quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Taysir Khaled

Este embaixador de Israel não se cansa de ser cínico. Como são os próprios judeus que pregam o "olho por olho, dente por dente", então que tal os palestinos pararem de reconhecer Israel e dizerem que não estão entendendo por que os israelenses estão se retirando das negociações? Pimenta no olho dos outros é refresco, né excelentíssimo senhor cínico?

Palestinos ameaçam recorrer à ONU caso Israel siga ampliando suas colônias

Isabel Fleck
Publicação: 21/10/2010

De passagem pelo Brasil, um integrante do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) afirmou que, se os Estados Unidos não conseguirem convencer Israel a parar com as construções nos assentamentos até 8 de novembro, os palestinos pedirão às Nações Unidas que reconheçam o Estado palestino, com Jerusalém como capital. Segundo o chefe do Departamento de Refugiados, Tayseer Khaled, que disputou em 2005 a presidência da Autoridade Palestina (AP) com Mahmud Abbas, o completo congelamento das atividades nas colônias judaicas não é uma condição, mas uma “exigência” para continuar o processo de paz. Ele ainda disse que o reconhecimento de Israel como Estado judaico, como quer o governo de Benjamin Netanyahu, ameaçaria a minoria árabe que vive no país.
O ex-presidente americano Jimmy Carter (E) é o novo trunfo de Washington pata tentar resgatar diálogo entre israelenses e palestinos
No último dia 8, o lado palestino e a Liga Árabe deram prazo de um mês para que Washington consiga um compromisso de Israel para cessar as construções nos assentamentos. Se o governo americano não tiver sucesso, Khaled diz que os palestinos não apenas abandonarão o diálogo direto, mas também pedirão ao Conselho de Segurança da ONU que reconheça seu Estado “nos limites de 14 de junho de 1967, tendo Jerusalém como capital”. “Se os Estados Unidos recorrerem ao direito de veto, nós recorreremos à Assembleia Geral. E pediremos para sermos reconhecidos como membros integrais, com todos os direitos, nas Nações Unidas”, disse ao Correio.
Para o embaixador de Israel em Brasília, Giora Becher, a opção de recorrer às Nações Unidas “não trará nenhum resultado positivo”. “A ideia de que alguém no mundo possa forçar Israel a aceitar uma solução que não se dê por meio de negociações é absurda”, disse o representante. “Nossa posição é que a única maneira de chegar à paz no Oriente Médio é por meio de negociações diretas entre Israel e os palestinos. Não temos outro caminho”, completou.
Os palestinos, no entanto, não consideram possível manter as conversas enquanto os colonos judeus continuarem construindo nos territórios ocupados. “Nós insistimos que a colonização seja paralisada imediatamente, antes de darmos qualquer outro passo. Se essa atividade continuar, o que poderá ser negociado? A terra vai se perder”, pontuou Khaled. Ele argumentou que os assentamentos são “ilegais” e devem ser tratados como tal pela comunidade internacional. “A Carta de Roma (do Tribunal Penal Internacional da ONU) prevê que, se um país ocupante transferir seus cidadãos para a área ocupada, estará cometendo um crime de guerra e deverá ser condenado por isso”, afirmou.
Na última semana, o governo de Netanyanu anunciou a intenção de construir mais casas em duas áreas ocupadas por judeus em uma parte da Cisjordânia que foi anexada por Israel a Jerusalém Oriental. A posição israelense de não retomar a moratória — que vigorou por 10 meses — sobre as construções já foi criticada por diversos países, inclusive os Estados Unidos, aliados de Israel. Na última terça-feira, entretanto, o novo embaixador israelense da ONU, Meron Reuben, deu indicações que seu governo pode ceder. “Não estou dizendo que não possa haver outra continuação ou outro prolongamento da moratória. O governo está examinando as possibilidades e as diferentes formas de ver para onde levar o processo de paz”, disse o diplomata israelense à agência Reuters.
Estado judaico

Sobre a proposta feita por Netanyahu na última semana — de que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judeu, em troca da moratória nos assentamentos —, Khaled classificou-a como “manipulação política, pois o reconhecimento mútuo já ocorreu”. Segundo o dirigente da OLP, “em 1993 foi assinado um acordo de reconhecimento do Estado de Israel e do Estado palestino, e nós estamos comprometidos com isso. Quando há um reconhecimento entre dois países, ele só é feito uma vez. O nome do país é Israel, e nós reconhecemos isso”, justificou. Para ele, a intenção do governo de Netanyahu pode ser considerada até “racista”, por ameaçar os cerca de 20% de cidadãos árabes israelenses e “eliminar o direito dos refugiados (palestinos) ao retorno”.
O embaixador israelense rebate a afirmação de Khaled: “Israel é um Estado democrático, e por isso a minoria árabe tem todos os direitos de cidadania, de votar”. Segundo Becher, contudo, Israel “tem todo o direito de dizer que é um Estado de judeus”. “A decisão da Assembleia Geral da ONU, em 1947, foi de criar dois países independentes, um árabe e um país judeu. Está escrito lá, não é algo que inventamos agora”, afirma o diplomata, destacando que “há 22 países árabes no mundo”.

Um comentário:

  1. Mais 02 "luzes" no fim do túnel : convencer Israel a parar com as construções nos assentamentos até 8 de novembro, ou pedir às Nações Unidas que reconheçam o Estado palestino, com Jerusalém como capital.
    A esperança se renova, vamos ver no que vai dar...

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