sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mensagem do Embaixador da Síria

Nota à imprensa do Embaixador da República Árabe da Síria no Brasil.

Desde que começaram os acontecimentos na Síria, as forças de segurança e os membros do exército têm enfrentado os grupos terroristas armados, que têm protagonizado uma matança contra os cidadãos sírios, usando armas e plantando minas terrestres nas estradas e locais densamente habitados. Têm interditado ruas, cometido seqüestros, estupros e bombardeios contra os prédios públicos e privados, com o uso de metralhadoras do tipo  RPG e atirando aleatoriamente.
Apesar de todos estes atos, os mentores deste complô tentam enganar a opinião pública e distorcer os fatos, utilizando-se dos mais diferentes meios, incitam as matanças e o terrorismo e ignoram estes grupos terroristas.
Há alguns dias, o mundo ouviu as declarações de algumas autoridades libanesas, confirmando a existência de grupos pertencentes à organização Al Qaeda, que entraram na Síria através da cidade fronteiriça de Arsal.
Na última sexta-feira, 23/12/2011, estes grupos terroristas executaram dois atos suicidas, através da explosão de dois carros-bomba, que continham mais de 200 quilos de explosivos, em frente ao Departamento de Segurança do Estado e de uma delegacia local, vitimando dezenas de pessoas entre militares e civis, além da imensa destruição dos prédios vizinhos e de um grande número de carros que passavam pelo local.
Estes dois atos terroristas configuram uma nova espiral e confirmam o envolvimento da organização Al Qaeda nos acontecimentos na Síria.
Atenciosamente,
                        Embaixador da República Árabe da Síria no Brasil
                                           Mohammed Khaddour
Brasília, em 29/12/2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ou o que sobrou da Palestina....

estadao.com.br
Gustavo Chacra

Durante as minhas férias, pré-candidato republicano afirmou que os palestinos são um povo inventado. Ele foi corretamente criticado por uma série de pessoas com conhecimento mínimo da realidade. Afinal, o que são aqueles 3,5 milhões de pessoas que habitam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, sem falar nos cerca de 1 milhão de refugiados nos países vizinhos?
Podem chamá-los do que quiserem, mas as pessoas que vivem em Gaza, Nablus, Ramallah, Belém, Jericó e Hebron precisam ser alguma coisa. Se a Palestina não existe e aquele território é de Israel, logo eles precisam receber imediatamente a cidadania israelense. Não existe outra alternativa, a não ser o Apartheid. Se, por outro lado, forem chamados de palestinos, devem ter o direito de ter um Estado.
Alguns dizem que a nação deles seria a Jordânia. Mesmo que estejam corretos (não estão), como transferir 3,5 milhões de pessoas de suas casas onde vivem há dezenas de gerações? Isso seria limpeza étnica, um crime contra a humanidade.
A melhor solução para o conflito no Oriente Médio ainda é a criação de um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Os principais blocos de assentamentos próximos da fronteira ficariam com Israel em troca de terras em outras áreas. Jerusalém seria uma municipalidade unificada, mas capital dos dois países. Os refugiados poderiam retornar para o que seria a Palestina, mas não Israel.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Reinvenção

Ok, eu concordo que a comida árabe é deliciosa e merece ser aprendida, copiada e apreciada por todos, mas trocar o nome das nossas comidas? Aí já é demais!
Já não basta que os israelenses roubaram nosso país, nossas terras, nossas riquezas, nossas casas, nossas oliveiras, nosso mar e tudo mais que a Palestina tem de maravilhoso, agora querem também se apropriar da nossa identidade, nossa cultura, nossos trajes, nossa culinária e nossas tradições.
Já não bastava transformar o nosso falafel (bolinho de grão de bico) em hamburguer israelense? Já não bastava adotar o nosso hábito de comer lentilhas? Agora estão vendendo nossos bordados palestinos como se fossem bordados israelenses, já estão vendendo os nossos artesanatos em madeira, principalmente os presépios, como se fossem deles, estão adotando nossas receitas nas ceias de festas religiosas judias e forjando mil e um documentos para comprovar que a origem de tudo. Eu disse "forjando".
Quer saber? Não adianta! Nós somos a origem de toda esta cultura e vocês, israelenses, não passam de uns imitões que nunca vão capturar a alma do que é ser PALESTINO.
Sinto muito por vocês!
A propósito, minhas filhas já sabem tudo sobre a nossa cultura e vão passar para os meus netos tudo o que eu ensinei sobre ser palestino. Portanto, desistam de querer apagar a nossa identidade. Nós sempre daremos um jeito de nos reinventar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Iniciativas que fazem a diferença.

Nota à imprensa - Ministério das Relações Exteriores
www.itamaraty.gob.br


Nota nº 453

Cooperação no âmbito do Fundo IBAS - Inauguração de Centro Multiesportivo em Ramalá

21/11/2011 -
Realizou-se, em 19 de novembro, na cidade de Ramalá, Palestina, a cerimônia de inauguração de Centro Multiesportivo. A cerimônia marcou a conclusão do primeiro projeto de cooperação promovido pelo Fundo IBAS na Palestina.
Índia, Brasil e África do Sul executam, ainda, outros dois projetos na Palestina: o de reabilitação do Centro Hospitalar e Cultural da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (Hospital Al Quds), na Faixa de Gaza, e o de construção de Centro para Pessoas com Necessidades Especiais, na cidade de Nablus.
O Fundo IBAS foi criado em maio de 2004, e consolida-se como importante mecanismo de cooperação Sul-Sul. Tem por objetivo apoiar projetos auto-sustentáveis e replicáveis que, baseados nas capacidades disponíveis nos países do IBAS e em suas experiências nacionais exitosas, contribuam com as demandas de outros países, particularmente os de Menor Desenvolvimento Relativo (MDRs) ou saídos de conflitos. O Fundo busca ainda contribuir para a consecução das Metas do Milênio.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Nós e a Unesco

Admitir a Palestina como um Estado membro na Unesco pode não parecer grande coisa para muitos, mas é um grande passo para todos nós palestinos, que estamos presenciando um marco histórico na nossa luta pelo nosso reconhecimento como estado.
Pode parecer bobagem, já que esta Organização das Nações Unidas trata de educação e cultura e nada tem a ver com o processo pelo reconhecimento do Estado da Palestina e todas as questões espinhosas ligadas à ele. Mas como disse o renomado jornalista Gustavo Chacra, não existem motivos para que Israel e Estados Unidos da América se oponham à este reconhecimento. É claro que tem aí uma certa ingenuidade do amigo Gustavo, mas é uma questão de retórica.
Qualquer tipo de reconhecimento que se refira aos palestinos é um passo adiante para a Causa Palestina. Isso, é claro, não interessa aos israelenses e americanos que trabalharam arduamente durante seis décadas em prol da estagnação das negociações. A verdade é esta: Nós nunca conseguimos sair do lugar porque acreditávamos nas intenções dos israelenses e americanos. Agora que os palestinos resolveram parar de acreditar na mentira das negociações de paz e dar um passo adiante, no âmbito das Nações Unidas, veremos o lado sórdido da tramóia israelo-americana, que inclui o corte de verbas, as sabotagens e as chantagens inerentes aos posicionamentos mais firmes.
Enquanto temos o apoio de mais de 120 países para o nosso reconhecimento como estado, temos por outro lado os países que são vitimas da chantagem dos americanos e dependentes do dinheiro deles para manterem  suas economias e suas engrenagens em pleno funcionamento. Por mais que se fale em autonomia dos países, está aí um exemplo claro que de não existe autonomia quando se depende financeiramente de outros. É um joguinho sórdido, muito bem explorado pelos americanos e israelenses.
Mas, em contrapartida, temos o lado bom da evolução na nova ordem mundial à nosso favor. Isso mesmo! Temos o Brasil, uma verdadeira autoridade no que se refere à energias renováveis, temos a China, o monstro da indústria mundial, temos a Índia com seu novo modelo de economia moderna e temos a nossa tradicional Russia, que nunca deixou de ser uma potência, liderando este processo de reconhecimento do Estado da Palestina. Quanto aos americanos, estes já tem problemas econômicos demais e estão em queda livre rumo à falência.
Então vou fazer uma perguntinha para Israel: Quem vai financiar os seus desmandos quando os americanos falirem?
Cuidado, hein! É bom começar a pensar nisso!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Preso e presos

Desde que anunciaram a troca de Gilad Shalit, o soldado israelense preso pelo Hamas num dos confrontos entre os palestinos de Gaza e o exército de Israel, por mais de 400 presos palestinos, fiquei tentando imaginar o valor da vida de um palestino na visão dos judeus.
Parece que não vale nada, nadinha mesmo, não somente na visão dos judeus, mas também dos americanos e europeus.
Ontem, depois que a imprensa noticiou, em primeiro momento, a soltura dos presos palestinos, fiquei vendo como esta conduziu o fato. De um lado um único soldado israelense, jovem, magrinho, com cara de derrotado e sofrido, sendo recebido pela família emocionada que ficou cinco anos sem ver o filho, milhares de judeus comemorando o fato e um abraço apertado de Benyamin Netanyahu, o Primeiro Ministro de Israel. Do outro lado, centenas de palestinos maltrapilhos, de barbas longas, olhar perdido e sem saber o que dizer para a imprensa internacional. Alguns até fizeram ameaças, outros falavam com uma mistura de medo e emoção, mas nem por um momento houve uma cobertura sobre o estado emocional deles ou de suas famílias.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a proporção na cobertura jornalistica dos dois lados. Enquanto os âncoras de noticiários televisivos e jornalistas enchiam  os olhos de lágrimas e emoções ao falar do pobrezinho do Gilad Shalit, aquele soldado armado até os dentes e treinado para matar qualquer alvo palestino que se movesse diante dele, os mesmos jornalistas noticiavam com resignação e uma ponta de ódio e revolta a notícia da soltura dos presos palestinos. A Fátima Bernardes chegou a tremer um olho de tanta revolta e o William Bonner nem fez questão de disfarçar o ódio em sua voz.
Nenhum jornalista se deu ao trabalho de perguntar à um preso palestino como foi passar mais de vinte anos nas prisões israelenses, se houve tortura, que tipo de tortura, qual o estado emocional daquele preso, se estava doente, como se sentia com a libertação. Nada. Ninguém perguntou nada aos palestinos. Parecia que de um lado havia um ser humano, do outro uma manada de búfalos.
Até agora, não consegui achar um único jornal, revista, tv, rádio ou site de internet, exceto os palestinos, que tenha se interessado em fazer uma entrevista com estes ex-prisioneiros para saber como se sentem. Em compensação, há filas de jornalistas em frente à casa de Gilad Shalit, se empurrando, se esbofeteando e esperando por uma oportunidade para falar com ele e saber como o coitadinho se sente.
Como disse um velho jornalista palestino: "Se morre um vira-latas do lado israelense, a imprensa mundial se mobiliza para investigar a causa da morte e se os palestinos são culpados pela morte do pobre cão, mas se morrem cem palestinos numa das ofensivas israelenses, a imprensa não publica uma linha à respeito e ainda duvida da veracidade da informação".

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Sou fã desse cara!


Na minha opinião, a Liga Árabe não deveria sequer existir, já que representa apenas os interesses dos países aliados dos Estados Unidos da América e das potências européias. Ficaria bem mais barato abrir um escritório de representação destes países no Cairo e nos poupariam do cinismo.

A Liga Árabe deveria suspender não apenas a Síria, mas quase todos os seus membros


Gustavo Chacra 
O Estado de São Paulo 
17/10/2011

Outro dia falei do campeonato mundial de mentiras entre a Al Jazeera e a imprensa síria. Hoje falarei da Copa Árabe da hipocrisia. Nações ditatoriais e monarquias absolutistas queriam suspender a Síria pela repressão dos levantes e falta de diálogo com os opositores. No fim, pediram um cessar-fogo.
A iniciativa é elogiável. Mas por que estes países não dão o exemplo? Por que o Qatar, defensor da democracia em todos os cantos do mundo árabe e da liberdade de expressão através da Al Jazeera, reprime qualquer forma de oposição e não permite que a rede de TV critique a sua monarquia?
Por que estas nações não falaram da sanguinária repressão de Bahrain, com a ajuda da Arábia Saudita, contra os opositores em Manama, onde até mesmo médicos são presos por querer tratar feridos?
Por que estas nações não falam nada da Jordânia, onde os próprios partidários do rei Abdullah, o Playboy, o acusam de não dialogar com a oposição? Ou na Argélia, onde o regime ditatorial segue proibindo a liberdade de expressão?
Qual a moral de iraquianos e os egípcios depois de permitirem o assassinato de dezenas de cristãos diante de forças de segurança que nada fazem apesar de financiamentos bilionários dos EUA? Décadas atrás, existiam judeus iraquianos e egípcios. Todos foram expulsos ou fugiram devido à perseguição. Temo que um dia falaremos o mesmo dos cristãos árabes.
E, falando em liberdade religiosa, não podemos nos esquecer do mais horrendo regime da face da terra, onde mulheres são tratadas como animais, sem poder andar sozinhas ou dirigir. Falo da Arábia Saudita, descrita como moderada pelo Departamento de Estado dos EUA. Imaginem se fossem radicais.
Na Arábia Saudita, cristãos, ateus e qualquer pessoa que não seja muçulmana são proibidos de circular por Meca. Se você for xiita, prepare-se porque a chance de ser morto e torturado não é pequena. Não adianta tampouco ser sunita. Você precisa ser sunita e da corrente wahabita.
Nunca é demais lembrar que 15 dos 19 terroristas do 11 de Setembro eram sauditas. E Bin Laden, também. Nenhum deles era iraniano.
De verdade, dá vergonha alheia ver a reunião da Liga Árabe. Destes países, a única democracia e ainda assim sectária e repleta de problemas é o Líbano. A Tunísia tem chance e o Iraque também. O Egito, no longo prazo. O resto? Enfim, falarei no meu último post da Síria sobre a diferença entre liberdade e democracia.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011


Embaixador palestino no Brasil: 'Esse Israel deve desaparecer'

Em palestra a universitários, Ibrahim Alzeben disse que fim da ocupação será 'primavera palestina'

30 de setembro de 2011 | Folha de São Paulo
Cedê Silva, especial para o estadão.com.br, e Gabriel Toueg
SÃO PAULO - O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Alzeben, pregou na manhã desta sexta-feira, 30, a uma plateia de universitários, o fim da ocupação israelense. "Esse Israel tem que desaparecer, e não é o embaixador do Irã nem o presidente (Mahmud) Ahmadinejad quem está falando", disse.
Alzeben nesta sexta-feira: 'doutrina de Israel não avançar em negociações' - Cedê Silva/AE
Cedê Silva/AE
Alzeben nesta sexta-feira: 'doutrina de Israel não avançar em negociações'

Segundo ele, "parece ser uma doutrina de todos os governos israelenses nos últimos vinte anos, da centro-esquerda à extrema direita", não avançar nas negociações. Por isso, segundo ele, a declaração do Estado palestino deve ser num fórum multilateral, como a ONU.
"Tem que ter testemunhas", afirmou Alzeben. Para ele, a declaração não é um fim em si, mas um meio de potencialmente encerrar a ocupação e obter vida digna para os palestinos. Segundo o embaixador, "Israel está preparando provocações para um novo conflito. Duvidem da origem dos próximos foguetes partindo da Palestina", disse, alegando ter informações da contra-inteligência de que Israel estaria infiltrando agentes para disparar mísseis contra o próprio território, acusando os palestinos.
'Criativo e imaginário'
Em resposta, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Ilan Sztulman, chamou a alegação de Alzeben de "muito louca". Em conversa com o estadão.com.br, Sztulman indagou: "Você realmente acha que não mandamos soldados correr riscos para salvar Gilad Shalit mas sim para atirar mísseis contra israelenses?"
O cônsul fazia referência ao soldado israelense capturado em 2006 pelo Hamas, e mantido pelo grupo desde então na Faixa de Gaza. Sztulman, nascido no Brasil, disse ainda que a acusação do diplomata palestino é "realmente muito criativa mas completamente imaginária".
Manobra
Indagado sobre a possibilidade de que o movimento na ONU seria uma manobra diversionista em meio às revoltas em países vizinhos, o embaixador disse não ter medo da 'primavera palestina'. "O povo quer o fim da ocupação e esta é a nossa primavera e também será a primavera de Israel", respondeu.
A decisão de pedir à ONU o status de membro pleno não é apoiada pelo Hamas, que atualmente controla a Faixa de Gaza. O Hamas não reconhece o Estado judeu e seu estatuto diz que Israel "se erguerá até que o Islã o elimine, como fez com todos os seus antecessores". Para Alzeben, "apesar de exercer uma ditadura em Gaza, o Hamas também tem políticos iluminados".
O governo de Mahmoud Abbas diz contar com oito dos nove votos necessários no Conselho de Segurança da ONU para recomendar à Assembleia-Geral sua admissão como Estado-membro. O nono voto poderia vir da Colômbia ou da Bósnia, o que levaria a delegação americana a exercer seu poder de veto.
Diplomatas de Washington trabalham nos bastidores para impedir a liderança palestina de acumular nove votos, evitando assim a necessidade de vetar a proposta, o que isolaria os EUA internacionalmente.
Alzeben mandou ainda um recado para os judeus do Brasil. "Neste momento em que vocês celebram o Ano Novo: não ajudem a ocupação, ajudem os valores da fé judaica", pediu.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Demolição de casas palestinas


27/09/2011 - 09h41 Folha de São Paulo

ONU pede interrupção imediata da demolição de casas palestinas


DA EFE, EM GENEBRA
Três relatores independentes das Nações Unidas pediram nesta terça-feira a Israel que pare de maneira imediata com a demolição de casas palestinas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Em comunicado, os relatores denunciaram que neste ano houve "aumento dramático" destas demolições.
Eles pediram também às autoridades israelenses que impeçam agressões de colonos israelenses contra os palestinos e suas propriedades. "O impacto e a natureza discriminatória destas demolições e despejos de inquilinos é completamente inaceitável. Estas ações das autoridades israelenses violam os direitos humanos e a lei humanitária e devem parar imediatamente", disseram.
O comunicado foi assinado pela relatora especial das Nações Unidas sobre o direito a uma casa adequada, a brasileira Raquel Rolnik; a relatora especial sobre o direito à água potável e os serviços sanitários, Catarina de Albuquerque; e o relator especial sobre o direito à alimentação, Olivier de Schutter.
Os relatores explicaram que "em alguns locais há quase queimas semanais de terras, árvores e colheitas de moradores palestinos por parte dos colonos israelenses", que em sua opinião atuam assim porque as autoridades israelenses não fazem nada para evitar ou puni-los.
"As autoridades israelenses (...) devem investigar e interromper os crimes cometidos pelos colonos de uma maneira independente, imparcial, efetiva e pontual", disseram.
Dados dos relatores da ONU indicam que desde janeiro "ao menos 387 imóveis, incluindo 140 residências, e 79 estabelecimentos agrícolas foram demolidos, o que causou a remoção forçada de 755 pessoas e prejuízos a outras 1.500", informou a mídia local.
"O tratamento preferencial dado aos colonos israelenses é uma discriminação explícita", manifestaram os especialistas, afirmando que enquanto os assentamentos israelenses se estenderem para Jerusalém Oriental e o restante da Cisjordânia, as solicitações palestinas de permissões serão rechaçadas e suas casas e propriedades destruídas.
"A situação está claramente mais grave e o resultado é um aumento das violações dos direitos humanos", afirmou Raquel, que denunciou que os palestinos expulsos viviam há décadas nessa região e nem sequer receberam uma indenização por parte do Estado israelense por terem se deslocado para outra área.
"Inclusive são forçados a pagar pela demolição e a pagar multas pelas construções 'ilegais'", disse ela. Catarina de Albuquerque ressaltou a destruição de cisternas e poços palestinos, o que futuramente fará com que "esta gente tenha de pagar preços exorbitantes pela água potável".
Olivier de Schutter informou que isto teve grande impacto na sobrevivência dos palestinos e dos beduínos, que "também viram suas propriedades destruídas".

sábado, 24 de setembro de 2011

Estado da Palestina e a ONU

Enquanto as pessoas discutiam a repercussão dos discursos proferidos na Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, na última semana, fiquei analisando as posturas dos principais líderes mundiais diante da questão palestina. Mas o que realmente me chamou a atenção foi o discurso do americano Barack Obama, no qual ele exaltou a relação dos Estados Unidos da América com Israel, sublinhou com caneta vermelha o entendimento de que os judeus são as vítimas da humanidade, isso em pleno século 21, e sequer se referiu aos palestinos como um povo, mas sim como indivíduos que atrapalham e incomodam a paz de sua queridinha Israel. Para piorar ainda mais a situação, declarou clara e definitivamente a oposição americana à inclusão da Palestina como estado membro das Nações Unidas.
Na minha visão, Obama equivale-se a Hitler ao negar a existência e os direitos dos palestinos ao seu próprio Estado, a inclusão deste como membro da ONU e ao negar os direitos fundamentais de um povo injustiçado, oprimido e marginalizado por conta de uma resolução da própria ONU. E mais: Que sistema é este onde um único país tem o direito de vetar a vontade da ampla maioria das nações do mundo?
A Presidenta Dilma tem absoluta razão ao defender, com veemência, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a inclusão dos países emergentes neste Conselho, de forma a assegurar sua representatividade na chamada nova ordem mundial. Acrescento à este proposta a necessidade de extinção do poder de veto sobre as resoluções que tratam da paz e da segurança mundiais. Não posso conceber que a vontade de um único país possa predominar ou se sobrepor à vontade da ampla maioria dos países do mundo.
Quanto à legítima reivindicação apresentada pelo Presidente da Autoridade Nacional Palestina, creio que esta deveria ter sido aprovada em 1947, quando a Assembléia Geral da ONU aprovou a divisão da Palestina e a criação de Israel. Vale lembrar que naquela ocasião, conforme prevê a resolução, 51% dos territórios pertenceriam à Israel e 49% aos palestinos, porém logo na primeira invasão israelense aos territórios palestinos, os judeus tomaram 78% das terras, contrariando a resolução da própria ONU que criou este estado através de um artifício liderado pelos Estados Unidos da América. Ou seja, além de Israel ser o único estado do mundo criado por uma resolução da ONU, este mesmo estado contrariou a resolução de seu próprio órgão criador, avançando sobre os territórios que caberiam aos palestinos de direito, conforme o entendimento da duvidosa ONU, e cometeu crimes contra a humanidade desde então, com o aval americano, aquele mesmo país que se diz defensor da paz e da segurança mundiais. Este mesmo país que veta agora a inclusão da Palestina como estado membro das Nações Unidas, contradizendo tudo o que prega em seus discursos sobre política internacional.
E para que a situação se torne mais risível ainda, o ex-Primeiro Ministro de Israel, Ehud Olmert, publicou um editorial no conceituado The New York Times, no qual ele repetiu o mantra para lá de gasto e repetido exaustivamente sobre o ideal de dois estados, a retirada "parcial" de alguns assentamentos israelenses construídos em território palestino e a divisão de Jerusalém, de forma que os "árabes" fiquem com a parte "árabe" da capital. Parece um discurso bonito, mas vamos esquartejar este discurso para entender onde se esconde o veneno judeu nele. A retirada parcial dos assentamentos, significa em claro e bom português que os judeus vão ficar com as melhores terras e as mais férteis, onde a água é abundante e onde a infraestrutura é impecável e vão devolver aos palestinos os territórios estéreis em termos de fertilidade do solo e de existência de água potável. A devolução da parte árabe de Jerusalém representa menos de 40% da parte oriental de Jerusalém à qual os palestinos tem direito, porque a maior área de Jerusalém Oriental já foi invadida e tomada por Israel em constantes derrubadas de casas dos palestinos e a expulsão destes para outras localidades da Cisjordânia, ou o que sobrou dela.
Ao proferir seu discurso na Assembléia Geral, Benyamin Netaniahu foi, no mínimo, inescrupuloso, ao dizer que estende a mão às negociações com os palestinos, quando todos nós sabemos que seu governo foi o governo israelense que mais sabotou estas mesmas negociações, paralisadas à quase tres anos dado à indignação palestina e aos últimos ataques israelenses à Gaza, iniciadas no final de 2009, nas quais o exército israelense usou armas químicas, como o fósforo branco, para atacar escolas e hospitais, dizimando centenas de crianças palestinas num único dia.
Por outro lado, minhas esperanças, apesar do quadro negativo, se renovam com as transformações do cenário político no Oriente Médio. Não vamos esquecer que o Governo de Transição do Egito se nega a respeitar o acordo de paz com Israel, as relações com a Jordânia estão estremecidas e porque não classifica-las como caóticas, apesar da tímida negativa de ambas as partes e o principal aliado de Israel na região, a Turquia, encontra-se irredutível em sua exigência de retratação de Israel sobre o ataque à Flotilha da Liberdade em julho de 2010, quando cidadãos turcos das forças de paz que levavam ajuda humanitária à Gaza foram brutalmente assassinados pelas forças israelenses, num ataque realizado em águas internacionais.
O isolamento de Israel na região é fato. É assim que se trata um câncer, este corpo estranho que força sua presença num organismo que não é seu.
Não posso deixar de comentar, ainda, a reação dos judeus palestinos, que se juntaram às fileiras de manifestantes pró Estado da Palestina na Cisjordânia e que mais uma vez manifestaram seu repúdio ao estado sionista artificial de Israel que lhes foi empurrado goela abaixo e com o qual eles nunca concordaram. Todos os palestinos, judeus, cristãos e muçulmanos, uniram-se ontem, num grito único, conclamando o mundo a reconhecer seu direito à um estado palestino independente, soberano e economicamente viável. Só estamos repetindo um grito que ecoa pelo mundo à mais de 62 anos. Será que o mundo vai nos ouvir desta vez?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Resistir é preciso!


Palestina cresce 9,3%, mas não se desenvolve

24/08/2011

Apesar do avanço do PIB em 2010 ter sido aparentemente 'chinês', o país não consegue se desenvolver de maneira sustentável e ampliar a qualidade de vida da população. O cerco israelense é a razão.

Da redação - São Paulo – A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) divulgou nesta terça-feira (23) um relatório que mostra que a economia dos territórios palestinos ocupados por Israel cresceu 9,3% em 2010, mas que não houve redução dos gargalos que impedem o desenvolvimento sustentável da região.

O levantamento informa que o Produto Interno Bruto (PIB) da Palestina já havia crescido 7,4% em 2009, no entanto, a taxa de desemprego permaneceu estável em 30% no ano passado e no anterior. “O crescimento foi impulsionado pelo apoio de doadores e reflete uma economia se recuperando de uma base pequena [de comparação]”, diz o estudo.

Segundo a Unctad, o crescimento observado nos últimos dois anos não alterou as perspectivas ruins de desenvolvimento no longo prazo. Isso porque os palestinos continuam a perder terras e recursos naturais, estão isolados do mercado internacional e estão divididos tanto fisicamente como politicamente.

“O desemprego, a pobreza e a insegurança alimentar, especialmente em Gaza, continuam alarmantes”, afirma o relatório. A Unctad responsabiliza o cerco israelense pela situação. “Frente ao cenário de forte declínio econômico ocorrido desde 2000, a continuidade da política israelense de isolamento e o confisco de terras e recursos naturais palestinos levantam dúvidas sobe a sustentabilidade do crescimento visto em 2010 e sobre as perspectiva para a economia palestina”, acrescenta.

Na seara tributária, o levantamento destaca que dois terços das receitas da Autoridade Nacional Palestina (ANP) vêm de repasses controlados por Israel e, por consequência, sujeitos à instabilidade dos humores políticos. Fora isso, os bloqueios israelenses restringem e tornam mais caro o comércio exterior palestino, o que representa um problema significativo, dado o pequeno tamanho do mercado local.

“O acesso estável aos mercados globais a custos normais não é apenas de importância crítica para o desenvolvimento econômico palestino, mas uma verdadeira pré-condição para que esse desenvolvimento ocorra”, destaca o estudo. “O reduzido tamanho do mercado dos territórios palestinos faz com que o aumento da qualidade de vida não possa ser atingido sem que seja constituído um setor exportador dinâmico”, acrescenta.

As exportações palestinas, segundo a Unctad, caíram de US$ 960 milhões em 2008 para US$ 919 milhões em 2009, depois subiram para US$ 992 milhões em 2010. Na outra mão, as importações somaram US$ 4,4 bilhões em 2009 e US$ 5 bilhões no ano passado, ou seja, 65% do PIB.

Cerca de 90% das exportações vão para Israel e 80% das importações passam por lá. Do que os israelenses enviam aos territórios palestinos, apenas 42% é composto por produtos legitimamente israelenses, os 58% restantes são transbordos de mercadorias de outros países. Com isso, a ANP ainda deixa de receber recursos importantes em tarifas aduaneiras.

O setor mais atingido pelo cerco é a indústria, que teve uma retração de 6% em 2010, ao passo que as áreas de hotéis e restaurantes, construção, administração pública e agricultura cresceram, respectivamente, 46%, 36%, 6% e 22%. No caso da agricultura, o relatório ressalta que o avanço do ano passado ocorreu após declínio contínuo durante uma década.

De acordo com a Unctad, se a produtividade da economia da região tivesse continuado nos mesmos patamares desde os acordos de Oslo, de 1994, hoje o PIB per capita da Palestina seria 88% maior. O relatório ressalta que 26% da população palestina vive abaixo da faixa de pobreza, sendo que em Gaza chega a 38%. Os indicadores da Cisjordânia são sempre mais positivos.

A insegurança alimentar atinge 50% dos domicílios nos territórios palestinos, segundo o levantamento, e em Gaza o percentual chega a 65%. Isso se deve ao fato de que é proibido o acesso dos agricultores a 33% da terra arável de Gaza e dos pescadores a 85% das águas territoriais.

Na ONU

O documento da Unctad foi divulgado no mesmo dia em que o Comitê Ministerial para a Iniciativa de Paz Árabe, criado pela Liga Árabe, se reuniu em Doha, no Catar, para discutir a ocupação israelense, entre outros temas.

Segundo a Qatar News Agency, o comitê reiterou o compromisso de defender o reconhecimento do Estado Palestino na Organização das Nações Unidas (ONU). A ANP pretende apresentar tal proposta na próxima reunião da Assembleia Geral da ONU, em setembro. O secretário-geral da Liga, Nabil Al-Arabi, ficou encarregado de continuar na busca por apoio internacional.

Participaram representantes do Catar, Egito, Arábia Saudita, Argélia, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Síria, Jordânia, Tunísia, Marrocos, Omã, Sudão, além do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Provoca, vai!


Mais uma provocação, bem ao estilo de Israel, que grita aos quatro cantos do mundo que quer a paz com os palestinos, se faz de coitadinha, mas sabota diariamente qualquer tentativa de paz, tomando decisões como esta de construir 4.300 casas em Jerusalém Oriental. Para quem não sabe, Jerusalém Oriental é a Capital do Estado Palestino, ou seja, não é e nem nunca será de Israel.

11/08/2011 - 04h27 Folha de São Paulo

Israel aprova construção de 4.300 casas em colônias de Jerusalém Oriental



Israel aprovou a edificação de 4.300 casas no território palestino ocupado de Jerusalém Oriental, apesar da reprovação internacional pelo anúncio de novas construções em uma colônia da Cisjordânia na semana passada, informou a imprensa local nesta quinta-feira.
O ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, assinou a aprovação de três projetos de construção em Jerusalém, que serão realizados na parte da cidade ocupada aos palestinos desde 1967, indicou o serviço de notícias israelense Ynet.
Deste total, 1.600 casas ampliarão o assentamento judaico de Ramat Shlomo, 700 serão construídas na colônia de Pisgat Ze'ev e outras duas mil na de Givat Hamatos.
Há uma semana, o Comitê de Planejamento do Ministério do Interior de Israel também deu sinal verde para a edificação de 930 casas em Har Homa, uma colônia judaica na Cisjordânia, próxima a Belém.
Yishai vinculou a aprovação do plano aos protestos sociais no país pelo preço da moradia e o alto custo de vida.
Estados Unidos, União Europeia e outros membros da comunidade internacional condenaram a decisão israelense, que consideraram contrária aos esforços para retomar as negociações diretas de paz entre israelenses e palestinos, estagnadas desde setembro de 2010.
Frustrados perante a contínua expansão dos assentamentos judaicos em território ocupado e a detenção brusca das negociações, os palestinos tentarão no próximo mês obter o reconhecimento internacional como Estado independente na ONU, ação que Israel considera um ato unilateral contrário aos acordos de paz de Oslo (1993).

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quero falar de amor (2)

Acho que eu estou ficando velha!
É verdade! A minha mãe me disse que a gente só pára para analisar a vida, de fato, quando a gente vai ficando velho. Então estou ficando velha, porque ando analisando demais a minha vida. Não só a minha vida, como a de  outras pessoas que estão à minha volta e tentando entender o que cada um fez da sua vida durante todos estes anos.
Alguns dos meus amigos passaram a vida toda correndo atrás de dinheiro. Hoje estão bem financeiramente, mas não posso dizer o mesmo de suas vidas pessoais. São tantas frustrações pessoais, que chegam a me encher o saco com seus dilemas. O que adiantou correr tanto atrás da estabilidade material, se deixaram para trás o essencial? O que eu considero essencial? Nós mesmos, ora! O dinheiro é parte fundamental do nosso crescimento, mas é só uma parte. Nosso crescimento, ou nossa evolução como seres humanos depende, necessariamente, do nosso aprendizado, como forma de nos tornarmos pessoas melhores, do nosso convívio com aqueles que amamos e da valorização dos sentimentos, tanto nossos quanto os dos que nos cercam e são importantes para nós. Acho que esta parte passou chapada para alguns de nós.
Outros amigos deram valor demais à suas vontades, hobbies e sonhos e deixaram de lado outra parte fundamental: A realidade. É, vivemos num mundo onde o dinheiro é necessário, um emprego, uma casa, um carro, roupas boas e bens materiais são a base para que possamos nos dar ao luxo de sonhar e ter hobbies. Infelizmente, alguns destes amigos ainda teimam em acreditar que isso é possível e que um dia eles serão artistas famosos e reconhecidos. Tudo bem! Pelo menos eu tentei avisar!
Mas tem uma coisa que todos nós buscamos incessantemente: O AMOR! Este sim, é perseguido por todos nós, diariamente, constantemente, incansavelmente. Encontramos pessoas pelo caminho que souberam nos cativar, outras nem tanto. Nos esforçamos para cativar algumas pessoas, outras nem tanto assim. Endeusamos algumas destas pessoas e quebramos a cara. Outras tratamos como pessoas normais, tanto quanto nós mesmos e estas eram especiais, mas não soubemos enxergar isso no momento oportuno. Nos relacionamos com pessoas que eram de Marte e nós de Vênus. Outras eram tão parecidas conosco que acabaram virando grandes amigos.
E a busca continua, porque no fundo, todos nós acreditamos no amor e sabemos que aquela pessoinha está escondida em algum lugar por aí e mais hora, menos hora, vamos topar com ela, seja num elevador, no guichê do aeroporto ou numa padaria, às oito da manhã. E esta pessoa não vai se importar com a nossa cara amassada ou com os quilinhos à mais que adquirimos ao longo da vida, mas sim com o nosso sorriso, com o nosso modo desajeitado de falar e vai nos achar legais, independente da nossa imagem. E nós vamos nos sentir bem, porque esta pessoa está nos enxergando e vamos gostar disso.
É esta pessoa que eu estou procurando, incansável e incorrigivelmente! Só que agora eu tenho idade suficiente para identificar esta pessoa e podem ter certeza que, desta vez, não vai passar chapado!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Quero falar de amor!

Eu jurei nunca mais ler livros de autoajuda. Minha conclusão é sempre a mesma: Estes livros só servem para enriquecer o autor, porque, como diz a minha amiga Suzana Dalet, na teoria a prática é "a outra". Brincadeira! A verdade é que eu não consigo tirar nada ou quase nada destes livros, usualmente.
Agora tenho que confessar que dei altas risadas com o livro "Por que os homens amam as poderosas" e "Por que os homens se casam com as poderosas". Hilário! As dicas são fraquinhas, mas a tentativa de convencer é bem honesta (risos). Pena que o homem ao qual os autores se referem só exista no imaginário feminino. Aliás, se aquele cara tão legal existir por aí, das duas uma: ou o cara é gay ou brocha, não existe outra explicação.
Mas eu aposto que muito marmanjo leu estes dois livros só para pegar umas dicas de como se comportar para se passar por bom rapaz. Manjado. Manjadíssimo!
A minha irmã Hully, numa crise de baixa estima, ficou enumerando os defeitos da nossa personalidade. É claro que eu fiz de tudo para convence-la do contrário, mas eu cheguei à uma conclusão bastante óbvia e retardada para a minha idade: Quem não tem defeitos? Parei para pensar nas pessoas que um dia eu endeusei e que hoje as vejo como pessoas comuns, sem encantos e com tantos defeitos quanto os meus. Ou seja, humanos! Isso é que dá se levar pelo impulso dos hormônios, aqueles que fazem a gente se apaixonar. Os tais de feromônios. Benditos feromônios! Não é que tudo fica mais bonito quando eles nos atacam? Nem LSD teria o mesmo efeito. Pelo menos não tão prolongado. Hey, peraí, eu nunca usei! Só assisti um documentário sobre o Woodstock e fiquei vendo a lombra da galera e a cara de retardados com os efeitos das drogas. Também não sou careta, mas não faço apologias! Droga é uma droga e podemos muito bem viver sem elas. Aliás, viver bem melhor!
Sabe o que é? É que estou fazendo uma mea culpa, porque eu caí na tentação de ler mais livro de autoajuda. Desta vez um bombástico, que desvenda os segredos da mente masculina. Wow! Pena que os segredos são bem poucos! E simples! Que merda! Era só isso??? Não, não vou revelar o nome do livro por questões de lealdade feminina. Meninas, se alguma de vocês estiver interessada, me mandem um e-mail que eu passo o nome do livro.
Mas falando sério, quer dizer que para o homem só tres coisas importam? Apoio, lealdade e cerejinha? Patético! Quer dizer que todo aquele esforço que eu fiz, durante todos estes anos, além dos altos investimentos em cosméticos, roupas e lingeries foi tudo em vão? Quer dizer que as revistas de moda mentiram pra mim só pra me fazer consumir mais um produto "que iria mudar a minha vida"? Ai meu Deus! Só de pensar naquela vez que eu comprei aquele óleo afrodisiaco pelas mãos de uma vendedora convincente (picareta)!! Sabem quantos dias eu fiquei espirrando? Não vou nem falar! E aquela vez que uma amiga trouxe lingeries de Belo Horizonte, cheias de rendas e brilhinhos? Fiquei meses pagando aquilo! E agora eu descubro que os homens nem enxergam estes detalhes. Estou arrasada! Arrasadissima! (Risos).
Agora, a pergunta que não quer calar: O autor deste livro tem mesmo o domínio de todo o universo masculino ou será que ele se baseou nele mesmo como exemplo pra toda a espécie masculina deste universo? O cara cita até o comportamento dos insetos. Pra mim, esse cara tá pirado! Eu só concordo com a parte da cerejinha, o resto é balela!
A verdade é que eu acredito no amor e ponto final! O amor é sublime! Todos nós, homens e mulheres, com defeitos grandes e pequenos, buscamos uma única coisa nas nossas vidas: O AMOR! Buscamos encontrar aquela pessoa legal, que nos faça sentir bem, que saiba rir das nossas besteiras e compreender os nossos vacilos. Que saiba entender nossas lágrimas e nos conforte na hora em que nos sentimos "a mosca do cocô do cavalo do bandido". Que saiba comemorar nossas vitórias e que, ao mesmo tempo, não nos condene pelas nossas derrotas. Parece dificil? E é! Mas esta pessoa existe sim e pode estar bem pertinho de você, neste exato momento. Então, vamos deixar de ser rabugentos, chatos e estressados e começar a prestar mais atenção à nossa volta e dar valor à quem não se importa com os nossos defeitos, pelo contrário, porque esta pessoa nos acha engraçadinhos. Antes de enxergar os defeitos dos outros, vamos reconhecer os nossos, para então termos a clareza de enxergar quem, de fato, merece o nosso amor.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tá tudo dominado!

Quanta hipocrisia! Durante milênios os judeus pregaram o assassinato de não judeus. A direfença é que nos dois últimos séculos e principalmente depois da segunda guerra mundial, eles passaram a disfarçar a sua obsessão doentia de dominar o mundo, usando termos mais amenos e expressões diplomáticas, para sempre dizer a mesma coisa: Nós vamos dominar o mundo. Não importa como, não importa quem serão as vitimas desta obsessão, contanto que alcancem seu objetivo. É assim que é!

20/07/2011 - Folha de São Paulo

Livro polêmico e detenção de rabinos opõem judeus

DA BBC BRASIL

Centenas de judeus conservadores participaram de protestos nas proximidades da Suprema Corte de Israel contra a breve detenção de dois famosos rabinos que apoiaram a publicação de um livro que, entre outras coisas, justifica o assassinato de gentios (pessoas não-judias) em determinadas circunstâncias.
Os protestos realçaram as diferenças entre as comunidades religiosas e de judeus seculares do país. Os manifestantes entraram em choque com a polícia montada nas ruas de Jerusalém e muitos foram presos.
Os rabinos Dov Lior e Yacob Yousef apoiaram um livro polêmico, "The King´s Torah", ou a Torá dos Reis, escrito por rabinos menos conhecidos que vivem em assentamentos. O livro justifica inclusive o assassinato de gentios em certas ocasiões, mesmo daqueles não envolvidos em violência.
Seu quinto capítulo, chamado "Assassinato de Não-Judeus em Tempos de Guerra", foi bastante citado pela imprensa israelense. Seu resumo afirma que "você pode matar aqueles que não estão apoiando ou encorajando assassinatos para salvar a vida de judeus".
Em determinado momento, o livro sugere que bebês podem ser justificadamente mortos se está claro que eles se tornarão uma ameaça, uma vez crescidos.
Policiais israelenses que investigam acusações de incitamento detiveram os rabinos depois que eles se recusaram a comparecer voluntariamente para um interrogatório.
Embora os dois rabinos tenham forte apoio entre colonos de orientação ideológica mais acentuada na Cisjordânia ocupada, eles também foram defendidos por integrantes de setores mais amplos da comunidade religiosa.
A acalorada reação às detenções realçaram a tensão entre as autoridades religiosas e civis em Israel e incentivou o debate sobre liberdade de expressão.
BIBLIOTECA
Alguns estudantes que se juntaram aos protestos de 4 de julho agora voltaram à tranquilidade da biblioteca de Raana Yeshiva, um seminário de estudos judaicos avançados, ao norte de Tel Aviv.
Eliyahu Gross, 21 anos, viajou com amigos para Jerusalém, mas diz que não leu a Torá dos Reis.
"Estava apenas protestando contra a ideia de restringirem a Torá (texto sagrado dos judeus)", diz ele.
"Na minha opinião, qualquer coisa que seja contra a liberdade da Torá é basicamente contra a minha liberdade como judeu."
O rabino Yehuda Amar, que ajudou a organizar o protesto, rejeita fortemente a maneira como o livro foi retratado.
"A lei judaica é muito, muito cuidadosa sobre qualquer coisa que represente uma ameaça para a vida", diz ele. Para o rabino, o livro apenas convida para uma análise teórica da escritura.
"Precisamos de liberdade para estudar a Torá tanto no nível espiritual quanto no democrático", diz Amar.
"Tentamos mostrar que existe um contraste, as ideias espirituais são mantidas em separado da vida prática."
À medida em que avança a discussão, fica clara a sensação de que a comunidade se sente marginalizada.
O chefe de Raana Yeshiva, o rabino Haim Rehig, vê a Torá dos Reis como "um livro problemático" e escreveu sobre ele.
Ele acredita que os protestos recentes foram basicamente sobre a exigência de judeus religiosos de ter "igualdade perante a lei".
"Toda vez que eles investigam o 'lado direito do mapa', se você quiser chamar desta forma, veem que existem choques culturais entre nós e a parte secular do país", diz ele.
Ele sugere que alguns acadêmicos de esquerda incitam o ódio entre colonos e judeus religiosos. "Ninguém os prende porque somos um tipo de minoria por aqui", diz.
SECULARES
Uma enquete informal feita pela BBC no mercado Mahane Yehuda, em Jerusalém ocidental, ilustra a diferença entre a minoria religiosa e a maioria secular.
No mercado, há muito apoio à ação policial contra os rabinos que apoiaram o texto controverso. Muitos enxergam isso como uma prova de que a lei se aplica a todos.
"O papel de um rabino é muito importante, mas não está acima da lei", diz Avi Ben Yousef.
"Como cidadãos, todos seguimos as mesmas regras e regulamentos. Vivemos em uma democracia, e é assim que deve ser."
"Se alguém apoia o racismo, é contra a lei, portanto deve ser preso", diz um comerciante local, Eli.
"Acredito que, mais do que isso, as pessoas que escreveram o livro devem ser julgadas. Me preocupo não apenas com o livro, mas com os religiosos", diz ele.
"Muitos estão preocupados, mas não falam. Este é um problema porque as pessoas cujas vozes são ouvidas o tempo todo são extremistas que apoiam o livro."
TENSÕES
Vários episódios da história recente de Israel amplificaram as tensões entre judeus religiosos e seculares.
Em 2005, a retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza fez as forças de segurança despejarem à força colonos judeus - em sua maioria, religiosos. Protestos se seguiram a isto.
Muitas pessoas nas comunidades religiosas viram as desocupações como uma traição do Estado e de suas instituições, em especial a Suprema Corte, que julgou que o plano do governo de saída de Gaza era constitucional.
Dez anos antes, o assassinato do então primeiro-ministro Yitzhak Rabin pelo judeu ultraortodoxo Yigal Amir também causou uma profunda divisão. Amir se opunha ao acordo de Oslo, de 1993, fechado entre Israel e os palestinos.
O pesquisador acadêmico do Instituto de Democracia de Israel Yair Sheleg, que estuda há tempos as tendências religiosas no país, afirma que os mal-entendidos entre diferentes grupos são perigosos.
Ele diz que os judeus seculares não devem enxergar todos os judeus religiosos da mesma forma. "Vejo uma disputa entre liberais e extremistas dentro do setor sionista religioso. Os extremistas ganham poder caso sintam que a maioria secular descreve todo o setor como extremista", diz ele.
"Quando jovens sentem que são odiados, isso os empurra mais para o extremo", afirma.
Mais judeus ultraortodoxos vêm ingressando no mercado de trabalho em vez de dedicarem suas vidas ao estudo exclusivo da Torá. Alguns fazem serviço militar e entram em unidades de combate.
Embora as forças armadas publiquem poucas informações sobre a origem dos alistados, em agosto do ano passado, a revista da Defesa israelense, Maarachot, informou que, em anos recentes, cerca de 30% dos graduados de cursos de oficiais de infantaria se definem como "religiosos sionistas". Em 1980, esta taxa era de 2,5%.
Os últimos protestos podem mudar as percepções, mas o episódio da Torá dos Reis é um lembrete do potencial antagonismo e choque de ideologias.
Como muitos judeus religiosos vivem em assentamentos na Cisjordânia ou têm parentes neles, vários analistas os apontam como locais com potencial para futuros conflitos.
Enquanto a lei internacional considera os assentamentos ilegais, Israel contesta isso. Os palestinos querem a terra para seu futuro Estado.
Os chefes militares israelenses responsáveis pela Cisjordânia estariam preocupados sobre possíveis choques com colonos nos próximos meses, quando devem seguir uma decisão legal e desmantelar um assentamento julgado ilegal.
Enquanto isso, se observa um aumento da violência entre judeus extremistas de direita e palestinos.
Em um artigo no jornal israelense Maariv, um comandante regional foi citado dizendo que as ações de judeus extremistas "está crescendo... para eles, um livro como a Torá dos Reis não é apenas uma discussão teórica".

terça-feira, 19 de julho de 2011

Arbitrariedade

Se, nós palestinos, fossemos prender cada israelense que agrediu ou atirou num palestino, toda a população israelense estaria presa. Israel se acha no direito de fazer o que bem entende com o povo palestino, mas não admite reações à sua arbitrariedade. Nossa, os judeus são tão vitimas....

18/07/2011

Folha de São Paulo
DA REUTERS

Israel prendeu 835 jovens por atirarem pedras, diz entidade
Israel deteve nos últimos cinco anos 835 jovens palestinos por atirarem pedras, e sentenciou a maior parte deles a penas de prisão, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira por uma entidade de direitos humanos.

O grupo israelense B'Tselem disse que os militares maltrataram e violaram os direitos dos jovens, a maioria deles com idades de 16 a 17 anos, mas alguns com apenas 12 ou 13 anos. As penas a eles variaram de alguns dias a um ano de prisão.
As detenções ocorreram no período de 2005 a 2010.
O relatório, baseado nos autos judiciais e em entrevistas, disse que a lei militar aplicada aos palestinos na Cisjordânia ocupada não oferece as mesmas proteções aos menores que as leis de Israel e de outros países.
Os militares israelenses qualificaram o relatório de tendencioso, dizendo que ele ignora o fato de que os menores costumam ser explorados por grupos militantes, numa violação do direito internacional. Eles disseram também que as prisões e condenações dissuadem outros garotos de atirarem pedras.
Jovens palestinos na Cisjordânia são habitualmente detidos pelas forças israelenses por atirarem pedras durante protestos e confrontos.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desordem Mental

Será que uma desordem mental é causada pelo acúmulo e intensificação da ocorrência de fatos?
Se esta premissa for verdadeira, então estou sofrendo uma desordem mental. É verdade! Não consigo acompanhar os fatos, nem a lógica da imprensa internacional na cobertura do que ocorre no Oriente Médio.
Eu sei bem que a estratégia é repetir tanto a notícia, ao ponto de banaliza-la e usar palavras chave, tais como "grupos terroristas armados" seguidas de "muçulmanos extremistas" ou então "grupos terroristas palestinos" seguida de "ato terrorista" ou "crime" ou "mortos", "mortes", etc....
Dá um nó na cabeça de quem entende do assunto ou pelo menos sabe do que se trata. Imaginem os leigos. Aqueles que nem sabem a diferença entre Israel e Palestina ou entre muçulmano e judeu. Ou sequer sabem localizar o Oriente Médio no Mapa Mundi. Francamente!
Tentei entender o que Israel anda fazendo com as flotilhas que levam ajudas humanitárias à Gaza, mas falhei na minha tentativa. Tentei entender a lógica dos Estado Unidos de enfraquecer a Síria e torna-la um inimigo menos ameaçador para Israel, mas também fracassei.
Também ando tentando entender que diabos anda aprontando o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que mandou tacar fogo na Líbia, financiando grupos de criminosos, estupradores e assassinos em nome de uma tal "zona de exclusão aérea", mas juro que esta é difícil. Vem cá, o Conselho de Segurança não deveria garantir a segurança internacional e primar pela segurança dos civís nos países em conflito? Então qual é a lógica da matança dos civís por parte dos grupos financiados pelos próprios países membros do Conselho de Segurança? Financiar a matança? E para que? Controlar o petróleo da Líbia? Petróleo caro este, hein?! Ou então tornar a Síria um país desestabilizado e vulnerável às ações de Israel? Mas por que sempre Israel? E sempre atrelada à um veto ou resolução dos Estado Unidos? Quantos judeus mandam nos Estados Unidos? E quem são eles?
E o Egito? Qual é a da Irmandade Muçulmana? Eles não deveriam ser apenas um grupo religioso que presta serviços assistenciais? Agora querem o poder? E com a anuência do exército? Pôxa, quantas mudanças ideológicas! E os egípcios que pediram por liberdade e democracia, onde estão? Sumiram? Pôxa, sumiram rápido! Por que será?
Não vou nem entrar no mérito da Tunísia e do Marrocos, afinal, está claro que as reivindicações dos manifestantes por liberdade, transparência e democracia já foram pelo ralo.
Quer saber? Hoje é sexta feira, minha cabeça já deu um nó mesmo, não entendo mais nada e estou acometida de uma desordem mental. E para piorar ainda mais, a imprensa internacional insiste em me confundir. Ah não, prefiro tomar um chopp!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ahã!

Tudo bem que estes professores resolveram não mais negar a existência dos palestinos, mas será que reconhecem de fato quem somos nós e chamam nossa terra de Palestina? Não creio! Eles nunca chegariam à este ponto!

O Estado de São Paulo
Internacional

Professores israelenses desafiam governo e ensinam tragédia palestina


ONG distribui 'kit Nakba' para o ensino da versão palestina sobre a guerra de Independência de Israel, na qual 700 mil perderam suas casas e se tornaram refugiados.

16 de junho de 2011
Mais de cem professores secundários de Israel estão desafiando instruções do ministério da Educação ao ensinar seus alunos sobre as perdas sofridas pelos palestinos em 1948, ano da fundação do Estado de Israel.
Para o professor de História Iddo Felsenthal, os fatos que ocorreram durante a guerra de 1948, na qual cerca de 700 mil palestinos perderam suas casas e tornaram-se refugiados, fazem parte da história do país e devem ser ensinados nas escolas de Israel.
"Criou-se um clima geral de demagogia em Israel, no qual qualquer pessoa que mencione a Nakba (tragédia ou catástrofe, em árabe) dos palestinos é vista como se fosse contra o Estado de Israel. Muitos professores têm medo", disse o professor à BBC Brasil.
O tema da Nakba é um tabu na sociedade israelense, grande parte do público interpreta a própria menção do termo como uma posição contra a própria existência do Estado de Israel. No entanto, existe um setor significativo da sociedade israelense que aceita iniciativas como o ensino do que ocorreu com os palestinos em 1948. Em geral, os filhos de pessoas com essa posição estudam em escolas seculares e pluralistas.
Anonimato
Vários professores que ensinam a Nakba vêm falando à mídia israelense sobre o assunto em condição de anonimato, pois receiam perder o emprego ou ter sua carreira prejudicada.
Para Felsenthal, que leciona em um colégio de Jerusalém, os professores não deveriam se esconder.
"Não estamos fazendo nada de mal, muito pelo contrário. Estamos dando a nossos alunos instrumentos de raciocínio critico, para que possam entender melhor a história do nosso país e do conflito. Assim os alunos poderão analisar, eles mesmos, as diversas narrativas históricas e formar sua opinião de forma independente", afirmou.
"A identidade de um povo não pode se basear em esquecer, recalcar ou esconder fatos históricos básicos, como a expulsão dos palestinos", acrescentou.
Kit Nakba
De acordo com a versão oficial do governo israelense, em 1948 os palestinos não foram expulsos, mas fugiram, seguindo os chamados dos países árabes.
A ONG israelense Zochrot ("Lembramos", em tradução livre), que se dedica a preservar e divulgar a memória das perdas sofridas pelos palestinos, produziu um "kit Nakba", especialmente para professores interessados em mostrar aos alunos um capítulo da história do país que não é incluído no currículo escolar oficial.
Eitan Bronstein, fundador e diretor da Zochrot, disse à BBC Brasil que o kit já está sendo utilizado por mais de cem professores secundários e que "a demanda pelos kits continua crescendo".
O kit pedagógico, com textos, fotos e um DVD, inclui testemunhos de palestinos que perderam suas propriedades em 1948, mapas, e as diversas versões oficiais dos fatos históricos - do governo israelense, da liderança palestina e da ONU.
Aldeias destruídas
Durante a guerra de 1948, à qual Israel chama de Guerra da Independência e os palestinos chamam de Nakba, mais de 400 aldeias palestinas foram destruídas.
"Em todo o país há ruínas das centenas de aldeias que foram destruídas, mas a maioria do público não sabe que havia aldeias palestinas nesses lugares e o que aconteceu com os moradores", afirmou Bronstein.
A ONG já organizou visitas a mais de 50 locais onde no passado havia aldeias palestinas e colocou placas em hebraico, árabe e inglês, com os nomes das aldeias.
No entanto, de acordo com Bronstein, em geral as placas são imediatamente retiradas dos locais.
"Para muitos israelenses é difícil admitir que temos capítulos feios em nossa historia", disse. "Mas a única maneira de construir um futuro melhor é, antes de tudo, olhar com coragem para o nosso passado e não tentar negar o que aconteceu aqui em 1948".
"A Nakba não é só a tragédia dos palestinos. Nós, israelenses, também somos vitimas dela, pois desde a fundação do Estado vivemos em guerras, e qualquer cidadão israelense, desde a infância, começa a ser preparado para tornar-se um soldado", acrescentou Bronstein.
Questão espinhosa
O problema dos refugiados, que hoje em dia são cerca de 4,5 milhões de pessoas dispersas em vários países do Oriente Médio, é considerado a questão mais espinhosa do conflito israelense-palestino, e as versões contraditórias sobre o que ocorreu em 1948 alimentam até hoje os discursos dos dois lados.
Em 2009, o ministro da Educação, Gidon Saar, proibiu o ensino da Nakba em escolas árabes-israelenses e mandou recolher livros escolares que incluíam informações sobre a expulsão dos palestinos.
O Ministério da Educação afirmou que "os professores não têm permissão para ensinar conteúdos que não foram autorizados pelo ministério, sejam quais forem os temas".
Segundo o ministério, "os professores que ensinam conteúdos não autorizados agem de forma que contradiz os regulamentos". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

É isso aí!

Agência de Notícias Brasil-Árabe
30/05/2011
MST vai colher azeitonas na Palestina

Isaura Daniel
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vai enviar 40 voluntários para ajudar os palestinos na colheita da azeitona em outubro. O movimento tem relações com o país árabe há quase dez anos.


São Paulo – Um grupo com 30 a 40 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai participar da colheita da azeitona palestina em outubro deste ano. A informação é de Marcelo Buzetto, do setor de relações internacionais da organização, que esteve no país árabe participando de uma conferência de movimentos de esquerda no começo de maio. De acordo com Buzetto, o MST vai dar apoio aos produtores no período.
Ele explica que os representantes do MST participarão efetivamente da colheita, trabalhando na terra, e ficarão hospedados em casas de camponeses palestinos. No ano passado, de acordo com Buzetto, duas pessoas do movimento já participaram.
Além disso, a organização trabalha para ajudar a viabilizar o comércio de produtos do país árabe, inclusive de azeitonas. Ele lembra que o Brasil, por exemplo, importa azeite de oliva de regiões como a Europa e poderia, em vez disso, comprar da Palestina. Integrantes do movimento conversaram com diplomatas do Brasil e Venezuela na região sobre o tema.
O MST tem, de acordo com relatos de Buzetto, uma relação de quase dez anos com os palestinos. Tudo começou em 2002, quando um integrante do movimento, Mário Lill, esteve por 22 dias com Yasser Arafat, quando ele se encontrava cercado pelo exército israelense, em Ramallah, na Cisjordânia. Na ocasião, ele entregou ao líder palestino, morto em 2004, uma bandeira do movimento, em sinal de solidariedade ao país.
Depois disso, representantes da organização estiveram outras vezes na Palestina, em oportunidades como o Fórum Social Palestino, em 2003, e no ano passado, quanto pela primeira vez houve ajuda na colheita de azeitonas.
O MST, junto com a Via Campesina, movimento mundial de trabalhadores rurais da qual o grupo brasileiro é um dos fundadores, quer fundar a Via Campesina no país árabe. Na verdade, a Palestina já tem uma série de movimentos organizados, como a União dos Comitês de Trabalhadores Agrícolas, União dos Comitês de Mulheres Palestinas e Centro de Informação Alternativa, e a idéia é reunir todos eles, dando-lhes um espaço comum, para que trabalhem no apoio aos camponeses, trabalhadores rurais e pescadores, que é a proposta da organização.
Buzetto explica que o objetivo da Via Campesina é lutar para que terra, água, sementes e recursos naturais não sejam controlados por poucos. “E lá são controlados por empresas israelenses”, explica. Alguns dos grupos sociais palestinos, como a União dos Comitês de Trabalhadores Agrícolas, já participam das ações da Via Campesina. A organização, aliás, deve promover em novembro, logo após a colheita de azeitona, uma conferência internacional, para a qual serão convidados integrantes do grupo da África, Ásia, Europa e Américas.
Na viagem de Buzetto à Palestina no começo deste mês, o MST foi homenageado. A conferência da qual o brasileiro participou, das esquerdas, em Hebron, teve como título “Uma luta conjunta para o fim da ocupação e do racismo” e teve o financiamento da Agência Catalã de Cooperação ao Desenvolvimento (ACCD), por meio da organização não-governamental Sodepau. “Nós fizemos uma homenagem a eles (entregando a bandeira do Brasil e do MST) e também fomos homenageados por ser uma organização que está mais presente a cada ano”, conta Buzetto. No final de novembro, o MST promove, no Brasil, um encontro nacional de solidariedade ao povo palestino.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Termos Sionistas

Alguns termos sionistas estratégicamente elaborados para serem usados na imprensa mundial e amenizar os efeitos das barbaridas dos atos de Israel contra palestinos e árabes:

- Criação do Estado da Palestina - Deveria ser reconhecimento do Estado da Palestina, já que a Palestina sempre existiu lá e Israel é que foi criada por uma resolução das Nações Unidas.
- Anexar Territórios - O certo é invadir e ocupar ilegalmente os territórios dos outros países e povos, a exemplo da Palestina, das Coliunas do Golã, que pertencem à Síria e do sul do Líbano.
- Ceder o controle de Jerusalém Oriental: quando deveriam escrever "retirar-se de Jerusalém, igualmente invadida e ocupada.
- Retirar os assentamentos da Cisjordânia - Os assentamentos, aos quais eles se referem, são invasões ilegais de terras palestinas na Cisjordânia. Eles escolher a dedo as melhores terras, as invadem, constroem condomínios luxuosos para judeus trazidos de todas as partes do mundo, constroem estradas dentro das terras palestinas para o acesso destes judeus aos assentamentos ilegais e ainda, para piorar, roubam o fornecimento de água dos palestinos para transferi-lo para estes invasores parasitas sustentados pelo governo para engordar o número da população israelense. Não se diz retirar para um assentamento. Ou derruba tudo ou não há intenção de qualquer "retirada".
- Forças de Defesa: São soldados armados até os dentes com o que há de mais moderno em armamentos, inclusive químicos e biológicos, treinados para matar qualquer palestino que se atravesse à sua frente, incluindo crianças, mulheres e idosos, todos desarmados e desprovidos de qualquer capacidade de defesa.
- Segurança de Israel - Alguém se lembra do AI5? É exatamente isso. Toda e qualquer ação arbitrária, que inclui matanças e selvagerias é justificada como "segurança de Israel".
- Grupos Palestinos Terroristas - Em sua maioria são grupos armados conhecidos como forças de resistência, que combatem as forças de ocupação, ou seja, que defendem seus territórios.
- Estagnação do Processo de Paz: Entenda-se que Israel sabotou algum ponto sensível da negociação do processo de paz e depois se fingiu de morta, enquanto os palestinos esbravejam indignados, o que para o mundo fica parecendo que eles são os agressores e não os agredidos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre Nakba e Palestina

O Estado de S. Paulo
 » 2011 » 05 » 18 »
O muito protelado Estado palestino
Mahmoud Abbas,
do The New York Times
Se a comunidade internacional mantiver a promessa que fez há seis décadas, haverá um futuro de dignidade para o povo

Há 63 anos, um garoto palestino de 13 anos foi obrigado a abandonar seu lar na cidade de Safed, na Galileia, e fugir com sua família para a Síria. Ele foi abrigado numa tenda de lona fornecida a todos os refugiados que chegavam. Embora ele e sua família desejassem durante décadas retornar ao seu lar e à sua pátria, foi-lhes negado esse mais básico dos direitos humanos. Essa história de criança, como a de tantos outros palestinos, é a minha.
Mas, neste mês, no momento em que recordamos mais um ano de nossa expulsão - que chamamos de "nakba", ou catástrofe - o povo palestino tem motivos para esperanças: em setembro, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, pediremos o reconhecimento internacional do Estado da Palestina nas fronteiras de 1967 e também que nosso Estado seja admitido como membro pleno da ONU.
Muitos estão questionando o valor desse reconhecimento enquanto persiste a ocupação israelense. Outros nos acusaram de colocar em risco o processo de paz. Nós acreditamos, porém, que há um valor imenso para todos os palestinos - aqueles que vivem na pátria, no exílio e sob ocupação.
É importante notar que a última vez em que a questão de um Estado palestino ocupou o centro das atenções na Assembleia-Geral da ONU, a questão colocada à comunidade internacional foi se nossa pátria deveria ser dividida em dois Estados.
Em novembro de 1947, a Assembleia-Geral fez sua recomendação e respondeu afirmativamente. Pouco tempo depois, forças sionistas expulsaram árabes palestinos para garantir uma maioria judaica decisiva no futuro Estado de Israel, e exércitos árabes intervieram.
Guerra e novas expulsões se seguiram. Aliás, foram os descendentes desses palestinos expulsos que foram mortos e feridos por forças israelenses no domingo quando tentavam exercer simbolicamente seu direito de retornar aos lares de suas famílias. Minutos depois de o Estado de Israel ser criado em 14 de maio de 1948, os Estados Unidos concederam-lhe reconhecimento. Nosso Estado palestino, porém, continua sendo uma promessa não cumprida.
A admissão da Palestina na ONU aplainará o caminho para a internacionalização do conflito enquanto uma questão legal, e não apenas política. Aplainará também o caminho para fazermos demandas contra Israel na ONU, em organismos de tratados de direitos humanos e no Tribunal Internacional de Justiça.
Nossa busca por reconhecimento como Estado não deve ser vista como um embuste; muitos de nossos homens e mulheres foram perdidos para nos engajarmos em semelhante teatro político. Vamos às Nações Unidas agora para assegurar o direito de vivermos livres nos 22% restantes de nossa pátria histórica porque estivemos negociando com o Estado de Israel por 20 anos sem chegar minimamente mais perto de conseguir um Estado nosso.
Assentamentos. Não podemos esperar indefinidamente enquanto Israel continua enviando mais colonos para a Cisjordânia ocupada e nega a palestinos o acesso a grande parte de nossa terra e nossos locais sagrados, particularmente em Jerusalém. Nem pressões políticas nem promessas de recompensas dos Estados Unidos barraram o programa de assentamentos de Israel.
As negociações continuam sendo nossa primeira opção, mas como elas falharam, somos agora compelidos a recorrer à comunidade internacional para nos ajudar a preservar a oportunidade de um fim justo e pacífico do conflito. A unidade nacional palestina é um passo decisivo nesse sentido.
Ao contrário do que afirma o premiê israelense, Binyamin "Bibi" Netanyahu, e do que se pode esperar nesta semana durante sua visita a Washington, a escolha não é entre unidade palestina ou paz com Israel; é entre uma solução de dois Estrados ou colônias de assentamentos.
Apesar da tentativa de Israel de se contrapor a nossa muito aguardada participação na comunidade de nações, nós preenchemos todos os pré-requisitos de soberania estatal listados na Convenção de Montevidéu, no tratado de 1933 que estabelece os direitos e deveres de Estados.
A população permanente de nossa terra é o povo palestino, cujo direito à autodeterminação tem sido repetidamente reconhecido pelas Nações Unidas, e pelo Tribunal Internacional de Justiça em 2004. Nosso território é reconhecido como as terras demarcadas pela fronteira de 1967, embora esteja ocupado por Israel.
Temos a capacidade de estabelecer relações com outros Estados e ter embaixadas e missões em mais de cem países. O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia indicaram que nossas instituições estão desenvolvidas ao nível em que estamos agora preparados para ser um Estado soberano. Somente a ocupação de nossa terra nos impede de atingirmos nosso pleno potencial nacional: ela não impede o reconhecimento pelas Nações Unidas.
Compromisso. O Estado da Palestina pretende ser uma nação amante da paz, comprometida com direitos humanos, democracia, o estado de direito e os princípios da Carta das Nações Unidas. Uma vez admitido na ONU, nosso Estado estará pronto para negociar todas as questões centrais do conflito com Israel. Um enfoque decisivo das negociações será alcançar uma solução justa para os refugiados palestinos com base na Resolução 194, que a Assembleia-Geral aprovou em 1948.
A Palestina estaria negociando da posição de um membro das Nações Unidas cujo território está militarmente ocupado por outro, e não como um povo vencido pronto a aceitar quaisquer termos que lhe forem oferecidos.
Convocamos todos os países amigos e amantes da paz a se unirem a nós na realização de nossas aspirações nacionais de reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras de 1967 e de apoio a sua admissão na Organização das Nações Unidas.
Somente se a comunidade internacional mantiver a promessa que nos fez há seis décadas, e assegurar que uma solução justa para os refugiados palestinos seja colocada em vigor, poderá haver um futuro de esperança e dignidade para nosso povo. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

É PRESIDENTE DA ORGANIZAÇÃO PARA A LIBERTAÇÃO DA PALESTINA E PRESIDENTE DA AUTORIDADE NACIONAL PALESTINA

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cinema para Beduínos

Agência de Notícias Brasil-Árabe
 » 2011 » 05 » 11 »
ONU lança projeto de cinema móvel para beduínos palestinos


Objetivo é aumentar a conscientização política e a coesão comunitária; público assistirá a documentários e filmes infantis e infanto-juvenis.
Rádio ONU
A agência das Nações Unidas para Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, lançou um projeto de cinema móvel para atender a comunidades beduínas da Cisjordânia.
As 15 comunidades beneficiadas ficam na chamada Área C, controlada totalmente por Israel, que corresponde a 60% da região.
Beduínos que moram próximos à cidades como Jericó, Jerusalém, Belém e Hebron, entre outras, terão a oportunidade de assistir a documentários sobre direitos-humanos e direitos de minorias, além de filmes sobre as condições de vida de outras comunidades no Oriente Médio.
Crianças e adolescentes beduínos também serão entretidos com filmes infantis e infanto-juvenis.
Comissão Européia
O projeto é realizado em parceria com a Associação Palestina de Cinema e Artes e com financiamento do Departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Européia, no valor de US$ 10,5 mil ou R$ 17 mil.
O objetivo é aumentar a conscientização dos beduínos para a importância da resistência ao deslocamento forçado de comunidades, além de aumentar a coesão e a participação política de seus integrantes.
Assistência
O cinema móvel faz parte do programa de proteção da Unrwa, que ajuda na assistência a 4,8 milhões de refugiados palestinos registrados no Oriente Médio.
Além de serviços de educação e saúde, a agência da ONU se esforça para ajudar os refugiados nos campos de infra-estrutura, apoio comunitário, microfinanciamente e respostas emergenciais aos problemas enfrentados por eles.