A vida nos reserva surpresas incríveis.
Eu tenho tido a sorte de surpresas bastante agradáveis. Nesta última semana, tive o prazer inenarrável de conversar com meu querido amigo Omar, parceiro de Sanaúd, parceiro de luta, parceiro de adolescência e parceiro de ideais. Fiquei imensamente satisfeita com tantas novidades, tanta cumplicidade e tanta energia boa emanando da nossa boa e velha amizade. Felicidade total. Ainda mais sabendo que poderemos trabalhar juntos daqui para adiante.
Ainda na semana passada, tive o imenso prazer de conhecer o Dr. Alfredo Feres. Uma figura rara! Ele, assim como eu, vem rebuscando as origens, a história da família, as raízes e o cheirinho da Palestina. Alfredo é filho de imigrantes palestinos que chegaram ao Brasil na década de 50. Sua mãe, Genevieve (que nome lindo), pisou em terras tupiniquins aos 20 anos de idade, trazendo na bagagem uma triste história de fuga, ocupação, guerra e violação. Mas também trazendo seu sangue palestino nas veias, sangue este que rendeu excelentes frutos por aqui, pois Genevieve constituiu uma linda família.
Mas o que mais me encantou na história de Alfredo foi o seu tio Elias. Enquanto viveu, o Tio Elias manteve um contato permanente com os seus que imigraram para o Brasil, inteirando-os dos acontecimentos e, principalmente, documentando os acontecimentos através de fotos. Alfredo me mostrou um verdadeiro tesouro. São fotos das décadas de 30 e 40, antes da ocupação da Palestina pelos israelenses. Nas fotos, pude ver Hayfa, cidade natal da família Feres, Tel Aviv e suas primeiras construções, a modernidade da Palestina em comparação às outras cidades do Oriente Médio, os trajes elegantes das pessoas, as casas lindas e muito bem organizadas, o nascimento dos primeiros prédios de dois e tres andares, as oliveiras ainda verdinhas sem as feridas dos bombardeios, as expressões felizes das pessoas e o sentimento de aconchego dentro da pátria-mãe.
É, nós tinhamos tudo isso! Nós éramos um povo feliz, vivendo num país próspero e moderno. Nos tomaram tudo, nos expulsaram e agora vivemos por aí juntando os pedacinhos da nossa história para compartilhar com um conterrâneo e sentir um pouquinho do calor da nossa identidade.
Sinto-me abraçada pela sorte de poder compartilhar com pessoas tão especiais, um sentimento tão especial e tão profundo.
Ainda recebi outras boas notícias e muito mais carinho, mas deixo para outra oportunidade, já que precisaria de mais dois espaços como este para expor tanta riqueza e densidade cultural.
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