segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mulheres no Cio

Quase todos os dias recebo, por e-mail, várias mensagens falando sobre a essência humana e em especial sobre o martírio das mulheres que, além de esposas e mães, precisam ser profissionais impecáveis e terem um corpão gostosão para agradar a ala masculina.
Outro dia, recebi um texto de Fernando Sabino, um de Luís Fernando Veríssimo e um de Arnaldo Jabor. Os tres falavam essencialmente da mesma coisa: O amor à alma feminina e a falta de respeito com a condição feminina atual e todas as exigências que se seguem à tal falta de respeito.
Dei uma filtrada nos textos e fui tomar um chopp com uma amiga querida. Chegando ao bar, percebi que o cenário era sempre o mesmo: Algumas mesas abarrotadas de mulheres fingindo uma descontração fajuta, poucas mesas com homens fingindo falar de futebol, enquanto encaravam as mulheres, duas ou tres mesas com casais fingindo que não estão nem aí para os outros e uma única mesa com um par de velhinhas simpáticas tomando uns drinks animadamente.
Minha amiga precisava desabafar sobre problemas com o marido, o que me exigia uma certa concentração. É claro que ela só precisava dos meus ouvidos e não dos meus conselhos, então permiti o monólogo. Enquanto isso, analisei uma mulher muito elegante, altiva e sorridente que estava na mesa ao lado e que se esforçava para manter-se no centro das atenções. Conseguiu. Chamou a atenção de um homem que estava na outra mesa à sua frente. Trocaram sorrisos e sinais de paquera. As amigas riram, mas apesar dos sorrisos nos lábios, seus olhos estavam transbordando de inveja e uma amiga mais ousada fez um comentário maldoso.
O homem sequer se mexeu do lugar. Não mandou "torpedinho" nem pediu o telefone dela. Sequer se deu ao trabalho de continuar a paquera. Mas, para não perder a batalha, a mulher levantou-se e foi ao encontro do garanhão, puxando uma conversinha básica. Ele a convidou para sentar e em poucos minutos estavam se beijando. As "amigas" brindaram ao desencalhe.
Imediatamente lembrei dos textos que havia lido antes de chegar ao bar. Mas não consegui identificar nenhuma alma feminina naquelas mulheres que ali estavam se degladiando pela atenção de qualquer homem. O que ví foram fêmeas desesperadas por um macho. Não percebi nenhuma sutileza no comportamento delas, pois mais pareciam um elefante solto numa loja de cristais. Não ví nenhuma ternura em seus olhares, mas sim um instinto caçador e predador.
E é claro que nenhum homem ali precisaria fazer qualquer esforço para conquistar uma mulher, já que elas fazem o serviço completo e ainda agradecem pelo favor no final.
Longe de mim querer bancar a moralista, mas acho que as mulheres é que precisam rever seu comportamento. Se queremos ser tratadas com respeito e cavalherismo, devemos primeiro nos comportar como damas. De que adianta as mulheres reclamarem do comportamento masculino, se são elas que dão todos os argumentos para que os homens as tratem desta forma?
Mulheres, acordem! Não é agindo como leoas no cio que vocês vão conquistar o respeito e o amor dos homens. É resgatando a ternura, a sutileza, a delicadeza, a suavidade e o orgulho de ser mulher.

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