segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Agência de Notícias Brasil-Árabe


Palestinos querem negócios diretos com Brasil
Data: 16/11/2009
Crédito: Alexandre Rocha, enviado especial
Alexandre Rocha, enviado especial

O presidente da Câmara Árabe, Salim Schahin, conversou sobre o tema com o vice-ministro do Turismo da ANP, o vice-prefeito de Belém e o presidente da Câmara de Comércio da cidade.
Belém, Palestina – Os palestinos querem fazer negócios diretamente com os empresários brasileiros, sem intermediários de Israel. O tema foi discutido nesta sexta-feira (13) em reuniões que o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, teve, em Belém, com o vice-ministro do Turismo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Marwan Toubassi, o vice-prefeito de Belém, George Sa'adeh, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria da cidade, Samir Hazboun.
Entre as ações propostas estão a realização de uma missão de operadores de turismo e empresários brasileiros à Palestina e a divulgação de produtos do Brasil no país. "Vemos o Brasil como um mercado importante para o turismo", disse Toubassi, acrescentando que há cinco anos o governo palestino participa da feira da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), no Rio de Janeiro.
Schahin ressaltou que os sítios históricos e religiosos da região são bastante atrativos para os brasileiros e afirmou que vai acionar o recém criado Comitê de Turismo da Câmara Árabe para auxiliar nas iniciativas de promoção.
"Precisamos de um turismo focado nas cidades palestinas", declarou o vice-ministro. Segundo ele, muitos visitantes só ficam em Belém tempo suficiente para ver a Igreja da Natividade, construída no local onde os cristãos acreditam que Jesus Cristo Nasceu, e depois retornam a Israel, sem gastar dinheiro nos hotéis, restaurantes e lojas locais. "Não queremos que o lucro do turismo fique só com Israel", acrescentou.
Sa'adeh disse, em reunião na Prefeitura de Belém, que a cidade é a “capital cristã do mundo” e “a cooperação com o Brasil é bem-vinda”. Apesar da ocupação israelense e das conseqüentes dificuldades econômicas e de deslocamento dos palestinos, Belém é uma cidade bonita e limpa. Ônibus lotados de turistas cruzam todos os dias o muro e os postos de controle que separam Israel da Cisjordânia em busca das atrações do local.
A embaixadora Ligia Maria Scherer, chefe do escritório de representação do Brasil, destacou que o povo e o governo brasileiro sempre apoiaram a causa palestina e que pretende ajudar no que for possível para facilitar o trânsito de brasileiros nos territórios ocupados. "Nós apreciamos o papel do governo brasileiro", disse Toubassi. Além do apoio diplomático, o Brasil já fez doações em dinheiro e produtos e ofereceu cooperação técnica à Palestina em diferentes áreas.
Acordo
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Belém disse, em reunião na sede da entidade, que o turismo é a principal atividade econômica da região, seguido da produção de mármore e outras pedras, de indústrias leves e do setor de serviços, especialmente bancos. Belém tem uma polução de 190 mil pessoas e um banco para cada 10 habitantes.
Ele lembrou de um acordo de cooperação assinado com a Câmara Árabe Brasileira em 2003 que precisa ser executado. "Precisamos por em ação esse acordo, vou dar uma atenção especial à Palestina", destacou Schahin.
Hazboun disse que um bom começo é promover "o dia dos catálogos brasileiros" em cidades importantes como Belém, Nablus e Ramallah. Ele pediu que as empresas brasileiras mandem material para o escritório de representação do Brasil que a Câmara de Belém se encarregará de organizar os eventos.
Segundo Hazboun, a Palestina já importa grandes quantidades de alguns produtos brasileiros, como US$ 10 milhões anuais em granitos, US$ 2 milhões em balas e doces, além de portas de madeira. Os palestinos defenderam, porém, que as empresas dos dois países promovam negociações diretas para que os lucros beneficiem a economia local.
O executivo acrescentou que a Palestina gostaria também de atrair investimentos brasileiros e destacou que os investimentos estrangeiros têm uma "garantia especial", respaldada por instituições como o Banco Mundial, que é uma espécie de seguro contra instabilidade política. Assim, segundo ele, o investidor pode ser compensado caso a instabilidade da região impeça a continuidade do negócio.
Ele ainda mostrou a Schahin um bem organizado showroom, na sede da Câmara, com mercadorias produzidas na Palestina, como roupas, artesanato, medicamentos, artefatos de pedra, produtos de alumínio, entre outras.
Participaram das reuniões também o diretor da Câmara Árabe, Mustapha Abdouni, o conselheiro do escritório de representação do Brasil, Ricardo José Leal, e o conselheiro responsável pela América Latina do Ministério dos Assuntos Estrangeiros da ANP, Munjed Saleh.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela sua visita e contribuição.