinos e os árabes. É a famosa política de dois pesos e duas medidas. Os americanos se desdobram diariamente para encobrir e justificar os crimes dos israelenses contra os palestinos. Crimes bárbaros e atrocidades imperdoáveis. Mas quando o assunto é o contrário, ou seja, algum atentado contra Israel, aí eles movem as Nações Unidas, o Conselho de Segurança, a mídia e a opinião pública, incluindo a indústria de Hollywood, para destruir a imagem dos palestinos e árabes e mantêr sua fama de terroristas. Sem falar nos vetos, no âmbito do Conselho de Segurança, a qualquer resolução que beneficie árabes e palestinos. E depois se dizem intermediários do processo de paz do Oriente Médio....me poupem!
A Tarde »
2011 » 04 » 20 »
EUA ajudaram Israel a restringir investigação
Mundo
Os Estados Unidos trabalharam nos bastidores para ajudar Israel a limitar as investigações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre crimes de guerra cometidos durante a ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza - entre o final de 2008 e início de 2009 -, segundo informações da revista especializada Foreign Policy publicadas hoje.
A publicação baseou-se em telegramas exclusivos fornecidos pelo site dedicado ao vazamento de informações secretas WikiLeaks. Os documentos expõem medidas tomadas pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, com o objetivo de evitar uma investigação mais meticulosa sobre supostos abusos cometidos durante o conflito.
Cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses foram mortos durante as três semanas de ofensiva israelense entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, cuja justificativa foi interromper os ataques de foguetes palestinos contra Israel.
De acordo com um telegrama, Rice falou três vezes com o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon no dia 4 de maio de 2009 pedindo a ele que retirasse as recomendações para uma investigação mais rigorosa de um comitê investigativo sobre os ataques contra instalações da ONU em Gaza. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
Agência Estado
20/04/2011 00:00
A Tarde »
2011 » 04 » 20 »
EUA ajudaram Israel a restringir investigação
Mundo
Os Estados Unidos trabalharam nos bastidores para ajudar Israel a limitar as investigações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre crimes de guerra cometidos durante a ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza - entre o final de 2008 e início de 2009 -, segundo informações da revista especializada Foreign Policy publicadas hoje.
A publicação baseou-se em telegramas exclusivos fornecidos pelo site dedicado ao vazamento de informações secretas WikiLeaks. Os documentos expõem medidas tomadas pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, com o objetivo de evitar uma investigação mais meticulosa sobre supostos abusos cometidos durante o conflito.
Cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses foram mortos durante as três semanas de ofensiva israelense entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, cuja justificativa foi interromper os ataques de foguetes palestinos contra Israel.
De acordo com um telegrama, Rice falou três vezes com o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon no dia 4 de maio de 2009 pedindo a ele que retirasse as recomendações para uma investigação mais rigorosa de um comitê investigativo sobre os ataques contra instalações da ONU em Gaza. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
Agência Estado
20/04/2011 00:00
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Aroma
Acordei com fome! Não fome de comida, mas fome de aromas! Minha empregada detesta qualquer coisa que se relacione à culinária e até meu sagrado cafézinho matinal fica comprometido devido à tal falta de talento.
Logo cedo, lembrei daquele episódio de Tom e Jerry, onde o Jerry era arrastado pela mãozinha do aroma do queijo vindo da cozinha. Eu também era arrastada para a cozinha de manhã, pelo aroma do café, do leite, do pão recém saído do forno, do queijo branco que a minha mãe conservada em água e sal, da manteiga que o leiteiro trazia da fazenda, do azeite com zaatar, dos ovos fritos, do chá com maramieh (sálvia). Bons tempos!
Talvez pareça bobagem para alguns, mas o cheirinho da nossa casa, da nossa infância e da comida da mamãe fica impregnado no nosso subconsciente e vez por outra, vem aquela recaída e a vontade de voltar no tempo e curtir um pouco mais aquele momento.
No meu tempo de infância (faz muito tempo, eu sei!), as coisas aconteciam devagar, a gente tomava café da manhã com toda a família em volta da mesa, o leiteiro vinha cedinho, trazer o leite e a manteiga, a padaria ficava bem pertinho de casa e a gente sabia a hora da melhor fornada. Depois da escola, a gente brincava na calçada, inventava brincadeiras com pedrinhas, cordas e galhos de árvores, minha mãe fazia bonecas de pano e tudo era muito colorido.
As crianças ganhavam brinquedos apenas no Natal, no aniversário e no Dia das Crianças. Quem ganhava presentes nas tres datas era considerado um sortudo, ainda mais se os tres presentes fossem brinquedos. Na maioria das vezes, um presente era brinquedo, o outro roupa e o terceiro um sapato. Dinheiro no bolso era algo impensável! Minha mãe preparava o sanduiche e o suquinho que levávamos na merendeira (atualmente conhecida como lancheira). Diga-se de passagem que o suquinho não era natural e sim o famoso Q-Suco. Anilina pura! O mais engraçado é que naquela época ninguém tinha alergia à anilina ou qualquer outro corante, ninguém ficava gripado mais de uma vez ao ano e não lembro de ter ficado doente alguma vez. As crianças ficavam de cama quando levavam tombos e surras de outras crianças, mas ninguém era tão sensível assim para ficar de cama mais do que algumas contadas horas.
A calçada era o nosso playground e só voltávamos para casa quando a fome apertava ou quando recebíamos o ultimato da minha mãe. Aliás, quem não atendia ao ultimato, levava uma surra de chinelos Havaianas (aquele azul e branco e não os atuais modelos modernosos). Naquela época, levar surra da mãe era educativo e ninguém sabia o que era um psicólogo. Por falar nisso, eu queria entender quando foi que a humanidade ficou tão sensível à ponto de dar tanto emprego para os psicólogos.
A nossa última etapa do dia era o banho, com direito a fila. Um entrava no banho e o outro ficava batendo na porta do banheiro e reclamando da demora. A cada reclamação, só por pirraça, o banho se estendia mais um pouco. Eu era a rainha da pirraça.
Depois vinha aquele jantar perfeito preparado pelos meus pais: ovos fritos, batata frita, tomate frito, azeitona, queijo, salada, homos, beringela frita, abobrinha frita e para coroar, um frango assado e muito pão. Ninguém falava em colesterol alto, comida saudável, dieta, sobrepeso e essas baboseiras esquisitas que apareceram nos últimos tempos. A gente comia até passar mal e brigava pela última batatinha frita.
É claro que a gente não podia assistir à novela das oito, porque era para adultos. Mas minha mãe nem precisava brigar tanto para nos colocar na cama, já que tinhamos gasto nosso último fiozinho de energia no jantar. E que jantar!
Aquele aroma está agora me assombrando, me levando à infância e me trazendo para o presente. Onde quer que este aroma esteja guardado, ele faz parte de mim e da minha identidade. Coisa que o tempo não apaga.
É claro que não vou deixar de me revoltar com a falta de talento culinário da minha empregada, a Raimunda, ou Ray para os mais íntimos, mas custava aprender a fazer um cafézinho decente?
Logo cedo, lembrei daquele episódio de Tom e Jerry, onde o Jerry era arrastado pela mãozinha do aroma do queijo vindo da cozinha. Eu também era arrastada para a cozinha de manhã, pelo aroma do café, do leite, do pão recém saído do forno, do queijo branco que a minha mãe conservada em água e sal, da manteiga que o leiteiro trazia da fazenda, do azeite com zaatar, dos ovos fritos, do chá com maramieh (sálvia). Bons tempos!
Talvez pareça bobagem para alguns, mas o cheirinho da nossa casa, da nossa infância e da comida da mamãe fica impregnado no nosso subconsciente e vez por outra, vem aquela recaída e a vontade de voltar no tempo e curtir um pouco mais aquele momento.
No meu tempo de infância (faz muito tempo, eu sei!), as coisas aconteciam devagar, a gente tomava café da manhã com toda a família em volta da mesa, o leiteiro vinha cedinho, trazer o leite e a manteiga, a padaria ficava bem pertinho de casa e a gente sabia a hora da melhor fornada. Depois da escola, a gente brincava na calçada, inventava brincadeiras com pedrinhas, cordas e galhos de árvores, minha mãe fazia bonecas de pano e tudo era muito colorido.
As crianças ganhavam brinquedos apenas no Natal, no aniversário e no Dia das Crianças. Quem ganhava presentes nas tres datas era considerado um sortudo, ainda mais se os tres presentes fossem brinquedos. Na maioria das vezes, um presente era brinquedo, o outro roupa e o terceiro um sapato. Dinheiro no bolso era algo impensável! Minha mãe preparava o sanduiche e o suquinho que levávamos na merendeira (atualmente conhecida como lancheira). Diga-se de passagem que o suquinho não era natural e sim o famoso Q-Suco. Anilina pura! O mais engraçado é que naquela época ninguém tinha alergia à anilina ou qualquer outro corante, ninguém ficava gripado mais de uma vez ao ano e não lembro de ter ficado doente alguma vez. As crianças ficavam de cama quando levavam tombos e surras de outras crianças, mas ninguém era tão sensível assim para ficar de cama mais do que algumas contadas horas.
A calçada era o nosso playground e só voltávamos para casa quando a fome apertava ou quando recebíamos o ultimato da minha mãe. Aliás, quem não atendia ao ultimato, levava uma surra de chinelos Havaianas (aquele azul e branco e não os atuais modelos modernosos). Naquela época, levar surra da mãe era educativo e ninguém sabia o que era um psicólogo. Por falar nisso, eu queria entender quando foi que a humanidade ficou tão sensível à ponto de dar tanto emprego para os psicólogos.
A nossa última etapa do dia era o banho, com direito a fila. Um entrava no banho e o outro ficava batendo na porta do banheiro e reclamando da demora. A cada reclamação, só por pirraça, o banho se estendia mais um pouco. Eu era a rainha da pirraça.
Depois vinha aquele jantar perfeito preparado pelos meus pais: ovos fritos, batata frita, tomate frito, azeitona, queijo, salada, homos, beringela frita, abobrinha frita e para coroar, um frango assado e muito pão. Ninguém falava em colesterol alto, comida saudável, dieta, sobrepeso e essas baboseiras esquisitas que apareceram nos últimos tempos. A gente comia até passar mal e brigava pela última batatinha frita.
É claro que a gente não podia assistir à novela das oito, porque era para adultos. Mas minha mãe nem precisava brigar tanto para nos colocar na cama, já que tinhamos gasto nosso último fiozinho de energia no jantar. E que jantar!
Aquele aroma está agora me assombrando, me levando à infância e me trazendo para o presente. Onde quer que este aroma esteja guardado, ele faz parte de mim e da minha identidade. Coisa que o tempo não apaga.
É claro que não vou deixar de me revoltar com a falta de talento culinário da minha empregada, a Raimunda, ou Ray para os mais íntimos, mas custava aprender a fazer um cafézinho decente?
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