O Chanceler Celso Amorim disse a coisa certa: A atual condição do Conselho de Segurança da ONU é uma coisa escandalosa. E é! Cinco potências econômicas que também são cinco potências nucleares decidem o destino do mundo. Mandam e desmandam (mais desmandam) ao seu bel prazer.
Basta observar as sanções impostas ao Irã ontem. O que foi aquilo? Quer dizer que a quem desenvolve energia nuclear para fins pacíficos, que é o caso do Irã, se impoem sanções e quem possui armas nucleares de fato, que é o caso de Israel, não?
Qual foi a lógica? O Irã nunca representou uma ameaça à segurança do Oriente Médio, ao contrário de Israel. O Irã não possui armas nucleares, ao contrário de Israel. O Irã nunca jogou bombas atômicas em ninguém, ao contrário dos Estado Unidos da América.
Quem é a ameaça de fato? Os americanos e seus aliados, ou o Irã?
Está certo que o Irã tem problemas em sua política interna e no que concerne ao respeito aos direitos humanos, mas que atire a primeira pedra o país que não enfrenta problemas internos de maior ou menor proporção. Isto não justifica uma ação arbitrária do Conselho de Segurança, que já deixou de primar pela segurança internacional a muito tempo, preocupando-se apenas com interesses dos próprios países membros.
Quando o Presidente Lula reivindicou a reforma imediata do Conselho de Segurança para que possa ser mais representativo, foi tachado de louco e leviano, porém, agora estamos vendo o que significa deixar o destino da segurança mundial na mão de poucos, que estão se lixando para o mundo.
Basta ver que, na semana passada, este mesmo Conselho se recusou à condenar Israel pelo ataque à Flotilha da Liberdade, abstendo-se apenas a condenar o ataque em sí. Por que? Quem ordenou o ataque não foi o próprio governo israelense? A ordem não veio de cima? Ou por acaso os fuzileiros israelenses tomam decisões aleatórias e resolvem, sem consultar seu comando, atacar um flotilha humanitária em águas internacionais, assim sem mais nem menos?
Eu sei que minhas perguntas parecem patéticas, mas a situação em sí é para lá de patética. Todos os argumentos apresentados pela Sra. Hillary Clinton na ONU foram absolutamente falhos. Me levaram a compara-la às celebridades fabricadas, aqueles cantores e atores que estouram de uma hora para a outra e depois desaparecem. Todos os argumentos apresentados ontem foram fabricados. Não há base real para nenhum deles. Foi assim na época da guerra de golfo e a história está se repetindo.
Ou seja, estamos vivendo num mundo onde as verdadeiros ameaçadores são os que ditam as regras e os ameaçados são obrigados a engolir a sentença de culpa.
É como aquela vítima de estupro que vai à delegacia registrar uma queixa e transforma-se, na visão de alguns trogloditas que a atendem, de vítima a algoz à ponto de envergonhar-se de sua própria condição.
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