Eu leio este artigo da seguinte forma: Vamos dizer que temos uma posição diferente com relação ao Estado Palestino para acalmar os ânimos e desacelerar a organização de uma terceira Intifada. Claro! Não é do interesse de Israel, nem dos americanos mostrar quem é o lobo mal da história, quando se está discutindo o poderio nuclear do Irã e precisa-se urgentemente do apoio internacional para a posição americana de boicote ao Irã. Não seria prudente. Então, acalma-se os palestinos, dizendo que o Governo de Barack Obama está revendo sua posição, bota um docinho na boca dos governantes árabes, para que o mundo apoie a posição americana. Assim que o boicote ao Irã for anunciado, é só voltar atrás e dizer que foi tudo um mal entendido. Prontinho! Está armado mais um circo para conseguir o apoio internacional e protelar as negociações em torno do Estado Palestino.
O Estado de S. Paulo
Novas palavras a Israel/Artigo
Data: 19/04/2010
Mark Lander, Helene Cooper, jornalistas, The New York Times
Em seus discursos, Obama já demonstra ter mudado a posição americana no Oriente Médio, submetendo o apoio ao aliado israelense aos interesses dos EUA na região
Foi apenas uma frase dita pelo presidente Barack Obama ao fim de uma entrevista coletiva na terça-feira. Mas as palavras chamaram a atenção para uma abrangente mudança na maneira como os EUA enxergam o conflito palestino-israelense, e até que ponto o país estaria disposto a exercer uma pressão agressiva na busca por um acordo de paz.
Quando Obama declarou que resolver a disputa no Oriente Médio era "um objetivo central para garantir a segurança dos EUA", ele destacou uma mudança que resultou de um demorado debate entre seus generais. Trata-se de uma discussão sobre o equilíbrio diplomático entre o apoio a Israel e outros interesses americanos.
Essa mudança, descrita por funcionários do governo que não quiseram ter seus nomes revelados ao debaterem determinações internas, está por trás da nova urgência de Washington em promover a negociação de um acordo de paz no Oriente Médio. Ela aumenta a probabilidade de Obama, frustrado pela incapacidade de entendimento manifestada por israelenses e palestinos, oferecer seus próprios parâmetros para um Estado palestino.
Obama disse que conflitos como o do Oriente Médio acabavam "nos obrigando a arcar com um custo significativo, tanto em termos de sangue quanto de recursos" - estabelecendo um elo explícito entre o caos violento do conflito e a segurança de soldados americanos no Iraque, Afeganistão e outros países.
As palavras de Obama ecoaram pelos círculos diplomáticos, principalmente porque repetiam os comentários do general David Petraeus, o comandante militar que supervisiona as guerras americanas no Iraque e no Afeganistão. Em depoimento recente prestado ao Congresso, o general disse que a falta de avanço no Oriente Médio criava um ambiente hostil aos EUA.
"Isso contribui, por assim dizer, para o ambiente geral dentro do qual operamos."
A nova mentalidade da Casa Branca - e as medidas mais duras em relação a Israel que dela podem derivar - alarmaram os líderes judeus americanos. Eles não esperavam que temas como os assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém fossem associados à segurança de soldados americanos. Alguns temem que isso leve ao questionamento da centralidade da aliança com Israel, coisa que o governo nega veementemente.
"No passado, o problema dos conflitos habitacionais em Nablus não foi considerado parte dos interesses estratégicos dos EUA", disse Martin S. Indyk, ex-embaixador dos EUA em Israel. Ele disse que a mudança se deve ao fato de agora dezenas de milhares de soldados americanos estarem combatendo insurgências no exterior, enquanto os EUA tentam conter as ambições nucleares iranianas.
"A solução da questão palestina não resolverá tudo, mas nos ajudará a chegar mais perto de nossos objetivos" , disse Indyk. TRADUÇÃO AUGUSTO CALIL
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