quarta-feira, 22 de julho de 2009

Valente

O Estado de S. Paulo
Assunto: InternacionalTítulo: 1q Dirigente do PT diz que Lieberman é 'racista' Data: 22/07/2009Crédito: João Paulo Charleaux, com AP e AFP
João Paulo Charleaux, com AP e AFP Acusação de secretário do partido de Lula provoca mal-estar no primeiro dia de visita do chanceler israelense ao País; Planalto não comenta casoBRASÍLIA - O primeiro dia de visita oficial ao Brasil do chanceler israelense, Avigdor Lieberman, foi marcado pela acusação de "racista e fascista" feita contra ele pelo secretário de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), Valter Pomar, numa entrevista publicada pelo jornal israelense Haaretz.A crítica de Pomar - colega de partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -ganhou repercussão internacional e provocou desconforto na primeira visita de um chanceler israelense à América Latina em dez anos."Foi apenas a opinião dele e não tem nada a ver com o governo. Na verdade, foi uma opinião bastante rude", disse uma fonte anônima do Palácio Planalto à agência de notícias Associated Press. Na entrevista, Pomar disse ainda que "a esquerda brasileira está organizando protestos contra Lieberman e a política que ele representa"."Eu reafirmo o que disse. O Lieberman se autodenomina um ultradireitista. Ele se refere aos palestinos como uma sub-raça e prega a eliminação física dos palestinos", disse Pomar ao Estado por telefone, ainda no aeroporto, quando voltava de viagem à Nicarágua. "Mas acho que o governo brasileiro deveria recebê-lo, assim como recebeu o (ex-presidente americano) George W. Bush e assim como receberá (o presidente iraniano Mahmoud) Ahmadinejad. Partido é partido e governo é governo", disse.A visita de Lieberman começou ontem por São Paulo. Hoje ele se reúne com o presidente Lula em Brasília e nos próximos dias visitará Argentina, Peru e Colômbia, numa ofensiva diplomática para rivalizar com a influência iraniana na região.O Brasil deve receber em breve a primeira visita oficial de Ahmadinejad depois das eleições de 12 de junho. O governo brasileiro foi um dos poucos a reconhecer a reeleição de Ahmadinejad numa votação amplamente contestada pela comunidade internacional. O embaixador iraniano em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, qualificou de "valente" a posição de Lula. Ahmadinejad nega a existência do Holocausto e defende a extinção do Estado de Israel.Além do Brasil, o governo iraniano tem boas relações com a Venezuela e a Bolívia. Segundo um documento do Ministério de Relações Exteriores israelense distribuído à imprensa, Caracas e La Paz fornecem urânio para o programa nuclear de Teerã. O texto diz também que o Irã "está estabelecendo células do Hezbollah (grupo xiita libanês) no norte da Venezuela e na ilha venezuelana de Margarita".A maior parte do itinerário de Lieberman foi mantida em segredo por razões de segurança.

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