(Diálogo entre uma palestina e um árabe-israelense)
- Por que você aceitou isso?
- Não tive opção!
- Sempre temos opção.
- Não em meio à guerra.
- Minha família optou por fugir, outros optaram por ficar e enfrentar e outros continuam resistindo até hoje. Você optou por sucumbir.
- É a opção mais inteligente.
- Perder a dignidade é a opção mais inteligente?
- Não perdi a dignidade.
- Perdeu sim.
- Por que você diz isso?
- Por que você nunca será um deles e não é mais um de nós. Porque nos traiu na hora que mais precisávamos de contingente para enfrentar os judeus que invadiam nossa terra. Portanto é um traidor dos palestinos e nunca será um judeu.
- Nem quero.
- Não parece.
- Não preciso ser judeu, tenho identidade israelense e posso circular onde bem entender.
- Pode mesmo?
- Claro.
- Não diga mentiras.
- Tá, mas posso ir à quase todos os lugares de Israel, mas os do outro lado não podem.
- Os do outro lado são os palestinos.
- Não existe mais Palestina, coloque isso na sua cabeça. Isso é passado! O que existe lá é um país chamado Israel, é fato, é realidade!
- E o outro lado ao qual você se referiu?
- Eles continuam dando murro em ponta de faca, enquanto tentam pular para o nosso lado.
- Você acredita mesmo nesta mentira deslavada que você acabou de vomitar?
- Você não sabe de nada.
- Acho que sei de uma coisa muito importante que você prefere ignorar, por ser mais conveniente à um vendido como você.
- E o que é?
- É graças aos palestinos que nunca abaixaram a cabeça que a nossa luta resistiu à seis décadas e é graças à eles que o mundo continua sabendo que a Palestina existiu, existe e sempre existirá!
- Eu estou perdendo meu tempo. Não suporto este seu romantismo e idealismo.
- E quem disse que isso é idealismo? O sangue palestino é uma herança que pulsa nas minhas veias. E, infelizmente, nas suas também, apesar de renega-lo como um Judas.
- Ah! Pára com isso! Eu sou realista! Ponto final!
- Você é um vendido!
- Minha família e eu fomos inteligentes. Graças à nossa atitude, nossa cidade não foi destruída, já que não havia saída.
- Estamos falando de um país e um povo e não de uma única cidade.
- Que se danem!
- É onde eu queria chegar! "Que se danem"! Foi o que vocês disseram ao povo palestino na época e continuam dizendo.
- É e daí? Eles nunca vão chegar à lugar nenhum! Imagina a idiotice? Um povinho de nada querendo enfrentar o exército de Israel e os americanos? Ha ha ha! Isso não existe!
- "Um povinho de nada" que resiste ao exército de Israel e aos americanos à mais de sessenta anos, mesmo com baixas diárias. Isso sim!
- Grande coisa! Uma hora eles acabam!
- Este é o típico pensamento judeu! É isso que eles tentam fazer o tempo todo: fazer o mundo acreditar que um dia os palestinos serão exterminados! Felizmente, eles estão redondamente enganados. Nossos sangue não morre!
- Blá blá blá!
- Olhe para as minhas filhas! Elas nasceram no Brasil. Tem pai brasileiro. Pergunte à elas o que elas são.
- Lara, o que você é?
Lara: - Eu sou árabe!
- E o que mais?
- Palestina e muçulmana!
- Pergunte à Laura!
Laura: - Eu também!
- Sim e daí?
- Daí que nosso sangue não morre! Independente da nossa localização geográfica! Assim como os judeus, nós também dsenvolvemos um instinto de sobrevivência e ensinamos aos nossos filhos quem nós somos, onde é nossa terra e porque estamos longe dela. Mas com uma diferença: nós falamos a verdade aos nossos filhos, sem precisarmos blefar nem contar mentiras históricas. E o sangue segue seu curso natural, porque nossa terra, que já está enxarcada de sangue de inocentes, continua chamando por nós, geração após geração! É como respirar! Bem natural!
- (Silêncio). - Meu pai também pensava assim. Até hoje ele pensa, mas reprime os pensamentos dele pelo nosso interesse.
- A mentira tem pernas curtas.
- Eu sei! Mas a realidade é cruel!
- A imposição da mentira é cruel. Israel é e sempre será uma mentira! Um país contruído em cima do sangue de inocentes nunca terá paz, porque o sangue grita sob os alicerces daqueles lares artificiais. É o fantasma da nossa verdade que os atormenta. Eles sabem disso! Você também sabe!
- É, eu sei!
eles ainda tem sangue, mas perderam as almas, pq ser palestino, é acima de tudo ter alma palestina,pq esta é intocavel, e que lindo saber que tuas filhas herdaram a alma e noção do que é ser palestino, nossas almas revolucionarias são o fogo que jamais apagarão..abraço Jihan.
ResponderExcluirOutro abraço, mas quem é você?
ResponderExcluirsou um admirador do blog e palestino tb ..tenho postado alguns comentarios anonimos pq não tenho paciencia para me registrar, estou como anonimo nos comentarios , mas vc me conheçe .. tenho certeza que vais adivinhar quem sou, grande abraço !
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