quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mais Lorota

Ok, eu tenho algumas perguntas a fazer a Jacob Dolinger.
1a. O fato de os judeus terem sido vitimas do holocausto dá à eles o direito de promover um segundo holocausto contra o povo palestino?
2a. A invasão e consequente ocupação da Palestina não configura um crime gravíssimo, na sua opinião?
3a. O Sr. Dolinger deve ter faltado às aulas de matemática, pois foram 62 anos de ocupação da Palestina e não é um "conflito centenário". Centenário significa cem.
4a. O fato da Turquia ter cometido um crime contra os armênos no século passado dá à Israel o direito de cometer crimes contra os turcos?
5a. O Sr. Dolinger considera o povo palestino um povo terrorista?
6a. Israel tem o direito de manter um cerco de tres anos contra a população de Gaza, impedindo-a do acesso aos direitos humanos fundamentais, como o direito à vida?
7a. Quem é o terrorista na questão palestina, Israel, o estado ocupacionista, ou a Palestina,  o estado ocupado?
8a. Como os palestinos podem medir forças com Israel se não possuem armas, enquanto Israel é considerada uma potência bélica e nuclear no Oriente Médio?
9a. Crime por crime, o Sr. Dolinger não acha que a Turquia ainda está aquém de Israel, já que esta última mantêm o povo palestino sob um segundo holocausto a mais de 62 anos?
10a. O Sr. Dolinger chamou a politica de Israel de "defensiva". O certo não seria "OFENSIVA"?

Sr. Jacob Dolinger, à quem acha que está enganando com este seu artigo cheio de informações denegridas e contraditórias? Para escrever um artigo, é necessário ter responsabilidade com as informações e um pouco de consciência, se é que o senhor sabe o que é isso.

O Globo
Bloqueios e genocídios

24/06/2010
Opinião
JACOB DOLINGER
A Turquia assumiu a defesa dos “navegantes da paz” e entornou sua bile sobre Israel, com o qual vinha mantendo relações de mútua colaboração em vários setores. Outra manifestação crítica à política israelense com relação ao mar territorial de Gaza veio de uma das mais ilustres personalidades da Grã-Bretanha, Tonny Blair, participante do esquema internacional que pretende, surda e cegamente, solucionar o centenário conflito entre judeus e árabes.
Sem entrar na análise da ocorrência que estremeceu o mundo de maneira gritantemente desproporcional à sua reação para com as magnas violências que vêm ocorrendo em diversos pontos do planeta, com sacrifício de milhares de vidas, cabe analisar a autoridade de turcos e ingleses para criticar o bloqueio marítimo que Israel impõe à costa de Gaza. Na Turquia ocorreu em 1915 a primeira grande tragédia do século XX — o genocídio de um 1,5 milhão de armênios cristãos, retirados de suas casas, levados para o mar e afogados, arrastados para as estradas e torturados até a morte — homens, mulheres, velhos, crianças, em um morticínio inenarrável, comandado pelas autoridades governamentais, tragédia desconhecida pela maior parte da humanidade.
Hitler, quando advertido por assessores sobre o risco de executar a liquidação de milhões de judeus, respondeu que não havia problema, exclamando: “Quem se lembra dos armênios?” Sabia ele que ninguém viria em socorro dos judeus, como ninguém acudiu os armênios. Depois da guerra de 14/18, a Liga das Nações e as grandes potencias comportaram-se cinicamente, deixando de dar qualquer apoio aos sobreviventes e premiando os turcos com ampliação de seu território, em detrimento do povo armênio, que se viu exilado de sua terra. O Tratado de Lausanne, de 1923, entre as grandes potências e a nova república turca, ignorou por completo os sobreviventes do genocídio.
O satânico crime dos turcos contra os armênios levou ao diabólico crime dos alemães contra os judeus. E atualmente impera a hipocrisia dos países ocidentais e das organizações internacionais com suas críticas candentes a Israel sem atentar para a política terrorista das lideranças palestinas, apoiadas por governos muçulmanos. Plus ça change, plus c’est la même chause.
Os sucessivos governos turcos se negaram a reconhecer o genocídio praticado contra sua minoria cristã, os armênios.
O atual governo mantém a mesma política.
E nada os demove desta cruel indiferença que, como disse ilustre jus-internacionalista, representa matar as vítimas pela segunda vez. Os ingleses colaboraram com a Alemanha fechando as portas da Palestina para os judeus que pretendiam fugir do nazismo. A Carta Branca de maio de 1939 — justamente quando a guerra se iniciava — impôs uma cota imigratória para a Palestina de 15.000 judeus por ano. Ao mesmo tempo estimularam a vinda de árabes de diversas regiões para o território sob seu mandato.
A potência mandatária deu todo apoio à agressividade árabe, mantendo-se inerte diante dos pogroms perpetrados contra a população judaica e impedindo a defesa armada por parte das vítimas. No Oriente Médio, como em todas as regiões colonizadas pelo Império Britânico, este deixou bem plantadas as envenenadas sementes de futuras crises internas e lutas armadas. A crueldade britânica nos anos da guerra, impedindo a salvação de centenas de milhares de judeus que tinham como escapar da Europa para a Palestina, culminou com a manutenção da mesma política no pós-guerra, quando, nos anos 1945-1948, bloqueou o porto de Haifa a todas as vítimas da perseguição nazista, criaturas reduzidas à mais abjeta miséria física e moral, que tentavam recuperar suas vidas na Terra Santa.
As embarcações que se aproximavam do porto eram recambiadas para a Europa.
Algumas foram conduzidas a Chipre, forçados os passageiros para dentro de campos de internação. Lembremos o filme “Exodus”. O bloqueio mantido pelo governo de S. Majestade britânica antes e durante a guerra levou à morte de centenas de milhares e à mais profunda humilhação de milhares de sobreviventes do Holocausto.
Turcos e ingleses deveriam lembrar seu passado criminoso antes de agir contra um país que bloqueia a entrada de armas e mísseis para um grupo terrorista que estabelece em sua Carta o objetivo de destruir o Estado de Israel e aniquilar sua população, operacionalizando seu desiderato mediante ações terroristas e milhares de mísseis lançados sobre a população israelense.
De bloqueios e genocídios têm eles — ingleses e turcos — sabida experiência e fariam melhor calando-se sobre a política defensiva do Estado de Israel.
JACOB DOLINGER é professor da Uerj

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