A indústria da imagem está destruindo a humanidade.
A indústria da corrida contra o relógio está acabando com a nossa saúde.
A indústria dos super egos está acabando com a nossa essência.
A indústria do sucesso está acabando com o nosso sossego.
Que mal há em ser um ser humano normal? Sim, normal. Daqueles que cumpre expediente, mas depois quer ir para casa descansar. Que mal há em comer uns docinhos e ganhar uns quilinhos na barriga?
A cultura atual prega que você deve ser um exemplo na escola, na faculdade, no trabalho, no físico, no intelecto e ainda ser simpático e sociável. Ah, e que você deve conseguir o seu primeiro milhão antes dos 30 anos.
Quem não atinge todas estas metas é um verdadeiro fracassado. Então, neste contexto, eu sou uma fracassada. Não me formei, não consegui o emprego ideal, não consegui manter o meu peso e nem me tornei uma fisiculturista e tenho horrorosos acessos de mau humor.
O que esta indústria esqueceu de pregar, são as coisas mais essenciais que caracterizam o ser humano: A luta pela sobrevivência, a necessidade de amar e ser amado, a necessidade de viver em família e entre amigos, o prazer de ter um lar, de sorrir, de assistir um filme curtindo preguiça no sofá da sala, estar com aquelas pessoas que escolhemos para fazerem parte das nossas vidas, tomar refrigerantes, comer doces e sermos felizes.
Os comerciais de teve vendem seguros de vida como se a morte fosse uma ameaça e não o curso natural da nossa existência. As fábricas de carros anunciam seus produtos como se fossem gratuitos, quando na verdade são inacessíveis para muitos. As fábricas de cosméticos e moda colocam nos seus anúncios modelos que só seria possível existirem se o photoshop fosse uma obra de Deus.
Nos fazem sentir frustrados, incompetentes, decadentes.
Para o ano novo, eu vou pedir a Deus uma indústria da vida e pela vida. Uma indústria que preze a nossa essência humana e que cultue as coisas simples que nos fazem felizes. Uma indústria onde a diferença é um luxo e onde cada ser humano seja tratado como alguém muito especial, apenas pelo fato de existir.
E viva a vida!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Graças a Deus
Graças a Deus! Graças a Deus! Graças a Deus!
Era assim que minha avó começava o dia. Agradecendo! Depois pedia a Deus saúde, paz, proteção e sorte, para logo em seguida agradecer a Ele pela saúde, paz, proteção e sorte que ela recebeu até agora.
Hoje, quando acordei, agradeci a Deus por mais este dia, por continuar viva, respirando e com saúde. Adquiri este hábito desde pequena, mas o esqueci na adolescência e deixei minha religiosidade de lado na primeira fase adulta. Aos poucos, tudo o que absorvi quando criança, está voltando. Minha crença em Deus nunca foi tão forte, os ensinamentos das minhas avós e da minha mãe impregnaram-se em mim, minha necessidade de estar com o coração aberto às pessoas elevou-se à uma dimensão bem maior e minha capacidade de amar está em alta.
Isto só pode ser uma dádiva de Deus! Então, para este ano novo que se inicia, eu quero agradecer a Deus por tudo o que Ele me proporcionou até agora. Graças a Deus pela minha saúde e pela saúde dos meus, graças a Deus pela minha sorte e pela sorte dos meus. Graças a Deus pela minha paz interior e paz dos meus. Graças a Deus pela vida das minhas filhas, dos meus sobrinhos e que Deus nos dê sabedoria para proporcionar a eles o mesmo legado que nos foi deixado. O legado da raça e do sangue palestino. O legado da nossa história milenar e das nossas raízes fortes.
Obrigado Deus por me dar filhas lindas, uma família unida, amigos verdadeiros, trabalho e muita paz. Obrigado por permitir que eu cuide dos meus e que eles cuidem de mim. Obrigado pela vinda da Yasmin à nossa família. Obrigado por permitir que eu tenha amor aos meus bichinhos, especialmente o Mimo e a Lilica. Obrigado por colocar pessoas boas no meu caminho. Obrigado por me dar as lições certas para que eu sempre seja uma pessoa melhor. Obrigado por permitir que eu reencontre pessoas queridas e pessoas novas que estão fazendo a diferença na minha vida.
Obrigado por abrir minha mente para as coisas boas. Obrigado por me cercar de carinho. Mais uma vez, obrigado pela minha família e pelos meus amigos e que o calor deste sentimento nunca se apague.
Obrigado pela nossa felicidade.
Graças a Deus!
Feliz Ano Novo!
Era assim que minha avó começava o dia. Agradecendo! Depois pedia a Deus saúde, paz, proteção e sorte, para logo em seguida agradecer a Ele pela saúde, paz, proteção e sorte que ela recebeu até agora.
Hoje, quando acordei, agradeci a Deus por mais este dia, por continuar viva, respirando e com saúde. Adquiri este hábito desde pequena, mas o esqueci na adolescência e deixei minha religiosidade de lado na primeira fase adulta. Aos poucos, tudo o que absorvi quando criança, está voltando. Minha crença em Deus nunca foi tão forte, os ensinamentos das minhas avós e da minha mãe impregnaram-se em mim, minha necessidade de estar com o coração aberto às pessoas elevou-se à uma dimensão bem maior e minha capacidade de amar está em alta.
Isto só pode ser uma dádiva de Deus! Então, para este ano novo que se inicia, eu quero agradecer a Deus por tudo o que Ele me proporcionou até agora. Graças a Deus pela minha saúde e pela saúde dos meus, graças a Deus pela minha sorte e pela sorte dos meus. Graças a Deus pela minha paz interior e paz dos meus. Graças a Deus pela vida das minhas filhas, dos meus sobrinhos e que Deus nos dê sabedoria para proporcionar a eles o mesmo legado que nos foi deixado. O legado da raça e do sangue palestino. O legado da nossa história milenar e das nossas raízes fortes.
Obrigado Deus por me dar filhas lindas, uma família unida, amigos verdadeiros, trabalho e muita paz. Obrigado por permitir que eu cuide dos meus e que eles cuidem de mim. Obrigado pela vinda da Yasmin à nossa família. Obrigado por permitir que eu tenha amor aos meus bichinhos, especialmente o Mimo e a Lilica. Obrigado por colocar pessoas boas no meu caminho. Obrigado por me dar as lições certas para que eu sempre seja uma pessoa melhor. Obrigado por permitir que eu reencontre pessoas queridas e pessoas novas que estão fazendo a diferença na minha vida.
Obrigado por abrir minha mente para as coisas boas. Obrigado por me cercar de carinho. Mais uma vez, obrigado pela minha família e pelos meus amigos e que o calor deste sentimento nunca se apague.
Obrigado pela nossa felicidade.
Graças a Deus!
Feliz Ano Novo!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Entrevista com o Embaixador da Palestina
Correio Brasiliense
Reconhecimento de Lula dá aos palestinos um aliado de peso contra Israel
14/12/2010
Isabel Fleck
À mesa de seu escritório, em Brasília, o embaixador palestino, Ibrahim Al-Zeben, exibe, orgulhoso, um globo diferente. Foi o único que conseguiu encontrar, até hoje, em que o nome da Palestina aparece registrado, bem ao lado de Israel. Para ele, no entanto, decisões como a tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — a menos de um mês de deixar o Planalto —, de reconhecer o Estado Palestino nas fronteiras de 1967, ajudarão a mudar o mapa-múndi. Em entrevista ao Correio, ele disse acreditar que a atitude brasileira “certamente ajudará países que estavam indecisos a entender a mensagem” de que o povo palestino tem direito a ter seu Estado.
“Os palestinos estão muito agradecidos por esse apoio, porque isso vai ser positivo também para alcançar a paz com Israel. Um reconhecimento mundial ajuda a colocar as duas partes em pé de igualdade”, afirmou Al-Zeben, na terceira entrevista da série com os embaixadores sobre o futuro das relações bilaterais no governo de Dilma Rousseff. Segundo o embaixador, a atitude do Brasil, que foi seguido pela vizinha Argentina, deixa seu povo mais fortalecido. Contudo, ele despista ao ser questionado se o próximo passo é levar um pedido de reconhecimento oficial à Organização das Nações Unidas (ONU). “Esperamos que Israel volte às negociações, paralisando os assentamentos que estão levando nosso território palestino em Jerusalém Oriental. Achamos que esse é o melhor caminho, o caminho mais curto.”
Para Al-Zeben, o esforço brasileiro que surtiria mais efeito agora seria continuar ajudando na reconstrução da infraestrutura do Estado palestino. Até mais do que usar a proximidade com Israel para interceder pelo fim das construções nos assentamentos judaicos em territórios palestinos. “O Brasil não deixou de interceder todo esse tempo, mas Israel faz pouco caso”, ressaltou. Ele disse ainda esperar, no governo Dilma, uma continuidade da relação bastante próxima vista entre Brasil e Palestina nos oito anos de gestão Lula. O presidente foi o responsável por puxar a parceria do fórum Ibas, formado com Índia e África do Sul, com o governo palestino, que resultou em diversos projetos de reconstrução em Gaza e na Cisjordânia, por meio do Fundo Ibas, e até em uma defesa conjunta da criação do Estado palestino, durante encontro em Brasília, em abril deste ano. “Cada presidente tem seu estilo, mas a amizade obviamente vai continuar com a presidente Dilma. E esperamos que a política brasileira siga acompanhando o desejo do povo palestino de ser uma nação livre”, revelou.
O presidente Lula está encerrando o mandato depois de atender ao pedido do presidente Abbas e reconhecer o Estado palestino. O que isso representa para o povo palestino?
É um motivo de muita satisfação essa decisão histórica do governo do Brasil e do presidente Lula a favor da justiça e do estado de Direito. Foi uma agradável surpresa, justamente em um momento em que o mundo inteiro relembrava o dia internacional de solidariedade à palestina (29 de novembro). Mas dos bons amigos e dos amantes da paz e da justiça sempre se espera algo bom. Os palestinos estão muito agradecidos por esse apoio, porque isso vai ser positivo também para alcançar a paz com Israel. Um reconhecimento mundial ajuda a colocar as duas partes em pé de igualdade.
Com a decisão do Brasil, o que muda nas relações bilaterais? E para o governo palestino, em um contexto geral?
Nós nos sentimos mais fortalecidos em nível internacional, porque esse passo histórico foi seguido por outras declarações favoráveis ao direito legítimo do povo palestino a ter seu Estado. Em relação ao Brasil, isso dá à missão palestina aqui o status de embaixada do Estado palestino, o que é um avanço importante para nós. Além disso, estamos falando do Brasil, que tem um peso importante na América Latina, no Ibas, no mundo.
Você esperam que o governo brasileiro utilize sua influência para pedir que outros países da região reconheçam o Estado palestino?
A decisão de cada país é soberana, mas seguramente ajudará outros países que estavam indecisos a entender essa mensagem profunda, fundamentada, certa. E, sem dúvida, existe uma simpatia cada vez maior neste continente a favor do direito do povo palestino, que tem sido postergado há 33 anos. Confiamos que a decisão soberana da América Latina será a favor do direito palestino de ter seu estado.
O Brasil demorou para tomar a decisão, uma vez que sempre defendeu um Estado palestino nas fronteiras de 1967?
As coisas sempre acontecem no momento certo. E estamos felizes que tenha acontecido agora.
Com o apoio de Brasil e Argentina — que se somam a mais de 100 países que já haviam tomado a mesma decisão —, vocês pretendem levar um pedido de reconhecimento oficial às Nações Unidas?
Nós esperamos agora que Israel volte às negociações, paralisando os assentamentos que estão levando nosso território palestino em Jerusalém Oriental. Achamos que esse é o melhor caminho, é o caminho mais curto. E acho que Israel deve entender essa mensagem da comunidade internacional e respeitar a vontade do povo palestino. Ter uma política equilibrada e com respeito absoluto ao direito internacional e ao direito palestino de criar seu Estado.
Como o senhor avalia a relação entre Brasil e Palestina nos oito anos de governo Lula?
O balanço geral é positivo. As relações bilaterais vêm melhorando e se fortalecendo. O clímax foi a visita do presidente Abbas, teve três escalas: Salvador, Porto Alegre e Recife. A visita do presidente Lula à Palestina também foi muito importante, porque conseguimos assinar seis acordos, em áreas como saúde, esportes, educação e agricultura. Estamos satisfeitos também com a dedicação do presidente Lula e do ministro Celso Amorim ao interferir mais positivamente no processo de negociação de paz entre Israel e Palestina — inclusive ultrapassando os limites da relação bilateral para encontrar eco no Ibas (formado por Índia, Brasil e África do Sul), esse grupo de atividade importante na área internacional. O presidente Lula tem sido um amigo da Palestina, do presidente Arafat e da luta palestina para recuperar primeiro o território e a identidade, e também para recuperar o processo de paz. E isso nunca foi feito às custas da relação bilateral entre Israel e Brasil. O presidente Lula e o ministro Amorim conseguiram gerenciar muito bem (as duas relações), sempre promoveram um diálogo sem, em nenhum momento, deixar de condenar as agressões ou as atividades bélicas.
O senhor espera que, no governo Dilma, essa proximidade vá continuar?
Cada presidente tem seu estilo, mas a amizade, obviamente, vai continuar com a presidente Dilma. E esperamos que a política brasileira siga acompanhando o desejo do povo palestino de ser uma nação livre.
O governo palestino espera um protagonismo do Brasil no processo de paz? Qual papel podemos desempenhar?
O Brasil sempre vai desempenhar um papel importante na área internacional, especialmente na questão palestina. Os últimos oito anos demonstram o quanto é importante a presença brasileira nesse conflito. E o país fez o que era mais importante: reconhecer o Estado palestino. Mas o Brasil pode investir na infraestrutura palestina, procurar parceiros para investimentos na Palestina. Pode utilizar seu peso na arena internacional para ir melhorando a infraestrutura de um Estado palestino.
Por ter boas relações também com Israel, o Brasil poderia interceder para que cessem as construções nos assentamentos?
Interceder, pode, mas o ponto é se Israel aceitaria. Porque o Brasil não deixou de interceder todo esse tempo — e a prova disso são as várias visitas do chanceler Amorim e as várias delegações que visitaram ambos os lados —, mas Israel faz pouco caso. Israel não ouve o Brasil. E, inclusive, nem os Estados Unidos.
Qual o peso da ajuda dada pelo Brasil à Palestina, por meio do Ibas?
Está tudo por ser feito na Palestina, e toda a ajuda do Brasil, do Ibas e da comunidade internacional é importante para nós nesse momento. É importante o trabalho feito em Gaza e na Cisjordânia, na reconstrução de escolas, hospitais e até estádios esportivos. Devido a 43 anos de ocupação, as estruturas foram abandonadas, muita coisa foi destruída pelo Exército de Israel. E outras estruturas não foram construídas precisamente pela presença dos ocupantes israelenses. O maior obstáculo para o nascimento e crescimento da Palestina é a ocupação israelense, que se manifesta pela presença militar e dos colonos, pelas atividades bélicas de repressão contra nosso povo, que impedem o crescimento normal do país.
Em quais áreas o Brasil pode ajudar mais?
Por exemplo, na questão de água. Em São Paulo, há um estudo sobre como pegar água da atmosfera, e o nosso problema é água. Não somente na Palestina, mas em toda a região, o que pode provocar uma guerra no futuro. No último ano, vieram várias delegações ao Brasil para estudar avanços no manejo do lixo tóxico. Também temos de colocar em prática os acordos em agricultura, educação. Em relação ao esporte, temos tido um intercâmbio interessante: neste ano, veio um grupo de futebol feminino para ter cursos em São Paulo, e hoje em dia temos três treinadores de futebol palestinos que estão em Santos.
Como é possível avançar com o comércio entre Brasil e Palestina?
O comércio é incipiente, porque isso é uma questão de soberania, e nós não temos essa soberania. Temos muito produtos para serem promovidos aqui no Brasil, tanto serviços quanto matéria-prima em agricultura, e temos também muitos produtos brasileiros que poderíamos consumir. Mas tudo tem que ser por meio de Israel. Para nós, o Brasil será um parceiro importante, porque todos os produtos de que precisamos existem aqui, sobretudo produtos agrícolas: soja, azeites, frutas, carnes, café. Quando se fala de café na Palestina, se fala do café brasileiro. Precisamos até de materiais e serviços de construção para reconstruir o país. Como nossa topografia é montanhosa, possivelmente vamos precisar também da engenharia civil brasileira, que é bastante avançada.
E o que pode interessar o Brasil na Palestina?
O produto mais importante palestino é o turismo religioso. Temos aqui no Brasil uma comunidade majoritariamente cristã, e a rota do cristianismo está entre Palestina, Israel, Jordânia e Egito. Além de produtos agrícolas, como azeite de oliva e seus derivados, e a pedra palestina, que é considerada o nosso “ouro branco” e é muito usada na construção.
Reconhecimento de Lula dá aos palestinos um aliado de peso contra Israel
14/12/2010
Isabel Fleck
À mesa de seu escritório, em Brasília, o embaixador palestino, Ibrahim Al-Zeben, exibe, orgulhoso, um globo diferente. Foi o único que conseguiu encontrar, até hoje, em que o nome da Palestina aparece registrado, bem ao lado de Israel. Para ele, no entanto, decisões como a tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — a menos de um mês de deixar o Planalto —, de reconhecer o Estado Palestino nas fronteiras de 1967, ajudarão a mudar o mapa-múndi. Em entrevista ao Correio, ele disse acreditar que a atitude brasileira “certamente ajudará países que estavam indecisos a entender a mensagem” de que o povo palestino tem direito a ter seu Estado.
“Os palestinos estão muito agradecidos por esse apoio, porque isso vai ser positivo também para alcançar a paz com Israel. Um reconhecimento mundial ajuda a colocar as duas partes em pé de igualdade”, afirmou Al-Zeben, na terceira entrevista da série com os embaixadores sobre o futuro das relações bilaterais no governo de Dilma Rousseff. Segundo o embaixador, a atitude do Brasil, que foi seguido pela vizinha Argentina, deixa seu povo mais fortalecido. Contudo, ele despista ao ser questionado se o próximo passo é levar um pedido de reconhecimento oficial à Organização das Nações Unidas (ONU). “Esperamos que Israel volte às negociações, paralisando os assentamentos que estão levando nosso território palestino em Jerusalém Oriental. Achamos que esse é o melhor caminho, o caminho mais curto.”
Para Al-Zeben, o esforço brasileiro que surtiria mais efeito agora seria continuar ajudando na reconstrução da infraestrutura do Estado palestino. Até mais do que usar a proximidade com Israel para interceder pelo fim das construções nos assentamentos judaicos em territórios palestinos. “O Brasil não deixou de interceder todo esse tempo, mas Israel faz pouco caso”, ressaltou. Ele disse ainda esperar, no governo Dilma, uma continuidade da relação bastante próxima vista entre Brasil e Palestina nos oito anos de gestão Lula. O presidente foi o responsável por puxar a parceria do fórum Ibas, formado com Índia e África do Sul, com o governo palestino, que resultou em diversos projetos de reconstrução em Gaza e na Cisjordânia, por meio do Fundo Ibas, e até em uma defesa conjunta da criação do Estado palestino, durante encontro em Brasília, em abril deste ano. “Cada presidente tem seu estilo, mas a amizade obviamente vai continuar com a presidente Dilma. E esperamos que a política brasileira siga acompanhando o desejo do povo palestino de ser uma nação livre”, revelou.
O presidente Lula está encerrando o mandato depois de atender ao pedido do presidente Abbas e reconhecer o Estado palestino. O que isso representa para o povo palestino?
É um motivo de muita satisfação essa decisão histórica do governo do Brasil e do presidente Lula a favor da justiça e do estado de Direito. Foi uma agradável surpresa, justamente em um momento em que o mundo inteiro relembrava o dia internacional de solidariedade à palestina (29 de novembro). Mas dos bons amigos e dos amantes da paz e da justiça sempre se espera algo bom. Os palestinos estão muito agradecidos por esse apoio, porque isso vai ser positivo também para alcançar a paz com Israel. Um reconhecimento mundial ajuda a colocar as duas partes em pé de igualdade.
Com a decisão do Brasil, o que muda nas relações bilaterais? E para o governo palestino, em um contexto geral?
Nós nos sentimos mais fortalecidos em nível internacional, porque esse passo histórico foi seguido por outras declarações favoráveis ao direito legítimo do povo palestino a ter seu Estado. Em relação ao Brasil, isso dá à missão palestina aqui o status de embaixada do Estado palestino, o que é um avanço importante para nós. Além disso, estamos falando do Brasil, que tem um peso importante na América Latina, no Ibas, no mundo.
Você esperam que o governo brasileiro utilize sua influência para pedir que outros países da região reconheçam o Estado palestino?
A decisão de cada país é soberana, mas seguramente ajudará outros países que estavam indecisos a entender essa mensagem profunda, fundamentada, certa. E, sem dúvida, existe uma simpatia cada vez maior neste continente a favor do direito do povo palestino, que tem sido postergado há 33 anos. Confiamos que a decisão soberana da América Latina será a favor do direito palestino de ter seu estado.
O Brasil demorou para tomar a decisão, uma vez que sempre defendeu um Estado palestino nas fronteiras de 1967?
As coisas sempre acontecem no momento certo. E estamos felizes que tenha acontecido agora.
Com o apoio de Brasil e Argentina — que se somam a mais de 100 países que já haviam tomado a mesma decisão —, vocês pretendem levar um pedido de reconhecimento oficial às Nações Unidas?
Nós esperamos agora que Israel volte às negociações, paralisando os assentamentos que estão levando nosso território palestino em Jerusalém Oriental. Achamos que esse é o melhor caminho, é o caminho mais curto. E acho que Israel deve entender essa mensagem da comunidade internacional e respeitar a vontade do povo palestino. Ter uma política equilibrada e com respeito absoluto ao direito internacional e ao direito palestino de criar seu Estado.
Como o senhor avalia a relação entre Brasil e Palestina nos oito anos de governo Lula?
O balanço geral é positivo. As relações bilaterais vêm melhorando e se fortalecendo. O clímax foi a visita do presidente Abbas, teve três escalas: Salvador, Porto Alegre e Recife. A visita do presidente Lula à Palestina também foi muito importante, porque conseguimos assinar seis acordos, em áreas como saúde, esportes, educação e agricultura. Estamos satisfeitos também com a dedicação do presidente Lula e do ministro Celso Amorim ao interferir mais positivamente no processo de negociação de paz entre Israel e Palestina — inclusive ultrapassando os limites da relação bilateral para encontrar eco no Ibas (formado por Índia, Brasil e África do Sul), esse grupo de atividade importante na área internacional. O presidente Lula tem sido um amigo da Palestina, do presidente Arafat e da luta palestina para recuperar primeiro o território e a identidade, e também para recuperar o processo de paz. E isso nunca foi feito às custas da relação bilateral entre Israel e Brasil. O presidente Lula e o ministro Amorim conseguiram gerenciar muito bem (as duas relações), sempre promoveram um diálogo sem, em nenhum momento, deixar de condenar as agressões ou as atividades bélicas.
O senhor espera que, no governo Dilma, essa proximidade vá continuar?
Cada presidente tem seu estilo, mas a amizade, obviamente, vai continuar com a presidente Dilma. E esperamos que a política brasileira siga acompanhando o desejo do povo palestino de ser uma nação livre.
O governo palestino espera um protagonismo do Brasil no processo de paz? Qual papel podemos desempenhar?
O Brasil sempre vai desempenhar um papel importante na área internacional, especialmente na questão palestina. Os últimos oito anos demonstram o quanto é importante a presença brasileira nesse conflito. E o país fez o que era mais importante: reconhecer o Estado palestino. Mas o Brasil pode investir na infraestrutura palestina, procurar parceiros para investimentos na Palestina. Pode utilizar seu peso na arena internacional para ir melhorando a infraestrutura de um Estado palestino.
Por ter boas relações também com Israel, o Brasil poderia interceder para que cessem as construções nos assentamentos?
Interceder, pode, mas o ponto é se Israel aceitaria. Porque o Brasil não deixou de interceder todo esse tempo — e a prova disso são as várias visitas do chanceler Amorim e as várias delegações que visitaram ambos os lados —, mas Israel faz pouco caso. Israel não ouve o Brasil. E, inclusive, nem os Estados Unidos.
Qual o peso da ajuda dada pelo Brasil à Palestina, por meio do Ibas?
Está tudo por ser feito na Palestina, e toda a ajuda do Brasil, do Ibas e da comunidade internacional é importante para nós nesse momento. É importante o trabalho feito em Gaza e na Cisjordânia, na reconstrução de escolas, hospitais e até estádios esportivos. Devido a 43 anos de ocupação, as estruturas foram abandonadas, muita coisa foi destruída pelo Exército de Israel. E outras estruturas não foram construídas precisamente pela presença dos ocupantes israelenses. O maior obstáculo para o nascimento e crescimento da Palestina é a ocupação israelense, que se manifesta pela presença militar e dos colonos, pelas atividades bélicas de repressão contra nosso povo, que impedem o crescimento normal do país.
Em quais áreas o Brasil pode ajudar mais?
Por exemplo, na questão de água. Em São Paulo, há um estudo sobre como pegar água da atmosfera, e o nosso problema é água. Não somente na Palestina, mas em toda a região, o que pode provocar uma guerra no futuro. No último ano, vieram várias delegações ao Brasil para estudar avanços no manejo do lixo tóxico. Também temos de colocar em prática os acordos em agricultura, educação. Em relação ao esporte, temos tido um intercâmbio interessante: neste ano, veio um grupo de futebol feminino para ter cursos em São Paulo, e hoje em dia temos três treinadores de futebol palestinos que estão em Santos.
Como é possível avançar com o comércio entre Brasil e Palestina?
O comércio é incipiente, porque isso é uma questão de soberania, e nós não temos essa soberania. Temos muito produtos para serem promovidos aqui no Brasil, tanto serviços quanto matéria-prima em agricultura, e temos também muitos produtos brasileiros que poderíamos consumir. Mas tudo tem que ser por meio de Israel. Para nós, o Brasil será um parceiro importante, porque todos os produtos de que precisamos existem aqui, sobretudo produtos agrícolas: soja, azeites, frutas, carnes, café. Quando se fala de café na Palestina, se fala do café brasileiro. Precisamos até de materiais e serviços de construção para reconstruir o país. Como nossa topografia é montanhosa, possivelmente vamos precisar também da engenharia civil brasileira, que é bastante avançada.
E o que pode interessar o Brasil na Palestina?
O produto mais importante palestino é o turismo religioso. Temos aqui no Brasil uma comunidade majoritariamente cristã, e a rota do cristianismo está entre Palestina, Israel, Jordânia e Egito. Além de produtos agrícolas, como azeite de oliva e seus derivados, e a pedra palestina, que é considerada o nosso “ouro branco” e é muito usada na construção.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Obrigado Deus!
Sítio da Controladoria Geral da União
09/12/2010
Premiação de concursos culturais da CGU atesta difusão do controle social
O trabalho de combate e prevenção à corrupção, além de benefícios à sociedade, traz também inspiração. Durante a celebração do Dia Internacional de Combate à Corrupção, na tarde desta quinta-feira (9), participantes dos concursos culturais da Controladoria-Geral da União (CGU) receberam prêmios pelas melhores obras e puderam exibir trabalhos vencedores em 2010, entre aproximadamente 150 mil concorrentes.
Desenhos, redações, monografias, filmes e gravações de áudio, todos com temas focados na prevenção e no combate aos desvios dos recursos públicos e empenhados na boa destinação do dinheiro dos contribuintes. “Queremos estimular a formação da cultura da ética e da cidadania”, justificou o secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, Mário Vinícius Spinelli.
O sítio eletrônico da CGU (www.cgu.gov.br) divulga na sua página principal a relação dos estudantes, professores, universitários, pesquisadores e cidadãos em geral que tiveram suas idéias premiadas. O concurso de redações e desenhos, na sua quarta edição, alcançou superou a marca de 615 mil trabalhos concorrentes, com a mobilização de 873 mil estudantes, e, hoje, merece citação em eventos internacionais como exemplo de iniciativa para incentivar o controle social.
O garoto Leonardo de Souza, de 10 anos, é prova viva do sucesso das iniciativas de difundir entre a população a preocupação com a destinação do dinheiro público. A idéia para o desenho de um hospital com problemas nasceu da experiência de assistir, na companhia do pai, as notícias em telejornais sobre os problemas nos hospitais do Distrito Federal. “Vi que estava faltando médico”, lamenta o aluno de uma escola rural de Planaltina.
O trabalho do menino sensível à situação que afeta seus conterrâneos foi considerado o melhor de todo o país na categoria dos desenhos feitos por estudantes do ensino fundamental. “O tema corrupção é importante e serve para mostrar, numa escola rural, que os cidadãos temos deveres, mas também temos direitos”, explica a professora Liane Macedo, responsável pelo dia-a-dia de Leonardo e seus colegas de 4ª série na sala de aula. “Desde 2008 participamos dos concursos da CGU.”
O estudante tímido não conteve o sorriso quando confirmou que usaria seu prêmio, um notebook, para jogar vídeo games. Outro aparelho, igual, foi parar nas mãos de Lara Machado, 11 anos, aluna da 5ª série de escola particular no Lago Sul, bairro nobre da capital federal. A autora de redação premiada em primeiro lugar transformou, em seu trabalho, o próprio dinheiro público mal usado em um personagem, fazendo a narrativa na primeira pessoa. “Foi uma sensação ruim, de frustração, por não poder ajudar as pessoas e, ao mesmo tempo, não ter culpa por isso.”
Rapidamente Lara também descobriu utilidade para o computador portátil que ganhou pela obra premiada. “O notebook era tudo o que eu queria, vou poder fazer de tudo”, disse. Na companhia da mãe e de uma irmã mais nova, usando uniforme da escola e com os cabelos compridos bem arrumados, a estudante logo decidiu que a máquina será útil no ano que vem, para a produção de nova redação. “Só espero a definição do tema.”
A entrega de prêmios aos autores dos melhores trabalhos nos concursos culturais da CGU se repetiu nos Estados, em solenidades para comemoração do Dia Internacional Contra a Corrupção. Os autores, professores e escolas receberam diplomas, troféus, computadores, máquinas fotográficas e, no caso das monografias, prêmios em dinheiro. Em 2010, o tema para os desenhos e redações foi Como será o futuro do Brasil com o dinheiro público bem aplicado. O edital para a edição de 2011 deverá ser publicado durante o primeiro trimestre.
09/12/2010
Premiação de concursos culturais da CGU atesta difusão do controle social
O trabalho de combate e prevenção à corrupção, além de benefícios à sociedade, traz também inspiração. Durante a celebração do Dia Internacional de Combate à Corrupção, na tarde desta quinta-feira (9), participantes dos concursos culturais da Controladoria-Geral da União (CGU) receberam prêmios pelas melhores obras e puderam exibir trabalhos vencedores em 2010, entre aproximadamente 150 mil concorrentes.
Desenhos, redações, monografias, filmes e gravações de áudio, todos com temas focados na prevenção e no combate aos desvios dos recursos públicos e empenhados na boa destinação do dinheiro dos contribuintes. “Queremos estimular a formação da cultura da ética e da cidadania”, justificou o secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, Mário Vinícius Spinelli.
O sítio eletrônico da CGU (www.cgu.gov.br) divulga na sua página principal a relação dos estudantes, professores, universitários, pesquisadores e cidadãos em geral que tiveram suas idéias premiadas. O concurso de redações e desenhos, na sua quarta edição, alcançou superou a marca de 615 mil trabalhos concorrentes, com a mobilização de 873 mil estudantes, e, hoje, merece citação em eventos internacionais como exemplo de iniciativa para incentivar o controle social.
O garoto Leonardo de Souza, de 10 anos, é prova viva do sucesso das iniciativas de difundir entre a população a preocupação com a destinação do dinheiro público. A idéia para o desenho de um hospital com problemas nasceu da experiência de assistir, na companhia do pai, as notícias em telejornais sobre os problemas nos hospitais do Distrito Federal. “Vi que estava faltando médico”, lamenta o aluno de uma escola rural de Planaltina.
O trabalho do menino sensível à situação que afeta seus conterrâneos foi considerado o melhor de todo o país na categoria dos desenhos feitos por estudantes do ensino fundamental. “O tema corrupção é importante e serve para mostrar, numa escola rural, que os cidadãos temos deveres, mas também temos direitos”, explica a professora Liane Macedo, responsável pelo dia-a-dia de Leonardo e seus colegas de 4ª série na sala de aula. “Desde 2008 participamos dos concursos da CGU.”
O estudante tímido não conteve o sorriso quando confirmou que usaria seu prêmio, um notebook, para jogar vídeo games. Outro aparelho, igual, foi parar nas mãos de Lara Machado, 11 anos, aluna da 5ª série de escola particular no Lago Sul, bairro nobre da capital federal. A autora de redação premiada em primeiro lugar transformou, em seu trabalho, o próprio dinheiro público mal usado em um personagem, fazendo a narrativa na primeira pessoa. “Foi uma sensação ruim, de frustração, por não poder ajudar as pessoas e, ao mesmo tempo, não ter culpa por isso.”
Rapidamente Lara também descobriu utilidade para o computador portátil que ganhou pela obra premiada. “O notebook era tudo o que eu queria, vou poder fazer de tudo”, disse. Na companhia da mãe e de uma irmã mais nova, usando uniforme da escola e com os cabelos compridos bem arrumados, a estudante logo decidiu que a máquina será útil no ano que vem, para a produção de nova redação. “Só espero a definição do tema.”
A entrega de prêmios aos autores dos melhores trabalhos nos concursos culturais da CGU se repetiu nos Estados, em solenidades para comemoração do Dia Internacional Contra a Corrupção. Os autores, professores e escolas receberam diplomas, troféus, computadores, máquinas fotográficas e, no caso das monografias, prêmios em dinheiro. Em 2010, o tema para os desenhos e redações foi Como será o futuro do Brasil com o dinheiro público bem aplicado. O edital para a edição de 2011 deverá ser publicado durante o primeiro trimestre.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Reação ao Brasil, Argentina e Uruguai
A declaração, abaixo relacionada, do vice-chanceler israelense, é só mais uma prova de que os israelenses nunca levaram o processo de paz à sério. Eles consideram os palestinos uns iludidos, panacas e ingênuos, que acham que um dia vão ter um país só deles. Enquanto isso, eles fingem que negociam, fingem que se importam e tiram uma com a cara de todo mundo. Quando eu digo que esta raça é a mais traiçoeira de todas, as pessoas me acusam de anti-semita, mas se não fossem criaturas de péssima índole, não teriam sido perseguidos e expulsos da Europa, que não quer vê-los lá nem pintados de ouro. Aliás, ninguém quer!
Reuters:
"Tal declaração hoje apenas prejudica o processo de paz, porque simplesmente encoraja os palestinos a continuar resistindo, na esperança de que algum milagre caia do céu ou que a comunidade internacional imponha algum tipo de acordo a Israel", disse o vice-chanceler Danny Ayalon.
"E o importante é que os americanos tampouco aceitam isso", disse Ayalon à rádio do Exército de Israel.
Reuters:
"Tal declaração hoje apenas prejudica o processo de paz, porque simplesmente encoraja os palestinos a continuar resistindo, na esperança de que algum milagre caia do céu ou que a comunidade internacional imponha algum tipo de acordo a Israel", disse o vice-chanceler Danny Ayalon.
"E o importante é que os americanos tampouco aceitam isso", disse Ayalon à rádio do Exército de Israel.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Al Hamdo Lelah
Estou super sensibilizada. Minha filha mais velha, Lara, foi a primeira colocada num concurso nacional de redação promovido pela Controladoria Geral da União. O Tema foi "Dinheiro Público". Ela tem apenas 11 anos, mas já tem uma noção clara do que é certo e o que é errado. Foi baseado neste conceito de valores essenciais que ela desenvolveu a redação. Fiquei super orgulhosa por saber que a educação que dei à ela surtiu um bom efeito.
Não é pelo prêmio, nem pelo reconhecimento, mas pela forma como ela e a irmã enxergam o mundo. Uma forma honesta, pura e simplista, onde o certo e o errado estão bem definidos. Não foi assim tão difícil, bastou dar o exemplo. Nunca faltei a um compromisso com minhas filhas, nunca voltei atrás numa promessa que fiz a elas, nunca fiz sermões e nem me coloquei na posição de heroína, mas procurei ser o mais humana possível, mostrando a elas que tenho defeitos e qualidades e que temos que saber compreender os nossos pontos fracos, para então nos fortalecer como seres humanos.
Acho que fiz um bom trabalho, até agora, e espero poder continuar fazendo para que eu possa deixar aqui, nesta dimensão, duas pessoinhas que querem bem ao próximo, que se preocupam com o planeta e que tem uma boa noção do que acontece à sua volta.
Hoje, na comemoração do Ano Novo muçulmano (1432 Hégira), quero agradecer a Deus por esta dádiva de ter duas filhas deslumbrantemente fantásticas e absolutamente humanas, em todos os sentidos.
Al Hamdo Lelah (Graças à Deus)!
Não é pelo prêmio, nem pelo reconhecimento, mas pela forma como ela e a irmã enxergam o mundo. Uma forma honesta, pura e simplista, onde o certo e o errado estão bem definidos. Não foi assim tão difícil, bastou dar o exemplo. Nunca faltei a um compromisso com minhas filhas, nunca voltei atrás numa promessa que fiz a elas, nunca fiz sermões e nem me coloquei na posição de heroína, mas procurei ser o mais humana possível, mostrando a elas que tenho defeitos e qualidades e que temos que saber compreender os nossos pontos fracos, para então nos fortalecer como seres humanos.
Acho que fiz um bom trabalho, até agora, e espero poder continuar fazendo para que eu possa deixar aqui, nesta dimensão, duas pessoinhas que querem bem ao próximo, que se preocupam com o planeta e que tem uma boa noção do que acontece à sua volta.
Hoje, na comemoração do Ano Novo muçulmano (1432 Hégira), quero agradecer a Deus por esta dádiva de ter duas filhas deslumbrantemente fantásticas e absolutamente humanas, em todos os sentidos.
Al Hamdo Lelah (Graças à Deus)!
Obrigado!
É claro! Nosso povo é educado e fiel aos amigos! Sabemos reconhecer quem reconhece nossos direitos. Os palestinos de todas as religiões (muçulmanos, cristãos e judeus) e de todas as partes do mundo estão orgulhosos da iniciativa brasileira, imediatamente adotada por outros países do continente, como a Argentina e o Uruguai. Obrigado pelo apoio!
Palestinos saúdam reconhecimento e dizem que Brasil é pioneiro
Agência Estado
07/12/2010
Guila Flint - BBC
Brasil e Argentina são primeiros países ocidentais a reconhecer Estado palestino.
Governo de Abbas saúda Brasil e Argentina por reconhecer Estado
O porta-voz do gabinete palestino, Ghassan Hatib, declarou nesta segunda-feira que os palestinos ficaram extremamente satisfeitos com a decisão da Argentina de seguir o exemplo do Brasil e reconhecer o Estado palestino com as fronteiras existentes em 1967.
"O Brasil é, sem dúvida, o pioneiro nesse processo, dando um exemplo que já foi seguido pela Argentina e que esperamos também seja seguido por outros países da América Latina", disse o porta-voz palestino à BBC Brasil.
Na sexta feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta a seu colega da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarando que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, deflagrada em 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
O Brasil e a Argentina foram os primeiros países ocidentais a reconhecer o Estado Palestino, que já havia sido reconhecido por cerca de cem países da Ásia e da África.
O ministério das Relações Exteriores de Israel manifestou "pesar e decepção" com a decisão do presidente brasileiro e afirmou que o reconhecimento "prejudica o processo de paz".
O Estado judeu considera ainda que o reconhecimento "constitui uma violação do acordo interino firmado em 1995, que estabelecia que o status da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será determinado em uma negociação entre as partes".
Pressão
Hatib afirmou que o presidente Abbas ficou "muito grato e otimista" após a declaração de Lula e "já previa que outros países iriam seguir o exemplo do Brasil".
Para Ghassan Hatib, o reconhecimento tem uma importância diplomática "muito grande".
"Se vários países da América Latina reconhecerem nosso Estado, haverá um impacto sobre toda a comunidade internacional, que poderá levar ao reconhecimento de um Estado Palestino independente, no próximo verão, pelo Conselho de Segurança da ONU", disse.
O porta-voz também mencionou "efeitos concretos" do reconhecimento, como a transformação das representações diplomáticas palestinas em embaixadas e uma maior facilidade para a assinatura de acordos bilaterais envolvendo os palestinos.
Para o porta-voz, o reconhecimento crescente do Estado palestino poderá contribuir para o avanço do processo de paz, pois, segundo ele, "constituirá uma pressão sobre Israel para voltar à mesa de negociações".
"Estamos dispostos a retomar as negociações a qualquer momento, mas Israel optou por ampliar os assentamentos em vez de negociar", acrescentou.
Já a diretora do departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dorit Shavit, disse à BBC Brasil que o reconhecimento do Estado Palestino "prejudica o processo de paz, pois diminui a motivação dos palestinos para retomar as negociações".
"Se eles (os palestinos) podem conseguir um Estado sem negociar, para que negociar?", questionou a diplomata israelense. BBC Brasil
Palestinos saúdam reconhecimento e dizem que Brasil é pioneiro
Agência Estado
07/12/2010
Guila Flint - BBC
Brasil e Argentina são primeiros países ocidentais a reconhecer Estado palestino.
Governo de Abbas saúda Brasil e Argentina por reconhecer Estado
O porta-voz do gabinete palestino, Ghassan Hatib, declarou nesta segunda-feira que os palestinos ficaram extremamente satisfeitos com a decisão da Argentina de seguir o exemplo do Brasil e reconhecer o Estado palestino com as fronteiras existentes em 1967.
"O Brasil é, sem dúvida, o pioneiro nesse processo, dando um exemplo que já foi seguido pela Argentina e que esperamos também seja seguido por outros países da América Latina", disse o porta-voz palestino à BBC Brasil.
Na sexta feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta a seu colega da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarando que o Brasil reconhece o Estado Palestino nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, deflagrada em 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
O Brasil e a Argentina foram os primeiros países ocidentais a reconhecer o Estado Palestino, que já havia sido reconhecido por cerca de cem países da Ásia e da África.
O ministério das Relações Exteriores de Israel manifestou "pesar e decepção" com a decisão do presidente brasileiro e afirmou que o reconhecimento "prejudica o processo de paz".
O Estado judeu considera ainda que o reconhecimento "constitui uma violação do acordo interino firmado em 1995, que estabelecia que o status da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será determinado em uma negociação entre as partes".
Pressão
Hatib afirmou que o presidente Abbas ficou "muito grato e otimista" após a declaração de Lula e "já previa que outros países iriam seguir o exemplo do Brasil".
Para Ghassan Hatib, o reconhecimento tem uma importância diplomática "muito grande".
"Se vários países da América Latina reconhecerem nosso Estado, haverá um impacto sobre toda a comunidade internacional, que poderá levar ao reconhecimento de um Estado Palestino independente, no próximo verão, pelo Conselho de Segurança da ONU", disse.
O porta-voz também mencionou "efeitos concretos" do reconhecimento, como a transformação das representações diplomáticas palestinas em embaixadas e uma maior facilidade para a assinatura de acordos bilaterais envolvendo os palestinos.
Para o porta-voz, o reconhecimento crescente do Estado palestino poderá contribuir para o avanço do processo de paz, pois, segundo ele, "constituirá uma pressão sobre Israel para voltar à mesa de negociações".
"Estamos dispostos a retomar as negociações a qualquer momento, mas Israel optou por ampliar os assentamentos em vez de negociar", acrescentou.
Já a diretora do departamento de América Latina do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dorit Shavit, disse à BBC Brasil que o reconhecimento do Estado Palestino "prejudica o processo de paz, pois diminui a motivação dos palestinos para retomar as negociações".
"Se eles (os palestinos) podem conseguir um Estado sem negociar, para que negociar?", questionou a diplomata israelense. BBC Brasil
Gracias Argentina
Agência Brasil
Governo da Argentina reconhece a existência do Estado palestino07/12/2010
Luiz Antônio Alves
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, anunciou agora há pouco que a presidenta Cristina Kirchner reconheceu a Palestina como um Estado livre e independente, dentro das fronteiras existentes em 1967 e de acordo com o que seja determinado a partir da continuidade das negociações. Uma carta foi enviada ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, formalizando o reconhecimento. Na sexta-feira passada (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou carta a Mahmoud Abbas com o mesmo teor.
De acordo com o chanceler Timernan, a Argentina vem sustentando o direito de o povo palestino constituir um Estado independente, assim como o direito de Israel de viver em paz com seus vizinhos, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas. “Com este objetivo, a Argentina sempre apoiou as iniciativas da comunidade internacional dirigidas a obter uma solução justa, pacífica e definitiva do conflito israelense-palestino."
O chanceler afirmou que o governo argentino compartilha com o Brasil e com o Uruguai a certeza de que chegou o momento de reconhecer a independência palestina, "considerando necessário transmitir, com esta decisão, o profundo interesse de nosso país para que se consiga avançar definitivamente no processo de negociação que leve ao estabelecimento da paz no Oriente Médio".
Timerman lembrou que a Autoridade Palestina abriu uma missão diplomática em Buenos Aires, em 1996 e, em 2008, a Argentina instalou uma representação diplomática em Ramallah. Em novembro de 2009, o presidente Mahmoud Abbas visitou o país e foi recebido por Cristina Kirchner.
"A Argentina sempre se pronunciou a favor do respeito aos direitos humanos, contra o terrorismo e ao uso desproporcional da força, assim como declarou sua firme oposição à política das autoridades de Israel de manter assentamentos nos territórios ocupados. É importante ressaltar que o reconhecimento do governo argentino soma-se a mais de 100 outros Estados, e reflete o crescente consenso da comunidade internacional sobre o status da Palestina."
Timernan também disse que o Mercosul - formado pela Argentina, pelo Brasil, pelo Paraguai e pelo Uruguai - mantém relações de amizade e de cooperação com Israel, "que se refletiram no acordo de livre comércio firmado com aquele Estado”. O acordo com Israel foi o primeiro que se realizou com um país fora do bloco regional. A relação bilateral entre a Argentina e Israel tem se fortalecido com os diversos intercâmbios políticos e de cooperação econômica, comercial, cultural e científica. Segundo o chanceler, a Argentina ratifica sua posição sobre o direito de Israel de ser "reconhecido por todos e de viver em paz e segurança dentro de suas fronteiras".
Governo da Argentina reconhece a existência do Estado palestino07/12/2010
Luiz Antônio Alves
O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, anunciou agora há pouco que a presidenta Cristina Kirchner reconheceu a Palestina como um Estado livre e independente, dentro das fronteiras existentes em 1967 e de acordo com o que seja determinado a partir da continuidade das negociações. Uma carta foi enviada ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, formalizando o reconhecimento. Na sexta-feira passada (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou carta a Mahmoud Abbas com o mesmo teor.
De acordo com o chanceler Timernan, a Argentina vem sustentando o direito de o povo palestino constituir um Estado independente, assim como o direito de Israel de viver em paz com seus vizinhos, dentro de fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas. “Com este objetivo, a Argentina sempre apoiou as iniciativas da comunidade internacional dirigidas a obter uma solução justa, pacífica e definitiva do conflito israelense-palestino."
O chanceler afirmou que o governo argentino compartilha com o Brasil e com o Uruguai a certeza de que chegou o momento de reconhecer a independência palestina, "considerando necessário transmitir, com esta decisão, o profundo interesse de nosso país para que se consiga avançar definitivamente no processo de negociação que leve ao estabelecimento da paz no Oriente Médio".
Timerman lembrou que a Autoridade Palestina abriu uma missão diplomática em Buenos Aires, em 1996 e, em 2008, a Argentina instalou uma representação diplomática em Ramallah. Em novembro de 2009, o presidente Mahmoud Abbas visitou o país e foi recebido por Cristina Kirchner.
"A Argentina sempre se pronunciou a favor do respeito aos direitos humanos, contra o terrorismo e ao uso desproporcional da força, assim como declarou sua firme oposição à política das autoridades de Israel de manter assentamentos nos territórios ocupados. É importante ressaltar que o reconhecimento do governo argentino soma-se a mais de 100 outros Estados, e reflete o crescente consenso da comunidade internacional sobre o status da Palestina."
Timernan também disse que o Mercosul - formado pela Argentina, pelo Brasil, pelo Paraguai e pelo Uruguai - mantém relações de amizade e de cooperação com Israel, "que se refletiram no acordo de livre comércio firmado com aquele Estado”. O acordo com Israel foi o primeiro que se realizou com um país fora do bloco regional. A relação bilateral entre a Argentina e Israel tem se fortalecido com os diversos intercâmbios políticos e de cooperação econômica, comercial, cultural e científica. Segundo o chanceler, a Argentina ratifica sua posição sobre o direito de Israel de ser "reconhecido por todos e de viver em paz e segurança dentro de suas fronteiras".
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Obrigado Senhor Presidente
Hoje foi um dia de grandes e fortes emoções. Um dos melhores dias da minha vida. O Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva reconheceu o ESTADO DA PALESTINA.
Por mais que nós, palestinos no Brasil, tentemos expressar nossa gratidão, será impossível expressar o que estamos sentindo de fato, neste momento. É um misto de orgulho, por também pertencer ao Brasil, um misto de emoção e gratidão, pelo reconhecimento da nossa amada Palestina como Estado, a certeza de ter acertado ao apoiar o PT e o Presidente Lula desde sempre e a satisfação de saber que toda esta confiança não foi em vão.
Obrigado Senhor Presidente! Obrigado Brasil!
Nota à Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil
Nota nº 707
Reconhecimento do Estado Palestino nas Fronteiras de 1967
03/12/2010 -
Por meio de carta enviada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em 1º de dezembro, o Governo brasileiro reconheceu o Estado palestino nas fronteiras existentes em 1967.
O reconhecimento ocorre em resposta a gestões palestinas e a carta enviada pelo Presidente Abbas ao Presidente Lula, no último dia 24 de novembro, com solicitação nesse sentido.
A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas, e está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967.
A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito.
O Brasil reafirma sua tradicional posição de favorecer um Estado palestino democrático, geograficamente coeso e economicamente viável, que viva em paz com o Estado de Israel. Apenas uma Palestina democrática, livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios israelenses por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
O Governo brasileiro considera que o apoio de países extrarregionais à solução de dois Estados é fundamental para legitimar a via negociadora como único meio para se chegar ao fim da ocupação. Tal apoio ocorre tanto por meio de respaldo político a uma solução pacífica e justa, que resulte numa paz duradoura, quanto por meio de iniciativas conducentes à construção e ao fortalecimento de instituições estatais palestinas.
Mais de cem países reconhecem o Estado palestino. Entre esses, todos os árabes, a grande maioria dos africanos, asiáticos e leste-europeus. Países que mantêm relações fluidas com Israel – como Rússia, China, África do Sul e Índia, entre outros – reconhecem o Estado palestino. Todos os parceiros do Brasil no IBAS e no BRICS já reconheceram a Palestina.
A maior parte dos reconhecimentos se seguiu à Declaração de Independência adotada pelo Conselho Nacional Palestino em novembro de 1988, em Argel.
Em seguida à Declaração de Argel, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou Resolução, com o voto favorável do Brasil, por meio da qual tomou conhecimento da proclamação do Estado palestino.
O Brasil reconhece, desde 1975, a OLP como legítima representante do povo palestino, dotada de personalidade de direito internacional público. Em 1993, o Brasil autorizou a abertura de Delegação Especial Palestina, com “status” diplomático semelhante às representações das Organizações Internacionais. Em 1998, o tratamento concedido à Delegação foi equiparado ao de uma Embaixada, para todos os efeitos.
Nos últimos anos, o Brasil vem intensificando seu relacionamento com a Palestina. Em 2004, foi aberto Escritório de Representação em Ramalá. O Presidente Mahmoud Abbas veio ao Brasil em duas ocasiões (maio de 2005, para participar da I Cúpula ASPA, e novembro de 2009). O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos Territórios Palestinos Ocupados em março de 2010, acompanhado de expressiva delegação empresarial.
O Brasil tem também prestado apoio material à edificação do Estado palestino. Desde 2006, tem participado de Conferências internacionais em prol da resolução do conflito no Oriente Médio, como os encontros em Annapolis (novembro de 2007), Paris (dezembro de 2007) e Sharm El-Sheikh (março de 2009). Nas duas últimas, o Brasil fez doações de cerca de US$ 20 milhões à Autoridade Nacional Palestina, aplicados em projetos em segurança alimentar, saúde, educação e desenvolvimento rural.
O Brasil tem contribuído, ainda, para projetos em benefício do povo palestino coordenados por fundos e agências internacionais como o PNUD, o Banco Mundial e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Juntas, essas contribuições se aproximam de US$ 2 milhões.
Por meio do Fundo IBAS, mantido com Índia e África do Sul, o Brasil realizou doação de US$ 3 milhões, que estão sendo investidos na construção de um centro poliesportivo em Ramalá e na recuperação de um hospital em Gaza.
O Brasil tem-se engajado também na diversificação e aprofundamento dos projetos de cooperação técnica com a Autoridade Nacional Palestina. Há iniciativas nas áreas de saúde, infraestrutura urbana, agricultura, educação, esportes e eleições.
Paralelamente, nunca foram tão robustas as relações bilaterais com Israel. Os laços entre os dois países têm-se fortalecido ao longo dos anos, em paralelo e sem prejuízo das iniciativas de aproximação com o mundo árabe e muçulmano.
A corrente de comércio e o fluxo de investimentos bilaterais com Israel vêm atingindo recordes históricos. O Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e Israel, em vigor desde abril, foi o primeiro do bloco regional com um país de fora da região.
O Presidente Lula realizou, em março, a primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro ao Estado de Israel, retribuindo a visita do Presidente israelense Shimon Peres ao Brasil, em novembro de 2009, a primeira de um Chefe de Estado desse país em mais de quarenta anos.
Também têm-se intensificado os esforços de cooperação na área de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública e cooperação técnica, de que é exemplo o acordo para cooperação conjunta em terceiros países, o que possibilita a atuação em casos de catástrofe humanitária, como no Haiti.
Por mais que nós, palestinos no Brasil, tentemos expressar nossa gratidão, será impossível expressar o que estamos sentindo de fato, neste momento. É um misto de orgulho, por também pertencer ao Brasil, um misto de emoção e gratidão, pelo reconhecimento da nossa amada Palestina como Estado, a certeza de ter acertado ao apoiar o PT e o Presidente Lula desde sempre e a satisfação de saber que toda esta confiança não foi em vão.
Obrigado Senhor Presidente! Obrigado Brasil!
Nota à Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil
Nota nº 707
Reconhecimento do Estado Palestino nas Fronteiras de 1967
03/12/2010 -
Por meio de carta enviada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em 1º de dezembro, o Governo brasileiro reconheceu o Estado palestino nas fronteiras existentes em 1967.
O reconhecimento ocorre em resposta a gestões palestinas e a carta enviada pelo Presidente Abbas ao Presidente Lula, no último dia 24 de novembro, com solicitação nesse sentido.
A iniciativa é coerente com a disposição histórica do Brasil de contribuir para o processo de paz entre Israel e Palestina, cujas negociações diretas estão neste momento interrompidas, e está em consonância com as resoluções da ONU, que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro das fronteiras de 4 de junho de 1967.
A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito.
O Brasil reafirma sua tradicional posição de favorecer um Estado palestino democrático, geograficamente coeso e economicamente viável, que viva em paz com o Estado de Israel. Apenas uma Palestina democrática, livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios israelenses por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
O Governo brasileiro considera que o apoio de países extrarregionais à solução de dois Estados é fundamental para legitimar a via negociadora como único meio para se chegar ao fim da ocupação. Tal apoio ocorre tanto por meio de respaldo político a uma solução pacífica e justa, que resulte numa paz duradoura, quanto por meio de iniciativas conducentes à construção e ao fortalecimento de instituições estatais palestinas.
Mais de cem países reconhecem o Estado palestino. Entre esses, todos os árabes, a grande maioria dos africanos, asiáticos e leste-europeus. Países que mantêm relações fluidas com Israel – como Rússia, China, África do Sul e Índia, entre outros – reconhecem o Estado palestino. Todos os parceiros do Brasil no IBAS e no BRICS já reconheceram a Palestina.
A maior parte dos reconhecimentos se seguiu à Declaração de Independência adotada pelo Conselho Nacional Palestino em novembro de 1988, em Argel.
Em seguida à Declaração de Argel, a Assembléia Geral das Nações Unidas adotou Resolução, com o voto favorável do Brasil, por meio da qual tomou conhecimento da proclamação do Estado palestino.
O Brasil reconhece, desde 1975, a OLP como legítima representante do povo palestino, dotada de personalidade de direito internacional público. Em 1993, o Brasil autorizou a abertura de Delegação Especial Palestina, com “status” diplomático semelhante às representações das Organizações Internacionais. Em 1998, o tratamento concedido à Delegação foi equiparado ao de uma Embaixada, para todos os efeitos.
Nos últimos anos, o Brasil vem intensificando seu relacionamento com a Palestina. Em 2004, foi aberto Escritório de Representação em Ramalá. O Presidente Mahmoud Abbas veio ao Brasil em duas ocasiões (maio de 2005, para participar da I Cúpula ASPA, e novembro de 2009). O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos Territórios Palestinos Ocupados em março de 2010, acompanhado de expressiva delegação empresarial.
O Brasil tem também prestado apoio material à edificação do Estado palestino. Desde 2006, tem participado de Conferências internacionais em prol da resolução do conflito no Oriente Médio, como os encontros em Annapolis (novembro de 2007), Paris (dezembro de 2007) e Sharm El-Sheikh (março de 2009). Nas duas últimas, o Brasil fez doações de cerca de US$ 20 milhões à Autoridade Nacional Palestina, aplicados em projetos em segurança alimentar, saúde, educação e desenvolvimento rural.
O Brasil tem contribuído, ainda, para projetos em benefício do povo palestino coordenados por fundos e agências internacionais como o PNUD, o Banco Mundial e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Juntas, essas contribuições se aproximam de US$ 2 milhões.
Por meio do Fundo IBAS, mantido com Índia e África do Sul, o Brasil realizou doação de US$ 3 milhões, que estão sendo investidos na construção de um centro poliesportivo em Ramalá e na recuperação de um hospital em Gaza.
O Brasil tem-se engajado também na diversificação e aprofundamento dos projetos de cooperação técnica com a Autoridade Nacional Palestina. Há iniciativas nas áreas de saúde, infraestrutura urbana, agricultura, educação, esportes e eleições.
Paralelamente, nunca foram tão robustas as relações bilaterais com Israel. Os laços entre os dois países têm-se fortalecido ao longo dos anos, em paralelo e sem prejuízo das iniciativas de aproximação com o mundo árabe e muçulmano.
A corrente de comércio e o fluxo de investimentos bilaterais com Israel vêm atingindo recordes históricos. O Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e Israel, em vigor desde abril, foi o primeiro do bloco regional com um país de fora da região.
O Presidente Lula realizou, em março, a primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro ao Estado de Israel, retribuindo a visita do Presidente israelense Shimon Peres ao Brasil, em novembro de 2009, a primeira de um Chefe de Estado desse país em mais de quarenta anos.
Também têm-se intensificado os esforços de cooperação na área de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública e cooperação técnica, de que é exemplo o acordo para cooperação conjunta em terceiros países, o que possibilita a atuação em casos de catástrofe humanitária, como no Haiti.
Pós Doutorado em CINISMO
Só para começar, este Vice- Primeiro Ministro que deu a entrevista abaixo, pertence a um país inventado pelas Nações Unidas, que sequer existia no Mapa Mundi antes da Grande Mentira do Século.
Com certeza, deve ter dado aulas ao embaixador de Israel (o país inventado) em Brasília, pois superou - e muito - o excelntíssimo senhor cínico.
Quer dizer que se os israelenses de retirarem da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, desmontarem seus malditos assentamentos e devolverem Jerusalém Oriental, não vai restar nada? E os 78% das terras palestinas tomadas em 1948? Os palestinos, vítimas da invasão e ocupação israelense, estão reivindicando 22% de suas terras originais, conforme os limites de 1967, e mesmo assim eles estão achando muito?
Só para piorar a situação do Dr. Cínico, ele ainda vem ao Brasil ensinar os brasileiros como direcionar a política externa no país. Ora, se toca!! Quem é esse cara para vir dizer ao Brasil, uma verdadeira potência mundial, o que fazer e como fazer?! Tenha a santa paciência.
Ainda, para piorar, o cara diz que os Estados Unidos da América é o único mediador equilibrado no mundo. Ah, Claro! Não são estes mesmos americanos que estão dando à Israel 30 bilhões de dólares em ajuda militar para o período entre 2008 e 2018, ou seja, 3 bilhões de dólares ao ano, para que Israel continue sendo uma ameaça aos palestinos e a todos os países da região. Onde está o equilíbrio nisso? Ou só é equilibrado quem fica do lado dos judeus? Quem fica contra é anti-semita, não é?
Vice-premiê israelense critica proximidade do Brasil com Irã e palestinos
Correio Brasileiense
Isabel Fleck
Publicação: 03/12/2010
Às vésperas da posse de Dilma Rousseff, o vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom, veio trazer uma mensagem ao novo governo: é preciso olhar com mais cuidado para o Irã. O número dois do gabinete israelense sugeriu que o Brasil deve, inclusive, preocupar-se com os desdobramentos do programa nuclear de Teerã na própria América do Sul. "Amanhã, o Irã pode dar uma bomba atômica de presente ao presidente Hugo Chávez (da Venezuela). E então, o que vai acontecer?", questiona. Para Shalom, países como o Brasil, que acreditam no caráter pacífico do programa iraniano, são "ingênuos". Ele acredita que o país pode ter um papel no processo de paz entre israelenses e palestinos, mas só se adotar uma postura menos parcial daqui para frente. "O Brasil tem de entender que, se quiser se tornar um ator importante na comunidade internacional, deve ser mais balanceado."
O senhor veio ao Brasil em um período de transição. Trouxe alguma mensagem para a presidente Dilma Rousseff?
Nós queremos melhorar nossas relações. Acreditamos que o último ano foi muito produtivo, com as viagens do presidente Lula a Israel e do presidente Shimon Peres ao Brasil. É claro que gostaríamos que o Brasil compartilhasse conosco a preocupação com o Irã, de que ele representa uma ameaça não só para Israel, mas para todo o mundo. Com a bomba nuclear, eles podem atingir todo mundo. Eles têm desenvolvido mísseis com alcance muito maior, que poderão atingir todas as capitais da Europa: Londres, Paris, Madri, Roma, Berlim. Amanhã, o Irã pode dar uma bomba atômica de presente ao presidente Hugo Chávez (da Venezuela).
O Brasil deveria se preocupar com isso?
Eu não sei. A América Latina não tem bombas atômicas até hoje. Amanhã, já não sabemos. O Irã é uma tirania, eles podem fazer o que quiserem. E se decidirem dar uma bomba ao Chávez?
O senhor considera que o Brasil é ingênuo por acreditar e defender um programa nuclear pacífico para Teerã?
Talvez. Acho que aqueles que acreditam realmente que os iranianos estão tentando desenvolver apenas energia nuclear são ingênuos. Porque todos sabemos que os iranianos estão tentando se tornar uma superpotência. E eles trabalham em duas frentes: construir uma bomba atômica e tentar minar os regimes dos países moderados da região, controlar esses países e as suas reservas de petróleo.
Nos documentos divulgados pelo site WikiLeaks nesta semana, revelou-se que Israel teria condições de atacar o Irã mesmo sem apoio dos EUA. Em quais circunstâncias isso poderia ser considerado?
Estamos dando à comunidade internacional a oportunidade de impor ao Irã sanções mais duras. Acho que nem todos os israelenses pensam como eu, que acredito no poder das sanções. Elas funcionaram com África do Sul, Líbia e Coreia do Norte, podem funcionar com o Irã. Se as sanções forem duras o suficiente, os iranianos poderão, talvez, se convencer de que é melhor não continuar esse processo. Mas Israel precisa estar preparado para qualquer cenário, e não pode conviver com a ideia de que o Irã vai virar uma potência nuclear.
Mas Teerã argumenta que Israel já tem a bomba, e que esse é um fator de desequilíbrio na região.
Israel enfrenta uma situação única. Israel é o único país no mundo cuja existência é questionada. Israel é o único país que outros membros das Nações Unidas estão pedindo para destruir. Por isso, mantemos a nossa política ambígua e não comentamos os rumores sobre Israel e seu poderio (nuclear). Mas também não é a mesma coisa. Israel é uma democracia, e não apenas um homem que pode tomar a decisão destruir todo o mundo.
Diversos países, inclusive os EUA, vêm insistindo para que Israel retome o congelamento das colônias em territórios palestinos. Qual a sua posição?
Eu sempre fui contra o congelamento, porque considero que é um obstáculo desnecessário para o processo de paz, e que não foi pedido antes pelos palestinos. O próprio Abu Mazen (Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestina) negociou por dois anos e meio com o primeiro-ministro Ehud Olmert, que não congelou os assentamentos por um dia sequer. (O ex-premiê Ariel) Sharon, por exemplo, permitiu que os colonos construíssem até o último dia (na Faixa de Gaza).
Mas isso não tornou a desocupação mais difícil?
O fato é que isso não parou Sharon. Temos que nos focar nas questões reais. E se eles querem uma desculpa para não retomar as negociações, nós vamos entender. Nós decidimos congelar os assentamentos por 10 meses, e só no último mês eles foram a Washington para conversar com Israel. Isso pode ser feito de outra maneira. É preciso ver as outras questões para um acordo, não só os assentamentos. É preciso ver a questão dos refugiados, de Jerusalém Ocidental, dos lugares sagrados, da segurança, da Faixa de Gaza.
O senhor acredita que o Brasil pode ajudar no processo de paz?
O Brasil pode desempenhar um papel importante, mas precisa ter uma postura balanceada. É o mesmo que eu digo aos europeus: você não pode aceitar todas as demandas dos palestinos e se oferecer como mediador entre nós e eles.
O Brasil não teve essa postura durante o governo Lula?
O Brasil tem de entender que, se quiser se tornar um ator importante na comunidade internacional, deve ser mais balanceado. Hoje, os únicos mediadores são os EUA, porque são mais balanceados.
Mas Washington é um tradicional aliado de Israel...
Eles não recusam apenas 1% das demandas palestinas. Se você considerar que uma solução deve ter por base um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como parte do Estado palestino, que deve retirar todos os colonos, todos os assentamentos, então o que resta? É claro que há demandas palestinas, mas precisamos negociar.
O senhor espera uma aproximação maior com Israel no governo Dilma?
Primeiro, esse é um governo que já estava no poder. É a mesma coalizão, são os mesmos partidos, então não acredito que vá haver grandes mudanças na política. Mas, é claro, temos de continuar trabalhando, e é por isso que estou aqui.
Além da questão política, o que mais pode avançar?
Eu vim ao Brasil com alguns objetivos: estreitar a relação entre os dois países, encontrar maneiras de as empresas israelenses trabalharem aqui. Tive um encontro com o ministro Miguel Jorge para tratar de como as empresas israelenses podem participar da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos, porque as empresas israelenses estiveram muito envolvidas nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, especialmente nas áreas de segurança, comunicações e infraestrutura.
Com certeza, deve ter dado aulas ao embaixador de Israel (o país inventado) em Brasília, pois superou - e muito - o excelntíssimo senhor cínico.
Quer dizer que se os israelenses de retirarem da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, desmontarem seus malditos assentamentos e devolverem Jerusalém Oriental, não vai restar nada? E os 78% das terras palestinas tomadas em 1948? Os palestinos, vítimas da invasão e ocupação israelense, estão reivindicando 22% de suas terras originais, conforme os limites de 1967, e mesmo assim eles estão achando muito?
Só para piorar a situação do Dr. Cínico, ele ainda vem ao Brasil ensinar os brasileiros como direcionar a política externa no país. Ora, se toca!! Quem é esse cara para vir dizer ao Brasil, uma verdadeira potência mundial, o que fazer e como fazer?! Tenha a santa paciência.
Ainda, para piorar, o cara diz que os Estados Unidos da América é o único mediador equilibrado no mundo. Ah, Claro! Não são estes mesmos americanos que estão dando à Israel 30 bilhões de dólares em ajuda militar para o período entre 2008 e 2018, ou seja, 3 bilhões de dólares ao ano, para que Israel continue sendo uma ameaça aos palestinos e a todos os países da região. Onde está o equilíbrio nisso? Ou só é equilibrado quem fica do lado dos judeus? Quem fica contra é anti-semita, não é?
Vice-premiê israelense critica proximidade do Brasil com Irã e palestinos
Correio Brasileiense
Isabel Fleck
Publicação: 03/12/2010
Às vésperas da posse de Dilma Rousseff, o vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom, veio trazer uma mensagem ao novo governo: é preciso olhar com mais cuidado para o Irã. O número dois do gabinete israelense sugeriu que o Brasil deve, inclusive, preocupar-se com os desdobramentos do programa nuclear de Teerã na própria América do Sul. "Amanhã, o Irã pode dar uma bomba atômica de presente ao presidente Hugo Chávez (da Venezuela). E então, o que vai acontecer?", questiona. Para Shalom, países como o Brasil, que acreditam no caráter pacífico do programa iraniano, são "ingênuos". Ele acredita que o país pode ter um papel no processo de paz entre israelenses e palestinos, mas só se adotar uma postura menos parcial daqui para frente. "O Brasil tem de entender que, se quiser se tornar um ator importante na comunidade internacional, deve ser mais balanceado."
O senhor veio ao Brasil em um período de transição. Trouxe alguma mensagem para a presidente Dilma Rousseff?
Nós queremos melhorar nossas relações. Acreditamos que o último ano foi muito produtivo, com as viagens do presidente Lula a Israel e do presidente Shimon Peres ao Brasil. É claro que gostaríamos que o Brasil compartilhasse conosco a preocupação com o Irã, de que ele representa uma ameaça não só para Israel, mas para todo o mundo. Com a bomba nuclear, eles podem atingir todo mundo. Eles têm desenvolvido mísseis com alcance muito maior, que poderão atingir todas as capitais da Europa: Londres, Paris, Madri, Roma, Berlim. Amanhã, o Irã pode dar uma bomba atômica de presente ao presidente Hugo Chávez (da Venezuela).
O Brasil deveria se preocupar com isso?
Eu não sei. A América Latina não tem bombas atômicas até hoje. Amanhã, já não sabemos. O Irã é uma tirania, eles podem fazer o que quiserem. E se decidirem dar uma bomba ao Chávez?
O senhor considera que o Brasil é ingênuo por acreditar e defender um programa nuclear pacífico para Teerã?
Talvez. Acho que aqueles que acreditam realmente que os iranianos estão tentando desenvolver apenas energia nuclear são ingênuos. Porque todos sabemos que os iranianos estão tentando se tornar uma superpotência. E eles trabalham em duas frentes: construir uma bomba atômica e tentar minar os regimes dos países moderados da região, controlar esses países e as suas reservas de petróleo.
Nos documentos divulgados pelo site WikiLeaks nesta semana, revelou-se que Israel teria condições de atacar o Irã mesmo sem apoio dos EUA. Em quais circunstâncias isso poderia ser considerado?
Estamos dando à comunidade internacional a oportunidade de impor ao Irã sanções mais duras. Acho que nem todos os israelenses pensam como eu, que acredito no poder das sanções. Elas funcionaram com África do Sul, Líbia e Coreia do Norte, podem funcionar com o Irã. Se as sanções forem duras o suficiente, os iranianos poderão, talvez, se convencer de que é melhor não continuar esse processo. Mas Israel precisa estar preparado para qualquer cenário, e não pode conviver com a ideia de que o Irã vai virar uma potência nuclear.
Mas Teerã argumenta que Israel já tem a bomba, e que esse é um fator de desequilíbrio na região.
Israel enfrenta uma situação única. Israel é o único país no mundo cuja existência é questionada. Israel é o único país que outros membros das Nações Unidas estão pedindo para destruir. Por isso, mantemos a nossa política ambígua e não comentamos os rumores sobre Israel e seu poderio (nuclear). Mas também não é a mesma coisa. Israel é uma democracia, e não apenas um homem que pode tomar a decisão destruir todo o mundo.
Diversos países, inclusive os EUA, vêm insistindo para que Israel retome o congelamento das colônias em territórios palestinos. Qual a sua posição?
Eu sempre fui contra o congelamento, porque considero que é um obstáculo desnecessário para o processo de paz, e que não foi pedido antes pelos palestinos. O próprio Abu Mazen (Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Palestina) negociou por dois anos e meio com o primeiro-ministro Ehud Olmert, que não congelou os assentamentos por um dia sequer. (O ex-premiê Ariel) Sharon, por exemplo, permitiu que os colonos construíssem até o último dia (na Faixa de Gaza).
Mas isso não tornou a desocupação mais difícil?
O fato é que isso não parou Sharon. Temos que nos focar nas questões reais. E se eles querem uma desculpa para não retomar as negociações, nós vamos entender. Nós decidimos congelar os assentamentos por 10 meses, e só no último mês eles foram a Washington para conversar com Israel. Isso pode ser feito de outra maneira. É preciso ver as outras questões para um acordo, não só os assentamentos. É preciso ver a questão dos refugiados, de Jerusalém Ocidental, dos lugares sagrados, da segurança, da Faixa de Gaza.
O senhor acredita que o Brasil pode ajudar no processo de paz?
O Brasil pode desempenhar um papel importante, mas precisa ter uma postura balanceada. É o mesmo que eu digo aos europeus: você não pode aceitar todas as demandas dos palestinos e se oferecer como mediador entre nós e eles.
O Brasil não teve essa postura durante o governo Lula?
O Brasil tem de entender que, se quiser se tornar um ator importante na comunidade internacional, deve ser mais balanceado. Hoje, os únicos mediadores são os EUA, porque são mais balanceados.
Mas Washington é um tradicional aliado de Israel...
Eles não recusam apenas 1% das demandas palestinas. Se você considerar que uma solução deve ter por base um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como parte do Estado palestino, que deve retirar todos os colonos, todos os assentamentos, então o que resta? É claro que há demandas palestinas, mas precisamos negociar.
O senhor espera uma aproximação maior com Israel no governo Dilma?
Primeiro, esse é um governo que já estava no poder. É a mesma coalizão, são os mesmos partidos, então não acredito que vá haver grandes mudanças na política. Mas, é claro, temos de continuar trabalhando, e é por isso que estou aqui.
Além da questão política, o que mais pode avançar?
Eu vim ao Brasil com alguns objetivos: estreitar a relação entre os dois países, encontrar maneiras de as empresas israelenses trabalharem aqui. Tive um encontro com o ministro Miguel Jorge para tratar de como as empresas israelenses podem participar da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos, porque as empresas israelenses estiveram muito envolvidas nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, especialmente nas áreas de segurança, comunicações e infraestrutura.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Vivas!!!
Embaixador da Palestina pede mediação brasileira no conflito com Israel
Ibrahim Al Zeben veio à UnB comemorar Dia de Solidariedade ao Povo Palestino e disse que o país é exemplo de convivência para árabes e judeus
Amazonir Fulni-ô - Da Secretaria de Comunicação da UnB
A convivência pacífica entre várias etnias faz do Brasil um exemplo a ser seguido por Israel e Palestina. A comparação foi feita pelo embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Al Zeben, durante conferência na UnB. “O Brasil também poderia ser um bom mediador no conflito entre judeus e árabes, uma vez que é amigo de ambos e a sua presença internacional é importante na luta pelo princípio da procura da paz”, acrescentou.
A conferência do embaixador aconteceu em comemoração ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, na tarde desta terça-feira, 1 de dezembro. Experiências, sugestões e opiniões sobre a temática foram discutidas, como por exemplo a criação de um grupo de estudo permanente na própria UnB. Para Ibrahim, o evento não é só uma atividade política, mas sim acadêmica. “Quem sabe daqui saiam boas ideias para ajudar a solucionar o problema”.
O estudante de História Ayub Naser é filho de árabes que estão no Brasil desde a década de 60. Ele pretende usar seu conhecimento na luta pelo reconhecimento do estado palestino. Aiub visita a Palestina a cada dois anos. Segundo ele, sua entrada no país é muito complicada porque depende obrigatoriamente da autorização de Israel, que controla todo o espaço aéreo e terrestre. “Espero que a Universidade possa criar um espaço de estudos do Oriente Médio para abordar essas questões e que nos debates possam surgir soluções para esse problema”, disse.
A doutoranda em antropologia Sonia Cristina Hamid, filha de palestinos que migraram para o Brasil na década de 50, acredita que esse encontro já abre um diálogo na Universidade, cujo papel é informar e aprofundar os estudos. Ela diz que é preciso ver os problemas dos discursos de ambos os lados. “Quem sabe com aprofundamento dos estudos e difusão de mais informações não conseguiremos desmistificar essa visão que existe do Oriente Médio sobre o terrorismo e a submissão feminina, por exemplo”, concluiu.
A mobilização em torno do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, comemorada em 29 de novembro, conta ainda com a projeção do filme Nós e Outros: um retrato de Edward Said, no Anfiteatro 9, ao meio dia desta qquinta-feira, 2 de dezembro.
Ibrahim Al Zeben veio à UnB comemorar Dia de Solidariedade ao Povo Palestino e disse que o país é exemplo de convivência para árabes e judeus
Amazonir Fulni-ô - Da Secretaria de Comunicação da UnB
A convivência pacífica entre várias etnias faz do Brasil um exemplo a ser seguido por Israel e Palestina. A comparação foi feita pelo embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Al Zeben, durante conferência na UnB. “O Brasil também poderia ser um bom mediador no conflito entre judeus e árabes, uma vez que é amigo de ambos e a sua presença internacional é importante na luta pelo princípio da procura da paz”, acrescentou.
A conferência do embaixador aconteceu em comemoração ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, na tarde desta terça-feira, 1 de dezembro. Experiências, sugestões e opiniões sobre a temática foram discutidas, como por exemplo a criação de um grupo de estudo permanente na própria UnB. Para Ibrahim, o evento não é só uma atividade política, mas sim acadêmica. “Quem sabe daqui saiam boas ideias para ajudar a solucionar o problema”.
O estudante de História Ayub Naser é filho de árabes que estão no Brasil desde a década de 60. Ele pretende usar seu conhecimento na luta pelo reconhecimento do estado palestino. Aiub visita a Palestina a cada dois anos. Segundo ele, sua entrada no país é muito complicada porque depende obrigatoriamente da autorização de Israel, que controla todo o espaço aéreo e terrestre. “Espero que a Universidade possa criar um espaço de estudos do Oriente Médio para abordar essas questões e que nos debates possam surgir soluções para esse problema”, disse.
A doutoranda em antropologia Sonia Cristina Hamid, filha de palestinos que migraram para o Brasil na década de 50, acredita que esse encontro já abre um diálogo na Universidade, cujo papel é informar e aprofundar os estudos. Ela diz que é preciso ver os problemas dos discursos de ambos os lados. “Quem sabe com aprofundamento dos estudos e difusão de mais informações não conseguiremos desmistificar essa visão que existe do Oriente Médio sobre o terrorismo e a submissão feminina, por exemplo”, concluiu.
A mobilização em torno do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, comemorada em 29 de novembro, conta ainda com a projeção do filme Nós e Outros: um retrato de Edward Said, no Anfiteatro 9, ao meio dia desta qquinta-feira, 2 de dezembro.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Todo o meu respeito ao Senador José Nery
Agência Senado
30/11/2010
José Nery propõe que o Senado assuma como sua a causa palestina
"O Senado brasileiro deveria assumir, como sua, a causa da liberdade do povo palestino, posto que até agora o governo brasileiro pouco fez para enfrentar esta situação e denunciar a política criminosa do Estado de Israel". A sugestão foi feita pelo senador José Nery (PSOL-PA) durante a hora do expediente da sessão dessa terça-feira (30), destinada a comemorar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.
O senador recomendou ao Ministério das Relações Exteriores do próximo governo que reconheça o direito à unidade nacional da Palestina "como já fizeram os países nórdicos e a Suíça". Na avaliação de Nery, em violação sistemática às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), os israelenses têm imposto aos palestinos a espoliação de suas melhores terras agrícolas, a repressão e operações militares maciças, a anexação de seus territórios, a demolição de casas, além da morte e prisão de vários militantes políticos.
- Nesse momento está em curso uma estratégia que visa provocar, pelo terror e a fome, a saída dos territórios palestinos e a dispersão de uma fração importante do seu povo, para conseguir então impor um 'Estado' palestino partido ao meio, sem soberania e assentado em alguns enclaves isolados, rodeados de colônias israelenses, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza - afirmou José Nery.
30/11/2010
José Nery propõe que o Senado assuma como sua a causa palestina
"O Senado brasileiro deveria assumir, como sua, a causa da liberdade do povo palestino, posto que até agora o governo brasileiro pouco fez para enfrentar esta situação e denunciar a política criminosa do Estado de Israel". A sugestão foi feita pelo senador José Nery (PSOL-PA) durante a hora do expediente da sessão dessa terça-feira (30), destinada a comemorar o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.
O senador recomendou ao Ministério das Relações Exteriores do próximo governo que reconheça o direito à unidade nacional da Palestina "como já fizeram os países nórdicos e a Suíça". Na avaliação de Nery, em violação sistemática às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), os israelenses têm imposto aos palestinos a espoliação de suas melhores terras agrícolas, a repressão e operações militares maciças, a anexação de seus territórios, a demolição de casas, além da morte e prisão de vários militantes políticos.
- Nesse momento está em curso uma estratégia que visa provocar, pelo terror e a fome, a saída dos territórios palestinos e a dispersão de uma fração importante do seu povo, para conseguir então impor um 'Estado' palestino partido ao meio, sem soberania e assentado em alguns enclaves isolados, rodeados de colônias israelenses, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza - afirmou José Nery.
Senador Eduardo Suplicy - Meu Herói
Agência Senado
30/11/2010
Suplicy defende o direito dos palestinos a seu próprio Estado
"O povo palestino, com seus laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos, tem o direito de se estabelecer em um território livre", defendeu o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) durante homenagem do Senado nesta desta terça-feira (30) ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. O senador disse que o ano de 2010 tem sido marcado por ações que estão contribuindo para a construção de uma relação harmoniosa entre os povos do Oriente Médio.
Eduardo Suplicy destacou entre as medidas favoráveis ao fim do conflito o acordo celebrado em setembro entre o presidente palestino Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para a elaboração de um estatuto permanente que sirva como marco zero para a paz na região. Primeiro signatário do requerimento que propôs a destinação da hora do expediente à homenagem, o senador observou que a Autoridade Palestina vem fazendo o necessário para completar seu programa de preparação para adquirir a condição de Estado.
- Hoje, há um amplo consenso internacional sobre a necessidade de por fim à ocupação que começou em 1967. É necessário que se tenha o estabelecimento de um Estado Palestino livre, não se esquecendo das preocupações fundamentais com a segurança de todas as partes envolvidas na questão, bem como a solução da difícil situação dos refugiados. Também deverá se assegurar, ao final das negociações, que a cidade de Jerusalém seja reconhecida como capital dos dois Estados - afirmou o senador por São Paulo.
30/11/2010
Suplicy defende o direito dos palestinos a seu próprio Estado
"O povo palestino, com seus laços históricos, culturais, econômicos e linguísticos, tem o direito de se estabelecer em um território livre", defendeu o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) durante homenagem do Senado nesta desta terça-feira (30) ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. O senador disse que o ano de 2010 tem sido marcado por ações que estão contribuindo para a construção de uma relação harmoniosa entre os povos do Oriente Médio.
Eduardo Suplicy destacou entre as medidas favoráveis ao fim do conflito o acordo celebrado em setembro entre o presidente palestino Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para a elaboração de um estatuto permanente que sirva como marco zero para a paz na região. Primeiro signatário do requerimento que propôs a destinação da hora do expediente à homenagem, o senador observou que a Autoridade Palestina vem fazendo o necessário para completar seu programa de preparação para adquirir a condição de Estado.
- Hoje, há um amplo consenso internacional sobre a necessidade de por fim à ocupação que começou em 1967. É necessário que se tenha o estabelecimento de um Estado Palestino livre, não se esquecendo das preocupações fundamentais com a segurança de todas as partes envolvidas na questão, bem como a solução da difícil situação dos refugiados. Também deverá se assegurar, ao final das negociações, que a cidade de Jerusalém seja reconhecida como capital dos dois Estados - afirmou o senador por São Paulo.
Obrigado Brasil
Agência Senado
30/11/2010 -
Senado celebra Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino
Atendendo a requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o Senado realizou celebração, nesta terça-feira (30), pela passagem do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, na segunda-feira (29). No dia 29 de novembro de 1947, a Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) propôs, pela primeira vez, a criação de dois Estados com o objetivo de estabelecer a paz entre árabes e judeus.
Falando em nome da Presidência, o senador Mão Santa (PSC-PI) solidarizou-se com a luta do povo palestino pela criação do seu próprio Estado. Ele também destacou a tradição da diplomacia brasileira de respeitar a soberania das nações e a autodeterminação dos povos. Mão Santa disse ainda que o brasileiro, por ser um povo amante da liberdade e da paz, repugna-se diante de qualquer forma de opressão e de injustiça.
- O Senado do Brasil não vira a cabeça fingindo não enxergar. Nossa solidariedade com o povo palestino é firme e ativa. Basta de derramamento de sangue, basta de injustiça, de opressão e de exploração: viva a Palestina livre e independente - afirmou.
Delegação Palestina
Uma intervenção da comunidade internacional para pôr fim ao conflito no Oriente Médio que já dura mais de 63 anos consecutivos foi o que pediu o embaixador da delegação especial da Palestina, Ibrahim Al Zeben, ao agradecer a homenagem prestada pelo Senado Federal. Ele criticou o fato de a comunidade internacional vir tratando de forma igualitária tanto o "estado ocupante", Israel, quanto "a vítima palestina".
- É hora que se cumpram os compromissos do presidente Obama, do G-4 e da União Européia de criar o Estado da Palestina até setembro de 2011, dentro da visão de dois estados para dois povos. Nós estamos prontos para assumir nosso compromisso e responsabilidades com a comunidade internacional, com o vizinho Israel e com a história - declarou Ibrahim Al Zeben.
Também estiveram presentes à sessão de homenagem os embaixadores do Kuaite, Yousef Ahmad Abdulsamad; da Liga Árabe, Bachar Yagui; do Iraque, Baker Fattah Hussen; do Egito, Ahmed Hassan Ibraim Darwish; da Arábia Saudita, Mohamad Amim Kurdi; do Marrocos, Mahamed Louafa; da Tunísia, Seifeddine Cherif; e do Irã, Majid Ghahremani; além do ministro da embaixada do Sudão, Abdelaziz Hassan Salih; o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Andrés Ramirez; e o chefe da divisão do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Cláudio César Nascimento.
Roberto Homem / Agência Senado
30/11/2010 -
Senado celebra Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino
Atendendo a requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o Senado realizou celebração, nesta terça-feira (30), pela passagem do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, na segunda-feira (29). No dia 29 de novembro de 1947, a Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) propôs, pela primeira vez, a criação de dois Estados com o objetivo de estabelecer a paz entre árabes e judeus.
Falando em nome da Presidência, o senador Mão Santa (PSC-PI) solidarizou-se com a luta do povo palestino pela criação do seu próprio Estado. Ele também destacou a tradição da diplomacia brasileira de respeitar a soberania das nações e a autodeterminação dos povos. Mão Santa disse ainda que o brasileiro, por ser um povo amante da liberdade e da paz, repugna-se diante de qualquer forma de opressão e de injustiça.
- O Senado do Brasil não vira a cabeça fingindo não enxergar. Nossa solidariedade com o povo palestino é firme e ativa. Basta de derramamento de sangue, basta de injustiça, de opressão e de exploração: viva a Palestina livre e independente - afirmou.
Delegação Palestina
Uma intervenção da comunidade internacional para pôr fim ao conflito no Oriente Médio que já dura mais de 63 anos consecutivos foi o que pediu o embaixador da delegação especial da Palestina, Ibrahim Al Zeben, ao agradecer a homenagem prestada pelo Senado Federal. Ele criticou o fato de a comunidade internacional vir tratando de forma igualitária tanto o "estado ocupante", Israel, quanto "a vítima palestina".
- É hora que se cumpram os compromissos do presidente Obama, do G-4 e da União Européia de criar o Estado da Palestina até setembro de 2011, dentro da visão de dois estados para dois povos. Nós estamos prontos para assumir nosso compromisso e responsabilidades com a comunidade internacional, com o vizinho Israel e com a história - declarou Ibrahim Al Zeben.
Também estiveram presentes à sessão de homenagem os embaixadores do Kuaite, Yousef Ahmad Abdulsamad; da Liga Árabe, Bachar Yagui; do Iraque, Baker Fattah Hussen; do Egito, Ahmed Hassan Ibraim Darwish; da Arábia Saudita, Mohamad Amim Kurdi; do Marrocos, Mahamed Louafa; da Tunísia, Seifeddine Cherif; e do Irã, Majid Ghahremani; além do ministro da embaixada do Sudão, Abdelaziz Hassan Salih; o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Andrés Ramirez; e o chefe da divisão do Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Cláudio César Nascimento.
Roberto Homem / Agência Senado
Todos os palestinos querem a paz. E os israelenses?
Folha de São Paulo
01/12/2010 -
Hamas diz que honraria referendo sobre acordo de paz com Israel
NIDAL AL MUGHRABI
DA REUTERS, EM GAZA
O movimento islâmico palestino Hamas, cuja carta de princípios defende a eliminação de Israel, aceitaria o resultado de um referendo palestino sobre um futuro tratado de paz com o país, disse nesta quarta-feira seu líder.
Falando em uma rara coletiva de imprensa no enclave bloqueado por Israel, Ismail Haniyeh assinalou um abrandamento da posição que o Hamas mantém há muito tempo, a qual exclui a cessão de qualquer parte do território que até 1948 foi a Palestina sob mandato britânico.
"Aceitamos um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, a libertação de prisioneiros palestinos e a resolução da questão dos refugiados", disse Haniyeh, aludindo ao ano da Guerra dos Seis Dias, em que Israel capturou Jerusalém Oriental (a parte árabe da cidade), a Cisjordânia e a faixa de Gaza.
"O Hamas respeitará os resultados [de um referendo], independentemente de eles diferirem de sua ideologia e seus princípios", disse Haniyeh, desde que o dito referendo abrangesse todos os palestinos da faixa de Gaza, da Cisjordânia e da diáspora.
Redigida em 1988, a carta do Hamas considera a terra inteira da Palestina, incluindo o atual Israel, como pertencente aos muçulmanos. A ideia de um referendo sobre um futuro acordo de paz com Israel foi rejeitada por alguns líderes do Hamas quando proposta pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, vários meses atrás.
Desde então, as negociações entre Abbas e Israel vêm tropeçando por causa da recusa de Israel de suspender as construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia, incluindo os de Jerusalém Oriental.
NÃO HÁ AL QAEDA EM GAZA
Haniyeh disse que Israel não está disposto a dar aos palestinos um Estado plenamente soberano e que, por essa razão, ele não tem esperança de que rendam frutos as frágeis tentativas mediadas pelos EUA de reativar o processo de paz.
Ele disse que seu movimento está disposto a cooperar com países ocidentais e europeus "que queiram ajudar o povo palestino a recuperar seus direitos". Os EUA e a União Europeia qualificam o Hamas de organização terrorista e não reconhecem sua autoridade na faixa de Gaza.
"Exortamos os chanceleres europeus a rever sua posição relativa às reuniões com o governo eleito", disse Haniyeh, acrescentando que contatos sobre isso estão sendo feitos com representantes das Nações Unidas na faixa de Gaza.
Haniyeh negou a alegação de Israel de que os militares israelenses teriam matado três membros da organização Al Qaeda na Faixa de Gaza no mês passado.
Israel disse que dois dos três militantes que matou em novembro planejavam ataques contra turistas israelenses e ocidentais no território egípcio do Sinai.
Haniyeh disse que uma prioridade de seu governo é evitar uma escalada militar com Israel, por meio da persuasão de outras facções militantes a preservar um cessar-fogo "de facto".
Ele afirmou ainda que o Hamas já se distanciou repetidas vezes da Al Qaeda e não hesitou em condenar ataques reivindicados por essa organização em algumas capitais árabes e ocidentais.
01/12/2010 -
Hamas diz que honraria referendo sobre acordo de paz com Israel
NIDAL AL MUGHRABI
DA REUTERS, EM GAZA
O movimento islâmico palestino Hamas, cuja carta de princípios defende a eliminação de Israel, aceitaria o resultado de um referendo palestino sobre um futuro tratado de paz com o país, disse nesta quarta-feira seu líder.
Falando em uma rara coletiva de imprensa no enclave bloqueado por Israel, Ismail Haniyeh assinalou um abrandamento da posição que o Hamas mantém há muito tempo, a qual exclui a cessão de qualquer parte do território que até 1948 foi a Palestina sob mandato britânico.
"Aceitamos um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, a libertação de prisioneiros palestinos e a resolução da questão dos refugiados", disse Haniyeh, aludindo ao ano da Guerra dos Seis Dias, em que Israel capturou Jerusalém Oriental (a parte árabe da cidade), a Cisjordânia e a faixa de Gaza.
"O Hamas respeitará os resultados [de um referendo], independentemente de eles diferirem de sua ideologia e seus princípios", disse Haniyeh, desde que o dito referendo abrangesse todos os palestinos da faixa de Gaza, da Cisjordânia e da diáspora.
Redigida em 1988, a carta do Hamas considera a terra inteira da Palestina, incluindo o atual Israel, como pertencente aos muçulmanos. A ideia de um referendo sobre um futuro acordo de paz com Israel foi rejeitada por alguns líderes do Hamas quando proposta pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, vários meses atrás.
Desde então, as negociações entre Abbas e Israel vêm tropeçando por causa da recusa de Israel de suspender as construções nos assentamentos judaicos da Cisjordânia, incluindo os de Jerusalém Oriental.
NÃO HÁ AL QAEDA EM GAZA
Haniyeh disse que Israel não está disposto a dar aos palestinos um Estado plenamente soberano e que, por essa razão, ele não tem esperança de que rendam frutos as frágeis tentativas mediadas pelos EUA de reativar o processo de paz.
Ele disse que seu movimento está disposto a cooperar com países ocidentais e europeus "que queiram ajudar o povo palestino a recuperar seus direitos". Os EUA e a União Europeia qualificam o Hamas de organização terrorista e não reconhecem sua autoridade na faixa de Gaza.
"Exortamos os chanceleres europeus a rever sua posição relativa às reuniões com o governo eleito", disse Haniyeh, acrescentando que contatos sobre isso estão sendo feitos com representantes das Nações Unidas na faixa de Gaza.
Haniyeh negou a alegação de Israel de que os militares israelenses teriam matado três membros da organização Al Qaeda na Faixa de Gaza no mês passado.
Israel disse que dois dos três militantes que matou em novembro planejavam ataques contra turistas israelenses e ocidentais no território egípcio do Sinai.
Haniyeh disse que uma prioridade de seu governo é evitar uma escalada militar com Israel, por meio da persuasão de outras facções militantes a preservar um cessar-fogo "de facto".
Ele afirmou ainda que o Hamas já se distanciou repetidas vezes da Al Qaeda e não hesitou em condenar ataques reivindicados por essa organização em algumas capitais árabes e ocidentais.
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