quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lorota

Ehud Barak, Ministro de Defesa israelense foi para Nova Iorque pedir à Ban Ki-Moon, Secretário Geral das Nações Unidos, para que as investigações sobre o ataque israelense à Flotilha da Liberdade sejam paralisadas por enquanto, já que existe um outro navio libanês sendo preparado para furar o cerco à Gaza e Israel "pode" agir com violência e ainda responsabilizar o governo do Líbano pelas consequências. Disse, ainda, que Israel está conduzindo as investigações sobre o "incidente" que matou nove ativistas turcos e feriu dezenas de outros ativistas, de forma independente, séria e digna.
Eu sei, parece mais um vômito de asneiras, mas vamos desmontar esta notícia juntos.
Primeiro: Ehud Barak, para quem não sabe, é um sionista da ultra-direita israelense, que assassinou com as próprias mãos dezenas de palestinos, durante o massacre de Deir Yassin, massacre este que foi feito de madrugada contra uma pacata cidade do interior da Palestina e que transformou a cidade num rio de sangue. Ehud Barak é conhecido por se vangloriar dos seus assassinatos, que incluíram crianças e mulheres grávidas. Hoje, ele é o ministro da defesa de Israel, ou seja, foi ele mesmo quem ordenou o ataque à Flotilha da Liberdade.
Segundo: Ban ki-Moon é o bunda-mole das Nações Unidas que obedece a todas as ordens do Conselho de Segurança, quando deveria ser o contrário, já que este conselho é só um dos orgãos que compoem a Organização das Nações Unidas e deveria ser subordinado à Secretaria Geral.
Terceiro: Ehud Barak pede para paralisar as investigações, que nunca começaram, sobre o ataque israelense à Flotilha da Liberdade, argumentando que Israel esta conduzindo as investigações. É, no mínimo, uma piada de mal gosto. Quer dizer que o próprio assassino vai à ONU dizer que ele mesmo está investigando o seu próprio crime e, ainda, de forma séria, independente e digna? Deixa eu adivinhar: Ele mesmo vai se inocentar.
Quarto: Ehud Barak diz que tem um navio sendo preparado no Líbano, com ajuda humanitária destinada à população de Gaza e já anuncia que vai atacar o navio e ainda responsabilizar o Líbano pelo ataque. Ele quis dizer: eu mato, mas a responsabilidade não é minha, quem mandou me provocar?
Quinto: Ehud Barak se referiu ao ataque à Flotilha da Liberdade como "incidente". Fui buscar no  dicionário o que significa a palavrinha que ele usou: Circunstância acidental, segundo o mestre Aurélio. Não houve nada de acidental no ataque. Os fuzileiros navais receberam uma ordem de seu alto comando (o próprio Barak) para atacar a flotilha em águas internacionais. Então não foi incidente, foi um ataque.
Sexto: As Nações Unidas estão usando da conivência com um governo ocupacionista e assassino, quando deveriam condena-lo pelos crimes diários contra a população palestina e, mais especificamente, contra a população de Gaza.
Sétimo: A comunidade internacional está assistindo à todas as arbitrariedades de Israel sem tomar uma única atitude, como enviar forças internacionais à Gaza.
Oitavo: O famoso comando da Otan, do qual a Turquia é membro, nem se manifestou até agora, mesmo que o ataque tenha atingido em cheio um de seus membros. Em outros tempos, teria resposta imediata na certa.
Eu pergunto: Então, qual é o jogo? Por que Israel continua agindo impunemente? Por que a protegem tanto?

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