quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Transe!

Sabe aquela sensação de que você ligou o piloto automático e deixou a vida rolar? Uma espécie de transe consentido? Pois é, andei assim nos últimos dias. Trabalhei demais, dormi demais e vivi de menos.
Acordei ontem do transe e resolvi me mexer um pouco. Fiz uma horta, arrumei o jardim que estava para lá de abandonado. Plantei margaridas, flores de maio, malvas, cravos e algumas outras flores que não consegui pronunciar o nome (só tinha o nome científico no pacote de sementes).
Fiquei cansada de tanto carregar terra, carrinho de mão, pá e outros apetrechos necessários à minha aventura sem graça.
Depois de um banho bem quentinho, resolvi colocar meu livro em dia, mas a minha heroína entrou numa crise existencial devido à sentimentos confusos quanto à religião, hábitos e meio em que vive. Pobre menina, toda vez que as coisas começam a melhorar, vem um tropeço do destino. Não consegui tira-la da crise, mesmo depois de apresenta-la à uma nova possibilidade. Mas vamos parar por aqui, senão ninguém vai se dar ao trabalho de comprar o meu livro.
Pensando bem, acho que saí de um transe para entrar em outros dois. O primeiro foi a horta e o segundo foi o livro. Péssima idéia esta de escrever quando seu corpo não consegue acompanhar sua mente. Até o personagens entram em depressão.
Tentei dormir, mas não consegui devido às aventuras do dia. Liguei a televisão, mas sem volume. Como dizia o Cazuza: A tv sem som é um bonito quadro! Observei a boca do Jô Soares se mexendo. Que boca feia! Ele entrevistava um velhinho que não achava graça nenhuma de suas piadas. É engraçado ver alguém despir o Jô Soares daquele personagem metido a engraçadinho.
Troquei de canal. Oba, estava passando um filme de soft sex, daqueles do tipo: inteligência zero e atores ultra maquiados com corpinhos bem malhados. Ótimo, assim consigo pegar no sono, afinal minha libido já tinha adormecido à muito tempo. Nada!
Pensei em ligar para alguém, mas nem os melhores amigos suportariam uma ligação às tres da madrugada! Haja inconveniência!
É difícil querer sair de um plano que você mesmo criou. Então mergulhei novamente no meu transe de pensar que faltavam algumas horas para ir ao trabalho e recomeçar minha rotina espartana. Vidinha chata!

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