Quando Yasser Arafat estendeu a mão para Shimon Peres, após assinar o Acordo de Paz na Casa Branca, o primeiro ficou reticente antes de estender a mão também. Ao ver esta postura, fiquei em dúvidas sobre a sinceridade de tal disposição para a paz. Um ano depois, os mesmos personagens dividiram o Prêmio Nobel de Paz. Ainda assim, continuei achando as posturas duvidosas.
Eu estava certa. Dezesseis anos depois deste ato, muita coisa mudou, para pior. Os assentamentos judeus continuaram avançando sobre as terras palestinas, foi contruído um muro que divide a Palestina em dois, tal qual o muro de Berlin, Gaza foi sitiada, sufocada e incendiada inúmeras vezes, os palestinos estão cada vez mais doentes, pobres e sem perspectivas e o que é pior, o mundo continua inerte diante de toda esta crueldade.
O que os dois fizeram naquele dia, foi assinar uma sentença de morte para o que restou da Causa Palestina. As provas estão aí: O que sobrou das nossas terras palestinas foi dividido em dois pedaços, um bem distante do outro, com Israel no meio dos dois, ditando as regras e plantando a discórdia entre palestinos de Gaza e da Cisjordânia.
Hoje, o Câmara Distrital vai oferecer o título de Cidadão Honorário à Shimon Peres, aquele cara que ficou reticente em estender a mão à Yasser Arafat. Será que vale à pena mesmo? Será que o Brasil não vê que este cara travestido de bonzinho, também tem as mãos manchadas de sangue de inocentes? Será que uma pessoa que comanda exércitos assassinos merece tal título?
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