Passei uma semana de cama com uma crise de asma. Entre febres altas, falta de ar e dores no peito, tentei por várias vezes escrever algo neste meu humilde espaço cibernético, porém não me foi possível, pois a falta de energia me impedia.
É estranho, pois o que é um ato involuntário para a maioria dos humanos, para mim exige um esforço bastante dolorido. Fiquei então pensando em como se sentem os feridos de guerra. Aqueles que perderam membros, que tem ferimentos graves, que não tem acesso aos tratamentos, que passam o resto de suas vidas tendo que cortar partes do corpo por conta de gangrenas. E aqueles que viram seus lares ruírem, com toda a sua família dentro? Como será a dor da impotência?
Por várias vezes fiquei imaginando aquelas pessoas em Gaza, desesperadas tentando fugir dos bombardeios, com os filhos no colo, correndo apenas com a roupa do corpo. E quando aquelas pessoas chegavam na fronteira com o Egito, eram proibidas de sair de Gaza ou de entrar no Egito. Será que existe algo mais claustrofóbico? De um lado o exército israelense, com armas de última geração mirando toda a sua família e de outro os soldados egípcios armados até os dentes e te proibindo de fugir da guerra.
Seria mais decente para os israelenses se eles assumissem esse lado nazista e colocassem logo todos os palestinos de Gaza numa câmara de gás e matassem todos de uma só vez. Seria menos dolorido, pelo menos para as vítimas.
Talvez esta falta de ar que venho sentindo seja uma somatização tardia dos horrores que ví durante o ataque israelense à Gaza. Ver aquelas famílias desesperadas, tentando fugir dos bombardeios foi desesperador.
Será que Israel não se cansa de querer se vingar do holocausto, fazendo os palestinos pagarem em dobro por tudo o que eles passaram? E qual a culpa dos palestinos? Por que eles não vão se vingar dos alemães nazistas que queriam purificar a raça? O que nós palestinos temos à ver com isso? Por que nós?
Ai, estou com falta de ar de novo!
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