Turco não, árabe!!!
Os mascates foram aqueles personagens míticos das décadas de 50, 60 e 70 no Brasil.
Mas poucos sabem porque eram chamados de turcos e como vieram parar em terras tupiniquins.
A grande maioria deles fugiu da Palestina por causa da guerra, atravessou a Jordânia, a Síria até chegar à Turquia, onde trabalhavam por um tempo e conseguiam passaportes temporários para embarcar nos navios que saíam de Istambul em direção à América do Sul.
Quando chegavam ao Porto de Santos, apresentavam seus passaportes turcos. Foi daí que surgiu a atribuição de "turco" à todo árabe que trabalhava com comércio no Brasil naquelas décadas.
Meu avô foi um deles. Um morenaço charmoso com uma covinha no queixo, estilo Omar Sharif.
Depois de fugir da invasão israelense ao vilarejo de Abbasyieh, numa triste noite de setembro de 1947, deixou sua família em segurança em Ramallah, onde improvisou uma pequena oficina de roupas de lã, para garantir o sustento dos seus.
Chegando ao Brasil, trabalhou duro em São Paulo até conseguir comprar a famigerada maletinha de madeira, alguns botões, linhas, agulhas e outros ítens de arremate. Seguiu em direção ao Estado do Rio Grande do Sul, vendendo suas bugigangas pelo caminho. Em pouco tempo conseguiu abrir uma pequena loja, a Casa Nova, na pacata Rosário do Sul. Foi lá que ele se estabeleceu e trouxe sua família, para ajuda-lo a desbravar este imenso celeiro de oportunidades que é o Brasil.
Meu avô, Hamed El Hodali, foi um dos desbravadores, dos descobridores deste amado país que é o Brasil. Era um homem alegre, visionário e otimista, apesar de ter deixado para trás uma história de tragédias pessoas, onde perdeu parte de sua família em cruéis assassinatos cometidos pelo exército israelense.
Foi bem assim que aconteceu mesmo!
ResponderExcluirE alguns anos depois ele chamou minha avó,meus tios e meu pai p/ trabalhar com ele,não foi?
bjos
Mohamad
Foi sim meu anjinho!
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