terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ferida Profunda

Me perguntaram, hoje, por que sou tão ferenha na defesa da Palestina, se Israel é uma realidade incontestável, reconhecida até por alguns países árabes.
Respondi que o fato do reconhecimento ser conveniente para muitos, para, através de Israel, manter um bom relacionamento com os Estados Unidos da América, não significa necessariamente que os palestinos vão apagar da memória todo um histórico de barbáries e injustiças cometidas diariamente contra o nosso povo.
Uma vez, uma pessoa me disse que ninguém pode querer paz, se constrói sua casa sobre um solo regado pelo sangue de inocentes. É verdade! Nós, reles mortais, podemos até perdoar um dia, mas o sangue daqueles que morreram injustamente vai continuar gritando no nosso sub-consciente. É como tapar o sol com a peneira. É como você pedir para uma pessoa que acabou de perder o filho vitima de um tiro dado por um soldado israelense para, simplesmente, esquecer e seguir adiante. Esta pessoa nunca mais será a mesma, nem conseguirá seguir adiante. Nem quem está em volta, nem quem mora no mesmo bairro ou no mesmo vilarejo. Todos ficarão marcados pela tragédia.
Imaginem, então, centenas de milhares de crianças mortas ao longo de 62 anos. Como é que podem nos pedir para esquecer? E quanto às crianças desaparecidas? Aquelas que foram roubadas de suas famílias durante a guerra e adotadas por famílias israelenses? Você esqueceria o seu filho? Eu não! Ninguém esquece!
Tem sido assim desde o início da invasão e ocupação da Palestina por parte dos israelenses, mas a imprensa insiste em dizer que nós é que somos os loucos, os extremistas, os terroristas, como se nós não tivéssemos sentimento e fossemos impulsionados apenas pelo sentimento de vingança e não o sentimento da justiça e da resistência.
Incrível como a história continua sendo deturpada e mais incrível ainda é o fato das pessoas aceitarem esta versão sem questionar a informação.

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