quinta-feira, 27 de maio de 2010

Quero uma reação!

Os grandes veículos de imprensa do Brasil não divulgaram esta notícia. As grandes potências, inclusive os membros do Conselho de Segurança da ONU, estão carecas de saber das atrocidades cometidas pelos judeus contra os palestinos. Esta notícia não é novidade, mas sinto uma tristeza profunda ao ver que o mundo todo sabe disso e todos assistem à esta brutalidade contra o povo palestino com uma passividade assustadora. Hoje mesmo, ví pessoas se sensibilizarem com a notícia do gato que sobreviveu apesar de ter um prego fincado no crânio, mas não ví ninguém, dos que estavam à minha volta, mostrar um pingo de afeto quando falei sobre este assunto. O que está acontecendo com as pessoas? Ninguém reaje à nossa realidade?
Portal Terra
AI acusa Israel de vários crimes contra palestinos

26 de maio de 2010
A Anistia Internacional (AI) acusou hoje Israel de vários crimes contra palestinos, como lançar fósforo branco sobre regiões povoadas na Faixa de Gaza, restringir a liberdade de movimento na Cisjordânia e continuar com o desalojamento de famílias em Jerusalém Oriental, enquanto ampliou as colônias judaicas.
O relatório da AI apresentado hoje em Londres analisa o estado dos direitos humanos no mundo em 2009 e indica que o Exército israelense "lançou reiterada e indiscriminadamente fósforo branco sobre áreas residenciais palestinas densamente povoadas, matando e ferindo civis".
Estes ataques aconteceram durante a ofensiva a Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, na qual morreram 1.380 palestinos e 13 israelenses.
"Muitos destes ataques foram desproporcionais e indiscriminados", disse a AI, que cita como exemplo casos de famílias palestinas mortas durante bombardeios com fósforo branco.
O relatório denunciou ainda que soldados israelenses usaram civis palestinos como "escudo humano" durante a ofensiva contra a Faixa de Gaza.
Além disso, lembrou que a "persistência em 2009 do bloqueio militar israelense a Gaza", em vigor desde junho de 2007, "continuou tendo devastadores efeitos na segurança alimentar, nos serviços de saúde e na infraestrutura civil".
A AI também criticou o Estado judeu por restringir a liberdade de movimento na Cisjordânia, com o muro de "700 quilômetros que separa os palestinos de suas terras, seus locais de trabalho e seus familiares, o que se soma aos longos toques de recolher e aos aproximadamente 600 controles de segurança" na região.
O relatório censurou ainda "o descumprimento por Israel de suas obrigações" como potência ocupante ao negar à população palestina o acesso a água suficiente para seu desenvolvimento social.
"O consumo palestino de água quase não chegava aos 70 litros por pessoa ao dia, volume muito inferior ao mínimo de 100 litros diários recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (...) Em Israel, o consumo per capita de água era quatro vezes maior", afirmou.
Sobre Jerusalém Oriental, a AI apontou que "as forças israelenses submeteram a desalojamentos forçosos famílias palestinas e demoliram suas casas por considerar que careciam das permissões necessárias, que denegavam sistematicamente aos palestinos, enquanto permitiam a ampliação dos assentamentos judaicos em terras palestinas confiscadas ilegalmente".
Além disso, o relatório disse que a AI continua recebendo "relatórios de tortura e outros maus tratos contra palestinos", e denúncias do "uso excessivo de força" pelo Serviço Geral de Segurança israelense contra a população palestina.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Chaplin

Apesar da minha cinefelia, tenho evitado assistir filmes de cunho político. Cansaço mental? Talvez! Mas a verdade é que estou cansada da mentira. Comprei um filme sobre a trajetória de Chaplin. Legal! Nada engraçado, devido ao preconceito que ele enfrentou por parte dos americanos por ser um inglês não naturalizado. Política de novo!
Segundo o filme, Chaplin manteve a cidadania inglesa e debochava abertamente das estratégias americanas de guerra, ridicularizando policiais e soldados em seus filmes. A idéia dele era fazer a uma reflexão sobre o sentimento do cidadão comum, sofrido e marginalizado com a Grande Ressaca e as guerras contínuas que deflagraram um estado de estagnação econômica dos Estados Unidos da América.
Os militares, é claro, sentiram-se ofendidos com caricaturização das figuras de soldados e policiais, à ponto de tratar Chaplin como um pária e tramar sua expulsão de seus pais, negando-lhe o acesso aos bens e propriedades, que incluíam os estúdios cinematográficos.
Além disso, era visto como um traidor por parte de seus patrícios ingleses que o consideravam um desertor das forças armadas inglesas, durante a 2a. Guerra Mundial. Uns diziam que tal postura devia-se ao fato de ter um padrasto judeu, outros o declararam um anti-semita, para variar. O Fato é que Chaplin não gostava de política e se negava a fazer parte de tramóias para atingir a opinião pública, pois alimentava um respeito profundo pelo seu público.
Chaplin, incompreendido, entrou em depressão profunda e parou de produzir, deixando um mundo órfão de seu talento ainda em vida. Quase 20 anos depois, a Academia Americana de Cinema tentou se redimir, prestando-lhe uma homenagem durante uma cerimônia de entrega do Oscar. Porém, por mais que tentassem mostrar-lhe que reconheciam seu talento, Chaplin, já idoso e debilitado fisicamente, não conseguiu perdoa-los. O motivo? Foram mais de 20 anos de espera, período durante o qual o nosso maior gênio do cinema reprimiu seu talento enquanto tentava entender o que ele fez de errado.
Chaplin morreu logo depois desta homenagem, triste, abandonado pelo grande público e levando consigo milhões de idéias que nos fariam rir por décadas e mais décadas.
O que ele fez de errado? Não quis ser um americano. Não quis adotar posições políticas. Não quis envolver seu nome na sujeira da guerra. Não quis perder tempo discutindo a manipulação da opinião pública através do cinema.
Preferiu viver pela arte e morrer pela arte. Algo raro nos dias de hoje.

Homos

(Pasta de Grão de Bico)


Ingredientes:

2 copos de grão de bico cozido

2 colheres de massa de gergelim (tahine)

Suco de 1 limão

1 dente de alho

1 colher (chá) rasa de sal

½ copo d’água

Modo de preparar:
Colocar todos os ingredientes do liquidificador e bater até formar uma pasta homogênea. Caso a pasta fique dura, acrescente mais um pouco d’água e bata novamente até atingir a consistência desejada.

Sahten

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Carta

Falou e disse Mino Carta. Taí uma lição que a imprensa brasileira precisa aprender: Respeito ao chefe de estado e prestar a devida honraria ao Presidente da República Federativa do Brasil. Um visionário que a mídia hipócrita se recusa a entender.
Carta Capital
Os interesses do Império e os nossos

24/05/2010
Mino Carta
Editorial
Ao ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase de Raymundo Faoro: A elite brasileira é entreguista.
Entendi a mensagem. A elite brasileira aceita com impávida resignação o papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte.
Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante.
Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em equívocos e desatinos.
Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a continuidade de Lula por meio de Dilma.
Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita de São Paulo: por que só falam da ex-guerrilheira Dilma, e não dele, o sequestrador?
A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os demais implicados foi desterrado pela ditadura.
Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do jornalismo chamam os patrões de colegas.
Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das páginas internas.
Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir das urnas.

Deu no The Guardian

A notícia foi publicada bem mais cedo, mas por causa do fuso-horário, só pude vê-la agora.
A manchete diz: "Revelado: Como Israel ofereceu-se para vender armas nucleares à Africa do Sul". Logo abaixo, a foto de um documento publicado pelo jornal britânico e detalhes do furo jornalístico. Segue o link da matéria para quem quiser conferir:
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons
Por incrível que possa parecer, não fiquei chocada nem ao menos surpresa com a notícia. É só mais uma confirmação de que Israel, além de fabricar armas nucleares, vende as mesmas de forma irresponsável, com o aval do governo americano (que, aliás, deve fazer o mesmo, já que são farinha do mesmo saco). A única coisa que me chamou a atenção, foi o fato de um jornal britânico publicar o furo jornalístico. Logo agora que o Irã é vilão da vez? Qual é a do The Guardian? Posso até ser uma retardada em questões políticas, mas nem para um retardado, este assunto passa batido.
Como tudo é estratégia, eu só quero entender qual é a jogada desta vez, já que a mídia nunca publicaria uma bomba como esta gratuitamente. Podem estar seguros de que acompanharei o assunto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mentalidade tacanha

Pôxa! E eu que achava a Sonia Racy uma jornalista inteligente. Por esta eu não esperava. Quer dizer que ninguém no mundo pode adotar uma posição diferente daquela adotada pelas potências mundiais? Ou as potências nucleares, que seja? Quer dizer que temos que temê-las, não desafia-las nunca, baixar a cabeça e seguir as regras? Então, suponho, segundo a linha de raciocínio da Sonia Racy, que nenhum país no mundo tem soberania suficiente para se opor ao poderoso Conselho de Segurança da ONU. Muito menos questionar seus argumentos. Resta, Sra. Sonia Racy, estudar o histórico das resoluções deste conselho, para concluir que o que se aplica de fato é apenas o que interessa à estas grandes potências e não o que serve aos interesses de todos os países do mundo.
O Presidente Lula está mais do que certo em questionar a autoridade destas potências e se posicionar de acordo com a natureza pacífica do povo brasileiro e não de acordo com a natureza agressiva destes que desenvolvem bombas para ameaçar a humanidade. Vivas ao Presidente Lula!
O Estado de S. Paulo

Coluna/Direto da fonte
Roleta iraniana
Data: 20/05/2010
Sonia Racy
Ao ser questionado pelo Estado, anteontem na Europa, sobre o risco diplomático que Lula correu ao se meter na questão iraniana, Marco Aurélio Garcia ponderou. Afirmou que o presidente sabia que o passo significava uma aposta grande. E que ele poderia comprometer as intenções do Brasil em conquistar um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.
"Nós estamos com eleições no Brasil e, obviamente, isso seria explorado pela oposição como uma aventura ou como um fracasso. Ou, ainda, dizendo que somos aliados do Irã. Mas achamos que, mesmo assim, valeria a pena", disse. Valeu?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Blefes

Fico impressionada com os argumentos falhos apresentados pelas grandes potências ao construírem os argumentos que, segundo as mesmas, justificariam uma intervenção armada (leia-se guerra) contra os países que não baixam a cabeça e seguem, cegamente, o script ditado pelos americanos. Mas ignorar uma iniciativa da magnitude daquela adotada pelo governo brasileiro em relação ao Irã e seguir repetindo os mesmos blefes? Aí já é demais! Fico com a frase do Prof. Williams Gonçalves: O Irã não é ameaça. Ameaça é quem tem bomba atômica.
O Globo

Reações à mediação brasileira
Data: 19/05/2010

RUBENS RICUPERO (exsecretáriogeral da Unctad e ex-ministro da Fazenda): É certo que o acordo assinado pelo Brasil em Teerã não cobre todos os problemas, mas seria o passo inicial para a construção de um clima de confiança. Eu me pergunto se os EUA conseguirão mesmo os votos necessários no Conselho de Segurança para aprovar as sanções.
Será que Hillary Clinton tem todo esse apoio que ela diz ter?

ROBERTO ABDENUR (exembaixador do Brasil em Washington): Foi um exemplo de boa diplomacia a serviço de má política externa.
Foi um feito diplomático, mas digo má política externa porque o Brasil não deveria se meter num assunto tão complexo e explosivo. Resta agora ver que posturas Rússia e China vão adotar.

GERALDO LESDAQ CAVAGNARI (do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Unicamp): Os EUA estão simplesmente ignorando o acordo de Teerã e, claro, a iniciativa de Brasil e Turquia. Os americanos tomaram uma decisão que vai totalmente de encontro ao que foi acertado sobre a política nuclear iraniana. Fica claro que o governo americano considera que apenas os EUA têm o poder de costurar a paz no Oriente Médio. Isto porque é o único país a ter ascendência sobre Israel. Os israelenses podem não cumprir resoluções da ONU, mas cumprem o que acertam com os EUA. Já a China, apesar do interesse que tem no Irã, dificilmente vai se confrontar com os EUA no Conselho de Segurança. Foi um grande risco para o Brasil, que quer se apresentar como alternativa internacional.

WILLIAMS GONÇALVES: professor de Relações Internacionais de UERJ e UFF: O Brasil deu uma importante contribuição à paz mundial ao promover o diálogo. Brasil e Turquia são membros temporários do Conselho de Segurança da ONU e cabe, sim, se envolver nessas questões.
Também não acredito que a China dê aval para sanções.
Mas o acordo teve um impacto imenso na máquina de guerra dos Estados Unidos, que não estão interessados em qualquer acordo: querem suprimir todas as instalações nucleares do Irã, inclusive as civis. Agora, os EUA estão atiçando as alas mais radicais, para conseguir apoio para seu projeto.
O Irã não é ameaça, ameaça é quem tem bomba atômica.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Paquera

Eu bem que tento esquecer alguns episódios da minha vida, mas eles me perseguem e minha memória se recusa a apaga-los, tanto que resolvi aceitar este fato como lógica do destino.
Hoje, minha memória me levou para passear em Amman, no ano de 1982. Eu tinha 14 anos (é, eu sei, faz tempo!). Era um final de tarde de Sexta Feira e eu estava na estação rodoviária do centro de Amman com o meu avô Mahmud. Meu avô tagarelava à bessa sobre lembranças do passado e filosofava na esperança de me ensinar algo importante. Mas a minha atenção estava voltada para o grande movimento de pessoas que iam e vinham. Uma senhora bem gordinha apoiada no ombro do filho, reclamando de dores nas pernas, um homem carrancudo que fingia não enxergar os que estavam à sua volta, uma mocinha brega com uma saia branca cheia de babados e rendas, um grupo de rapazes sorridentes, feios e paqueradores, uma família com aspecto bem cansado, crianças, muitas crianças e outras criaturas comuns à uma cidade grande.
Mas o que de fato me chamou a atenção foi um par de olhos azuis, cristalinos, brilhantes, muito bem harmonizados num rosto bronzeado, perfeito, moldurado por um cabelo preto longo e cacheado, preso num rabo-de-cavalo. Aquela exótica beleza destoava em meio à feiura do local. Estava usando um macacão jeans desbotado e uma camisa xadrez azul e preta e coturnos bem surrados. Ao perceber meu olhar, deu um sorriso largo, bonito, perfeito e me acompanhou com os olhos até desaparecer em meio à multidão.
Tudo isso aconteceu em tres ou quatro segundos, mas ficou bem marcado na minha memória. Quando dei por mim, meu avô estava me chamando para pegar o ônibus que nos levaria à casa da minha avó. Eu tentei disfarçar meu sorriso, mas quase não consegui.
Foi minha primeira paquera e a primeira paquera, a gente nunca esquece!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Urânio Enriquecido

Taí o Brasil mostrando ao mundo uma forma de se alcançar soluções pacíficas, sem matar ninguém. Resta saber se a questão nuclear iraniana é o que de fato preocupa os americanos ou se vai continuar sendo o argumento para atacar o Irã e garantir o fôlego da matriz energética americana por mais alguns anos, já que o que está em questão para eles é o petróleo iraniano e não o urânio como eles alegam.
Agência Brasil

Brasil, Irã e Turquia fecham acordo sobre troca de urânio enriquecido
Data: 17/05/2010
Aziz Filho e Renata Giraldi
Repórteres da EBC
Teerã e Brasília - Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, além do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, fecharam hoje (17) o acordo para que o urânio iraniano levemente enriquecido seja enviado ao território turco e, em troca, o país receba o produto enriquecido a 20%.
Pelo acordo, o urânio enriquecido a 20% será remetido no prazo de um ano. Nesse período, haverá supervisão de inspetores turcos e iranianos.
O acordo foi assinado por Lula, Ahmadinejad e Erdogan durante reuniões paralelas do G15 (grupo que reúne 18 países não alinhados) em Teerã. Para as autoridades, o acordo encerra o impasse envolvendo o programa nuclear iraniano.
Ahmadinejad, porém, quer conversar sobre os acordos e as garantias para o Irã por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo diplomatas que acompanham as negociações, o presidente iraniano pretende obter garantias dos países que integram o conselho - Estados Unidos, França, Inglaterra, China e Rússia.

Barrado no Baile

Aha! Eu prefiro acreditar na estória da Mula Sem Cabeça do que nesta versão de que os funcionários judeus da fronteira com a Jordânia não sabiam quem é Noam Chomsky.
O Globo

Noam Chomsky é barrado por Israel
Data: 17/05/2010
Motivo seria convite para dar palestras em universidades na Cisjordânia
JERUSALÉM. O linguista e filósofo americano Noam Chomsky teve ontem sua entrada em Israel barrada por funcionários da imigração na fronteira com a Jordânia. Ele atravessava a Ponte Allenby, sobre o Rio Jordão, quando foi impedido de passar por policiais israelenses que aparentemente implicaram com o fato de ele ter sido convidado a dar uma palestra na universidade palestina Birzeit e no Instituto para Estudos Palestinos, em Ramallah, Cisjordânia.
O legislador palestino Mustafa al-Barghouti, que convidou Chomsky a dar a palestra, indignouse e disse que o episódio configurava “uma ação fascista, uma supressão da liberdade de expressão”.
Última visita a Israel e Cisjordânia foi em 1997 A porta-voz do Ministério do Interior israelense, Sabine Hadad, disse que os funcionários na fronteira entenderam que Chomsky também visitaria Israel, por isso teriam impedido sua entrada. Chomsky, no entanto, só estava de passagem.
— Estamos tentando contactar o pessoal de fronteira para esclarecer os fatos, mas, partindo do pressuposto de que não havia nada contra ele, não há motivos para impedir que entre — disse Sabine Hadad.
O intelectual americano, ferrenho crítico da política israelense em relação aos palestinos, explicou que faria uma série de palestras pela região e que sua agenda estava muito apertada para tentar entrar novamente na Cisjordânia.
A palestra estava marcada para hoje.
A última visita de Chomsky, que é judeu, a Israel e Cisjordânia foi em 1997, para palestras.
Esta viagem de agora seria a primeira em que faria palestras na Cisjordânia e nenhuma em Israel.

Guerra ao Terror

A americana Kathryn Bigelow descobriu que fazer filmes com terroristas islâmicos dá muito dinheiro. Ganhou um Oscar com "Guerra ao Terror", um filminho cheio de clichês e defeitos especiais, bem ao estilo americano e agora quer seguir sua torpe linha de raciocínio, bem limitada por sinal, fazendo outro filme sobre a região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. Já não chega mostrar em Guerra ao Terror que só os americanos tem sentimentos, tem família, tem amigos, sentem dor e sofrem enquanto os iraquianos são apenas bárbaros sem sentimentos nem escrúpulos, ignorando toda a história e legitimidade do povo iraquiano, agora resolveu atacar os muçulmanos da América Latina? Qual é? Dá um tempo! Perseguição parece uma palavra pequena perto do que a indústria americana faz com os muçulmanos.
Folha de S. Paulo

 Paraguai teme filme na tríplice fronteira
/Coluna
Data: 17/05/2010
Gustavo Hennemann, de Buenos Aires, da Reportagem Local
Autoridades não querem que obra ligue a região ao terrorismo; longa é da diretora de "Guerra ao Terror"
A rodagem de "Tríplice Fronteira", da diretora americana Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar com "Guerra ao Terror", deverá ser boicotada por autoridades do Paraguai, caso o roteiro trate de temas como terrorismo, segundo a ministra do Turismo do país, Liz Cramer.
A zona fronteiriça entre Argentina, Brasil e Paraguai é apontada pelos EUA como refúgio de terroristas islâmicos.
A ministra paraguaia foi a primeira a reagir e disse ter o apoio de autoridades brasileiras e argentinas, mas não há por ora manifestação do Brasil.
Cramer afirmou temer que o filme vincule a região à falta de segurança, o que iria colocar em risco a indústria do turismo, uma das principais fontes de renda da tríplice fronteira, que tem as cataratas do Iguaçu como principal atração.
Segundo ela, as autoridades dos países não foram procuradas pelos produtores do filme e não tiveram acesso ao roteiro.
Mas Cramer afirma ter lido sinopses do projeto em publicações internacionais e diz ter "razões suficientes para emitir uma opinião séria e fundamentada sobre o tema".
"Não tem nada a ver com ditadura ou repressão à opinião pública. Estamos nos referindo a um negócio, que atrai gente para gastar na tríplice fronteira e gera empregos. Esse projeto coloca isso em risco."
Na última semana, o secretário de Turismo argentino, Enrique Meyer, declarou à imprensa local que sentia uma "profunda indignação" em relação ao projeto, que teria "a intenção de apresentar negativamente uma região comum a três países sul-americanos".
Meyer disse que esse também era o sentimento do governador da província argentina de Misiones, que faz fronteira com o Paraguai e com o Brasil.
A Secretaria de Turismo da Argentina confirmou que o secretário manifestou sua insatisfação em relação ao projeto.
Mas acrescentou que ele não fará novas declarações porque se trata de uma questão relativa ao Paraguai, já que as filmagens seriam realizadas em território paraguaio, conforme a assessoria da pasta argentina.
O Ministério do Turismo brasileiro informou no início da semana não ter tido contato com a colega paraguaia e que não se manifestará sobre o assunto porque, pelo que sabe, ainda nem há roteiro pronto.
Na última sexta, diante de notícias de que autoridades do país estariam se posicionando contra as filmagens, o ministério manteve a posição.
A reportagem enviou e-mails com perguntas para Kathryn Bigelow, por meio de sua agente. Não houve resposta. Por telefone, a secretária da agente afirmou que as notícias não faziam sentido, pois o roteiro nem sequer estava pronto.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fotos Amareladas

- Esta é a sua melhor foto.
- Ah, você acha?
- Sim.
- Estou a cara do James Dean.
- Nananinanã. Está a cara do Elvis Presley.
- Também acho. Sempre fui muito bonito.
- Ah, metido!
- Confessa. Eu sou um partidão!
- Não vale pai. Naquela época, vocês tiravam foto em estúdio e tinha toda aquela produção.
- Mas o que conta de fato é o modelo e, convenhamos, seu paizão aqui não deixa a desejar.
- Mas isso foi à muito tempo. Agora você está velho.
- (Risadas). Sua mal-criada.
- Foi você quem me criou.
- Deve ser por isso mesmo, faltaram umas palmadas, mas posso resolver isso agora.
- Ah nem vem!
- Só um beliscão.
- Pára pai!
- Vou te mostrar quem é velho. Eu ainda mando muito bem!
- Ahã! Você é descolado!
- Viu, você reconheceu!
- Sob alta pressão.
- Não interessa.
- Posso ver as outras fotos?
- Pode, mas se me chamar de velho de novo, eu tiro uma foto sua na hora em que você estiver acordando e mostro para todo mundo.
- Isso é golpe baixo. Eu já te falei que meu cabelo não obedece a lei da gravidade pela manhã.
- Por isso mesmo!
- Paiê, por que você não tirou mais fotos deste tipo na época em que você ostentava aquele topete?
- Ah, é complicado. A gente tirava só uma foto por ano, quando sobrava dinheiro.
- Mas esta foto foi tirada na Jordânia?
- Não, foi em Ramallah. Eu ainda era noivo da sua mãe. Queria impressionar.
- Deu certo!
- Deu sim, mas a sua mãe era uma tremenda gata. Ruivinha, olhos verdes, alta, toda bonitona e andava sempre bem elegante. Ela trabalhava com o pai dela na confecção de roupas de lã que eles tinham em Ramallah e eu trabalhava numa alfaiataria bem em frente.
- Aha, então você ficava paquerando a mamãe?
- Ficava, mas bem de longe. Naquela época, a gente só se falava depois do casamento. Não foi nosso caso, porque éramos parentes e só não nos falávamos mais porque a sua vó Miriam era muito implicante comigo.
- Ela era contra o casamento de vocês?
- Era. Por um só motivo: eu era muito pobre e sua mãe era muito bonita. Sua vó queria um casamento melhor para ela.
- Eu sei. Ela não esconde isso até hoje.
- Ela vive do passado.
- O fato é que você se casou com a mamãe e teve uma linda filha. Eu!
- Tive lindos filhos. Você é a mais feinha, mas é engraçadinha.
- Sai fora!
- Olha o respeito com o seu pai.
- Hum! Todo mundo diz que eu sou a sua versão feminina, então você também é feio.
- Negativo! A versão masculina é sempre mais bonita. Olha o exemplo do pavão.
- Você é um convencido, isso sim!
- Sabe qual a foto que eu mais gosto? Esta aqui, no seu primeiro ano de idade, quando a sua mãe te vestiu de noiva e mandamos fazer uma vela do seu tamanho. Naquela época você ainda era bonitinha.
- Pôxa, você não pára de me sacanear.
- Ah, mas olha aqui para você. Tão fofinha, tão gorduchinha. Eu fui ao melhor estúdio, no centro de Amman, tirar esta foto. Todo mundo ficou louco quando te viu tão pequenininha e vestida de noiva.
- Que coisa brega!
- Eu não acho! Apesar da guerra, das desgraças em que nós viviamos, sua carinha me fazia acreditar que valia à pena lutar. Você não imagina a situação em que viviamos. As pessoas não sabiam se iriam amanhecer vivas. Mesmo assim, a gente tentava levar a vida, trabalhar e tentar fazer coisas boas, como a sua primeira festinha de aniversário. A primeira filha, a primeira neta, a primeira sobrinha. Você foi o centro das atenções durante um bom tempo. Pode se gabar disso!
- Ah, pois eu só lembro das primeiras surras que levei do tio Amin, porque ele deixou de ser o caçula da família.
- Ah, tem isso também. Você veio ao mundo para provocar. Fazer o quê?
- Engraçadinho!
- Cansei de ver fotos e você não fez o meu café até agora. Eu trouxe um cardamomo cheirosíssimo. Capricha!
- Eu sabia que isso não ia acabar bem! Sobrou para mim de novo!

Sensato

A sensatez é um privilégio de poucos. A visão de longo alcance então, nem se fala....

Correio Braziliense

Brasil e Irã, o sucesso do diálogo interessa ao mundo/Artigo
Data: 14/05/2010
Pedro Simon, Senador (PMDB-RS)
Nesta semana, o Brasil atrai, novamente, a atenção do mundo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em mais uma viagem internacional e, amanhã, desembarca em Teerã, capital do Irã, para visita de dois dias. A visita desperta sentimentos variados, elogios declarados e críticas furiosas.
Sem dúvida, a iniciativa é ato corajoso da diplomacia brasileira. Mais especificamente, de uma diplomacia presidencial, que se tornou uma das características das relações internacionais ao projetar, através do governante, o prestígio e a liderança do país.
O Irã tem 70 milhões de habitantes. Desde a pré-história, é palco de disputas entre impérios estrangeiros. Rico em petróleo, foi invadido durante a Segunda Guerra Mundial pelos exércitos russo e britânico, com apoio dos norte-americanos. Território estratégico e de grande importância geográfica, com acesso às mais importantes rotas marítimas do petróleo árabe para o mundo ocidental, está no centro de perigoso jogo de forças internacional.
Situado praticamente a meio caminho entre o Ocidente e a Ásia, na vizinhança do Oriente Médio e próximo de potências atômicas regionais como Israel, Índia e Paquistão, o Irã desenvolve um programa nuclear que é criticado e desperta apreensão. Nesse cenário, e sob as vistas do mundo, o presidente Lula chega a Teerã disposto a obter acordo na área nuclear com o colega Mahmoud Ahmadinejad.
Em linhas gerais, o acordo consiste em convencer o Irã a enriquecer, em outro país, o urânio do qual necessita para a produção de energia nuclear. O governo iraniano insiste que sua intenção é pacífica e que não deseja fabricar bombas atômicas. Porém, há uma desconfiança generalizada por parte de muitos países, tendo em vista a natureza política do regime iraniano e as constantes ameaças que dirige aos Estados Unidos e Israel.
A aproximação do Brasil com o Irã, nas atuais circunstâncias, constitui lance ousado do Itamaraty e oferece riscos à posição brasileira no cenário mundial, na avaliação da imprensa nacional. É o que pensam também especialistas em política internacional. Nossa diplomacia, historicamente, tem sido pródiga em iniciativas corajosas, que, embora despertassem desconfiança e críticas a princípio, afinal acabaram por demonstrar o acerto.
Hoje, louvamos a atuação corajosa de Oswaldo Aranha, nosso representante na ONU quando, em 1947, presidiu uma difícil sessão que deliberou pela criação do Estado de Israel. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência da socialista Angola, consolidando laços com a África, em plena Guerra Fria, período de extremado antagonismo ideológico.
Nessa mesma época, o governo adotou uma linha de relações internacionais independente e corajosa o mesmo governo que foi capaz de romper um tratado militar com os Estados Unidos, atitude quase impensável, ainda mais partindo de um regime autoritário que ascendeu contando com forte apoio norte-americano.
Nossa diplomacia tem oferecido ao país mais acertos do que erros. A conformação atual do mapa brasileiro foi resultado de atuação vigorosa e não isenta de críticas conduzida com energia pelo patrono Barão de Rio Branco, responsável pela intensificação da nossa presença no cenário mundial.
Atualmente, apesar da aproximação maior com alguns de nossos vizinhos latino-americanos Argentina, Equador, Bolívia e Venezuela, especialmente relações que em alguns momentos foram marcados por episódios tensos, nossa diplomacia não compromete o país, ao contrário, afirma a liderança continental. O Mercosul é realidade, iniciativa brasileira, resultado de processo complexo e difícil, pleno de obstáculos. Porém, mesmo com equívocos que clamam por ajuste na construção do bloco regional, o Mercosul segue o caminho.
Enfim, o Brasil se mantém fiel ao ímpeto negociador e pacificador, padrão que norteia nossa diplomacia desde Rio Branco, ultimo grande representante da escola de estadistas do século 19 brasileiro, como diz Rubens Ricupero, um de nossos grandes diplomatas e pensadores. A diplomacia brasileira, hoje, é resultado e ao mesmo tempo artífice de uma política externa que projeta o Brasil e o habilita a lançar-se em processos de envergadura. É o caso da visita de Lula ao Irã. Esperamos, sinceramente, que tenha sucesso. A iniciativa poderá contribuir muito para a garantia da paz mundial.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A França?

Aleluia! Um dos sádicos do Conselho de Segurança resolveu voltar à razão? Nem acredito no que meus olhos estão vendo. Não sei qual é a trama, mas alguém tem que avisar a estes membros permanentes do CS (me lembrou SS) que o mundo não pertence à eles e que o Brasil e o Irã tem soberania para decidir os seus destinos.
Correio Braziliense

Visita ao Irã: Sarkozy apoia Lula
Data: 13/05/2010
Horas antes de embarcar para a Rússia, no início de uma viagem que incluirá uma escala no Catar e a aguardada visita ao Irã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o aval do colega francês, Nicolas Sarkozy, a seus esforços por uma solução negociada sobre o programa nuclear iraniano. De acordo com uma nota divulgada pelo Palácio do Eliseu, Sarkozy “garantiu ao presidente Lula o total apoio da França aos esforços empreendidos pelo Brasil para convencer autoridades iranianas a responderem plenamente aos pedidos da comunidade internacional”. A França forma com Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha o bloco das potências que trabalham no Conselho de Segurança das Nações Unidas por mais uma rodada de sanções ao regime islâmico. O Brasil, que ocupa uma vaga temporária no organismo, se opõe às punições.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Punhalada

Estão vendo como as coisas funcionam? Ontem, Israel se disse disposta a retomar as negociações de paz indiretas com os palestinos, com o intermédio dos americanos. Hoje, anuncia que retomará a construção dos assentamentos judaicos em territórios palestinos. Ou seja, é sempre a mesma retórica: Israel se compromente a negociar com os palestinos e depois faz um anúncio que é nitroglicerina pura para que os palestinos reajam negativamente e daí os culpa pela falta de avanço nas negociações. Detalhe importante: A retomada das negociações foi noticiada com toda a pompa e glória pelos veículos de comunicação e o anúncio da retomada da construção de assentamentos em territórios palestinos só foi divulgado nesta notinha minúscula pelo Estadão. É assim que os judeus manipulam a opinião pública. Sacou?

O Estado de S. Paulo

Data: 11/05/2010
Israel: Assentamentos serão retomados
Israel anunciou ontem a retomada da construção de novas casas nos assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental. Segundo autoridades palestinas, o anúncio pode minar as negociações de paz. "Espera-se que construções recomecem logo em Har Homa e Neve Yaakov", disse Zvi Hauser, secretário de gabinete do premiê Binyamin Netanyahu. Os EUA pressionam Israel para impedir o avanço dos assentamentos.

Foi dada a largada...

Está feliz Sr. Rodrigo Craveiro? Mas seu título deveria ter sido este: Israel ameaça o Irã com ataque nuclear. E o subtítulo teria que ser este: Todos vão virar churrasquinho se esta guerra acontecer. Aí você estaria noticiando a verdade.

Correio Braziliense

Israel admite guerra com Irã
Data: 11/05/2010
Rodrigo Craveiro
O vice-primeiro ministro de Israel, Moshe Ya’alon, admitiu ontem que seu país tem capacidade tecnológica para lançar uma ofensiva militar contra o Irã. A declaração repercutiu no jornal israelense Haaretz e foi dada no mesmo dia em que o regime de Mahmud Ahmadinejad anunciou o teste bem-sucedido do míssil de curto alcance Fajr-5, como parte de manobras navais no Golfo Pérsico. “Não há dúvida de que as capacidades técnicas, aprimoradas nos últimos anos, têm melhorado os potenciais de alcance e de reabastecimento aéreo”, disse Ya’alon, ex-chefe das Forças Armadas de Israel. “Essa capacidade pode ser usada para uma guerra ao terror em Gaza, para uma guerra contra foguetes do Líbano, para uma guerra convencional com o Exército sírio, e também para uma guerra contra um Estado periférico, como o Irã”, acrescentou.
Única potência nuclear no Oriente Médio, Israel tem um histórico de operações militares: em 1981, bombardeou um reator atômico do Iraque e, em 2007, atacou uma instalação similar na Síria. “O ataque permanece sendo a melhor forma de defesa”, comentou Ya’alon, durante conferência no Instituto Fisher de Estudos Estratégicos Aeroespaciais. “Não há dúvida, olhando a situação como um todo, de que já estamos em confronto militar com o Irã, o principal motivados daqueles que nos atacam”, concluiu o vice-premiê. Fontes ocidentais citadas pela agência France-Presse contaram que os mísseis iranianos Fajr-5 são do tipo terra-mar, têm alcance de 75km e alcançaram o alvo com “grande precisão” durante os testes navais.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Casamento

- Que legal! Me ensina vó!
- Vem aqui!
- Ah..é difícil.
- Não é não, são dois pulinhos para lá, dois pulinhos para cá.
- Parece fácil, mas não é.
- É sim, vem comigo.
- Vó, está todo mundo olhando.
- E daí? Isto é um casamento. A gente tem que se divertir.
- Sim, mas eu não sei dançar.
- É claro que sabe, é só relaxar.
- Está ficando divertido.
- Viu só?!
- É muito bom mesmo, parece exercício de aeróbica.
- (Risadas).
- Vó, por que a noiva tem que ficar sentada neste palquinho aí?
- Porque ela é a noiva, tem que ficar num lugar mais alto para todo mundo ver. Ela está linda, não está?
- Está sim, parece uma boneca. Mas parece que ela está de mal humor.
- Não é mal humor. Ela está tristinha porque hoje é o último dia em que ela fica com a família. Depois que a festa acabar, ela será do marido e ficará longe da família dela.
- Ah! Mas por que ela vai ficar longe da família dela?
- Não é assim no sentido literal. Significa que ela não verá a família com a mesma frequência e as noivas costumam ficar inseguras com isso.
- Sei....Eu acho que não vou ficar insegura quando eu me casar.
- Não?
- Não!
- Por que?
- Porque eu já me acostumei a ficar longe da minha família.
- Mas e nós? Eu, seus tios e suas tias?
- Ah, vou sentir falta, mas não vou ficar insegura.
- Hummm...me explique isso, Dona Pretensão.
- Não é pretensão. Eu só acho que quando eu me casar, será por convicção, então não tenho porque ficar insegura.
- Mas você acha que a sua prima não se casou por convicção?
- Não sei.
- É claro que ela se casou por convicção, mas isso não significa que não vá ficar com medo do que está por vir. É tudo novo. O marido, a casa, os sogros, os cunhados e cunhadas, os hábitos, tudo! Quem não fica inseguro com o que é novo?
- Eu!
- Ah é?
- É! Eu me considero uma pessoa corajosa.
- Quero só ver quando chegar o seu dia.
- Ih, vai demorar muito!
- Você acha?
- Acho. Eu sou muito nova ainda e nem quero pensar nisso antes dos trinta anos.
- (Gargalhadas).
- Você não acredita?
- Não! É que você é uma mocinha de 15 anos com cabeça de 12, mas você vai amadurecer e perceber que este é o destino de toda mocinha.
- Casar?
- Sim.
- E se eu não quiser?
- Ai ai, você vai querer. É tão natural quanto beber água.
- Não sei não, eu sonho com tanta coisa.
- Me dê um exemplo.
- Sei lá, viajar pelo mundo, conhecer pessoas, virar cantora de rock, atriz, comediante, escritora, artista, ficar rica, famosa, aprender a nadar, dirigir carrões, conhecer um retiro espiritual no Tibet e um monte de outras coisas.
- Tudo isso é normal na sua idade, mas não é real.
- Mas pode ser!
- Poderia, se você não fosse uma palestina e muçulmana. Isso que você está sonhando é coisa de filme americano, não condiz com nossa cultura.
- Quer dizer que não posso nem sonhar?
- Sonhar pode. Mas você tem que se lembrar que a sua realidade é outra. Seu pai nunca vai permitir que você viaje sozinha, só para começar.
- Ah vó, isso tudo é muito injusto.
- É sim, mas quem disse que você estará segura realizando todos estes sonhos. Minha netinha, acredite em mim, até as pessoas mais ricas e famosas do mundo sonham em ter um lar e uma família. Nós apenas não alimentamos estes delírios de adolescente e ensinamos nossos filhos, desde cedo, o valor de uma família. Isso sim é importante, é uma conquista e é a maior riqueza que um ser humano pode ter.
- Sei....
- Eu sei que você não acredita em mim, mas você acreditará. Agora pára com esta conversa e vem dançar!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ridiculo

Não é à toa que o Ministro Celso Amorim perde as estribeiras com a imprensa, vez por outra. Além da falta de respeito dos jornalistas brasileiros com as autoridades, coisa que testemunhei diversas vezes em coletivas, qualquer declaração pode ser interpretada de forma insolente por parte destes que se consideram os deuses da informação. Pena que a ampla maioria é desprovida de inteligência e provida em excesso de arrogância e falta de caráter. Falta mesmo um jornalismo sério no Brasil, começando pela Globo.
O Globo

Amorim na ONU / carta
Data: 06/05/2010
Raramente me dirijo diretamente aos jornais por meio de cartas. Faço-o agora por ter lido com indignação e espanto a matéria de hoje, 3/5, de O GLOBO, “Portavoz, Amorim explica discurso de Ahmadinejad”. Ontem, na ONU, quando procurado por jornalistas de vários meios brasileiros, neguei-me a responder a pergunta que me faziam insistentemente, sobre o que achara do discurso do presidente iraniano. Disse-lhes diversas vezes que não cabia comentar os discursos de representantes de outros países. Após muita insistência dos repórteres, que emitiam seus próprios juízos sobre trechos do discurso, limitei-me a dizer que discursos têm muito de retórica, sendo mais produtivo discutir as ações de cada país. Todos os jornais brasileiros publicaram isso, ressaltando minha recusa a comentar. Somente O GLOBO atribuiu-me, em manchete de primeira página, o papel de portavoz que se apressa a “explicar” o discurso do presidente iraniano. É triste exemplo de jornalismo tendencioso, em que o desejo de atacar se sobrepõe à indispensável objetividade de uma imprensa séria.

CELSO Amorim
Ministro das Relações Exteriores, Brasília, DF

NOTA DA REDAÇÃO: A carta acima foi publicada ontem sem as duas primeiras orações, pois elas não continham informação considerada relevante para o tema em debate. Hoje, está sendo republicada, após reclamação do ministro, que considerou de extrema importância jornalística o registro da sua indignação.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Resistência

Energia Positiva

Taí um uso inteligente da energia nuclear, ao invés de concentrar toda a indústria nuclear na produção de ogivas, viu Barack Obama?

O Estado de S. Paulo

Novo reator nuclear vai custar R$ 850 milhões
Data: 05/05/2010
Marta Salomon/Brasília
Além de tornar o Brasil autossuficiente em radioisótopos medicinais, projeto servirá ao objetivo de produzir urânio enriquecido em escala industrial
Com a construção de um novo reator a custo estimado de R$ 850 milhões, o governo dá fôlego ao programa nuclear brasileiro. A primeira parcela do dinheiro sairá de um fundo vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, anunciou o ministro Sérgio Rezende. Foi o desfecho de um lobby que durou meses.
A decisão ocorre no momento em que o mundo discute a revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, em Nova York, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara visita ao Irã.
O projeto do reator, antecipado pelo Estado em novembro do ano passado, pretende tornar o País autossuficiente na produção de isótopos radioativos usados no diagnóstico e no tratamento de doenças como o câncer. O fornecimento por meio de importação chegou a ser interrompido no ano passado. É considerado inseguro e caro, segundo alegaram pesquisadores da área em carta a Lula.
Mas, como diz o nome do reator - multipropósito -, ele tem outros objetivos além daqueles ligados à medicina nuclear. O reator fortalece o projeto de produzir urânio enriquecido em escala industrial a partir de 2014.
"O reator multipropósito tem um papel muito importante para o programa nuclear", destaca o ministro Sérgio Rezende. De acordo com ele, a liberação de R$ 50 milhões, necessários para desenvolver o projeto básico do reator, foi aprovada pelo conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao ministério. A decisão contorna a falta de dinheiro no Orçamento da União para o projeto neste ano.
Interior. O novo reator será construído em Iperó, a 130 quilômetros da capital paulista, na mesma área onde a Marinha desenvolve o projeto do submarino nuclear e fabrica ultracentrífugas destinadas ao enriqueci mento do urânio.
Esse reator será bem mais potente do que os outros quatro de pesquisa existentes no País. O maior deles foi inaugurado ainda nos anos 50. O mais recente tem mais de 20 anos.
O reator também aparece como prioridade no documento que o ministro Samuel Pinheiro Guimarães (Assuntos Estratégicos) levará a Lula assim que assumir a coordenação do grupo interministerial responsável pelo programa nuclear brasileiro. O grupo se reuniu pela última vez há quase dois anos.
Uma das tarefas do grupo é definir a localização das próximas quatro usinas nucleares do País, depois de Angra 3.
A maior preocupação, no entanto, é garantir verbas no Orçamento de 2011 e viabilizar o domínio do enriquecimento do urânio em escala industrial três anos depois.
"Entre os candidatos ao Planalto, acredito que só a Marina Silva seja contra o programa", arrisca Rezende.
Cidade nuclear
O novo reator será construído em Iperó (SP), na mesma área onde a Marinha desenvolve o projeto do submarino nuclear e fabrica ultracentrífugas destinadas ao enriquecimento do urânio.

Estava na hora

Muito bem! Só faltou uma coisinha Rodrigo Craveiro: Saber qual foi a resposta americana ao pedido iraniano. Ou será que você sempre vai deixar a notícia no ar, quando a resposta não te interessa?

O Estado de S. Paulo

Irã exige inspeção de ogivas dos EUA
Data: 05/05/2010
Rodrigo Craveiro
O regime iraniano de Mahmuad Ahmadinejad apelou ontem por uma verificação independente do arsenal dos Estados Unidos, depois que o governo norte-americano anunciou ter 5.113 ogivas nucleares, durante a conferência sobre o Tratado de Não Proliferação. “A posse de 5 mil armas atômicas é algo justificado? Como você pode explicar a posse de tal número de armas, que ameaçam a segurança mundial?”, afirmou Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Meu Pilar

- Vai ensaiando.
- Mãe, cansei.
- Ah não.
- Daqui a pouco não vou ter mais voz.
- Só mais um pouquinho.
- Mas eu já decorei tudo.
- Eu sei, mas a entonação não está boa em algumas partes.
- Então vamos dar um tempinho.
- Tudo bem, 15 minutos de descanso.
- Você parece um general.
- E você só quer moleza.
- Mas mãe....
- 15 minutos!
- Ok, mas se minha voz falhar na apresentação, não vai ser culpa minha.
- 14 minutos!
- Vou tomar um copo d'água.
- Mãe, por que eu tenho que ensaiar para tantas músicas, se só vou apresentar quatro?
- Porque as pessoas sempre querem nos testar e caso te peçam mais alguma, quero que você esteja pronta.
- O pior é que tenho que cantar e dançar.
- Eu sei que você dá conta do recado.
- Da última vez, eu quase desmaiei no final.
- Mas não desmaiou.
- Mas é cansativo. Enjoei do Sanaud!
- Sabe de uma coisa: esquece! Não precisa ensaiar mais. Você tem razão. É cansativo demais.
- (silêncio). Mãe, acho que posso ensaiar mais um pouquinho.
- Você é quem sabe.
- Posso sim, vamos lá! (1a. música). Então?
- Está bom, mas você perdeu um pouco o pique no final. Tenta dar mais ênfase à última frase.
- Ok. (canto a música de novo). Que tal?
- Ótimo! Perfeito! Muito bom mesmo!
- Ah, que bom!
- Filha, quando eu tinha a sua idade, meu sonho era ser cantora de ópera. Eu achava lindo o jeito daquelas divas, sempre glamourosas, bem maquiadas, sofisticadas e com aquelas vozes perfeitas. Mas, nunca tive talento para cantar. Mas você...você tem voz, tem presença no palco e para coroar, canta músicas da revolução palestina. Não podemos deixar que isso passe assim. Você nasceu para brilhar. Você é tudo o que eu sempre quis ser.
- Ah mãe, não exagera!
- É verdade! Não digo que você será uma diva, mas você tem carisma e pode ser o que quiser. Mas tem que se esforçar, porque senão a sua voz vai se perder com o tempo.
- Tactic tactic tactic....
- (Risadas). Deixa de ser palhaça e presta atenção ao que eu te digo. Não deixa a tua paixão pela música se perder. Você gosta de cantar. Tudo bem, não é ópera, mas é música da revolução. A gente sente a paixão na sua voz quando você canta. Isto é para poucos.
- Mas meu pai disse que não gosta disso, porque as pessoas falam mal de meninas que ficam se expondo.
- Seu pai é um ciumento. Ele liga demais para o que as pessoas falam, mas você tem talento. Não desperdice essa dádiva.
- Mãe, quando eu cheguei da Jordânia, você esperava me encontrar assim?
- Confesso que não. Você foi para lá ainda criança, seu único interesse era andar de bicicleta e ler gibis, eu nunca esperei encontra-la assim, tão interessada em política, na causa palestina, na nossa revolução e ainda por cima sabendo cantar.
- Foi o tio Amin quem me ensinou tudo. A gente conversava à bessa. Ele me levava ao clube com ele para ver as apresentações dos grupos palestinos que se apresentavam na clandestinidade. A gente até fugiu da polícia uma vez, mas depois ele foi preso. Ficou um ano na cadeia porque participava de um desses grupos.
- Eu sei. Além de fugir da guerra, nós sempre tivemos que ficar em silêncio nos países árabes e qualquer manifestação por parte dos palestinos é sempre vista como um ato de rebeldia. Nem nossas músicas nós podiamos cantar. Tudo era motivo para prisão. Seu pai também foi preso porque tinha uma tatuagem no braço com o nome dele e o simbolo dos fidaeyen (guerrilheiros palestinos).
- É, ele disse que até provar que ele não fazia parte das forças de resistência, ele apanhou muito.
- Se fosse só isso, mas era tanta crueldade com nosso povo, que nem vale à pena mencionar. Nós éramos vistos como intrusos, como pessoas que vieram tomar conta do que é dos outros, quando na verdade nós só queriamos um lugar seguro para ficar até que a guerra esfriasse um pouco e pudessemos voltar para a nossa terra. Como nunca esfriou, fomos ficando na Jordânia e depois viemos para o Brasil.
- Ainda bem.
- O que?
- Que viemos para o Brasil. Sabe mãe, é muito difícil viver num país onde não existe liberdade de expressão e onde as pessoas vivem com medo e de cabeça baixa.
- Mas acho que as coisas mudaram.
- Nem tanto. A tal da imprensa democrática que eles tanto alardeam só pode publicar o que é do interesse do governo. Quem ousar a se opor, acaba sendo preso e punido severamente.
- Eu tenho esperanças de que um dia isso vai mudar. O excesso de pressão acaba causando uma explosão. No caso deles, vai ser uma explosão social.
- Sábias palavras.
- Mas vamos deixar de conversa e voltar ao ensaio?
- Ah não!
- Pensou que ia me enganar, né?

Dois Monstros

Eu não consigo vislumbrar nada de bom que possa partir de uma reunião entre Mubarak e Netanyahu. De um lado, um presidente que mata o povo egípcio de fome e desemprego, enquanto cobra impostos exorbitantes que nunca são revertidos em assistência social. De outro, um judeu que quase aniquilou a população de Gaza sob o pretexto de estar atacando o Hamas. Ambos fecharam um acordo em 2008 para fechar a fronteira entre Egito e Palestina, impedindo os civis de fugirem do ataque maciço de Israel contra os palestinos em Gaza. Ou seja, se fugir o bicho pega, se ficar o bicho come.
Agora, os dois se reunem à portas fechadas por mais de uma hora e meia, sem comentar o resultado da reunião e ainda disseram que o motivo é discutir a retomada das negociações de paz com os palestinos. Isso está fedendo demais para o meu gosto!

Correio Braziliense

Israel: Netanyahu discute paz
Data: 04/05/2010
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou na manhã de ontem à cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho, onde se reuniu com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, para discutir o início das negociações indiretas entre israelenses e palestinos. “Netanyahu e Mubarak (foto) devem conversar em particular sobre a retomada dos acordos de paz”, afirmou um funcionário do gabinete do premiê, pouco antes do encontro. Fontes diplomáticas informaram que a reunião, a portas fechadas, durou uma hora e meia. “A única coisa que posso dizer é que durou mais do que o previsto e, após terminar (o encontro), o primeiro-ministro retornou a Israel”, contou o embaixador israelense no Cairo, Yitzhak Levanon, à agência de notícias EFE. As negociações do país liderado por Netanyahu com os palestinos estão suspensas desde a ofensiva israelense contra Gaza.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Criminoso

Estão vendo a cara deste menino, cercado por soldados?
É um menino palestino. Por ser palestino, pode ser um terrorista, portanto suspeito, até que não consiga provar o contrário.
Nenhum palestino consegue provar que não é terrorista, porque não tem provas e se não tem provas, então é culpado, independente da idade.
É assim que os palestinos são tratados à 62 anos. Arbitrariedade? Sim, mas como quem está por trás dela são os coitadinhos dos judeus, então parece que pode. Pelo menos é assim que tem sido.

Nakba


Já se passaram 62 anos desde o início da diáspora do povo palestino e até hoje só ouvimos promessas, decisões e resoluções que não foram cumpridas. Até quando teremos que esperar para voltar à nossa terra, a Palestina, que foi, é e sempre será nossa por direito.
Só espero que não tenhamos que esperar por mais 62 anos. Esta injustiça tem que acabar!

Legado

- Que coisa chata!
- O que menina?
- Esse negócio de bordar pontinho por pontinho.
- (Risadas).
- Eu tenho mesmo que fazer isso?
- Tem sim!
- Mas vó....
- Pára de reclamar e borda!
- E o que eu ganho com isso? Alguns danos na minha visão?
- Ganha conhecimento e aprende a ter paciência?
- Minha paciência já se esgotou à muito tempo. E parece que nem saí do lugar. Estou bordando à horas esta flor e ela parece que não vai acabar nunca.
- Mas é assim mesmo. Ou você acha que ponto cruz é brincadeira?
- Por que não inventam uma máquina para fazer isso?
- E quem te disse que já não existem máquinas que bordam em ponto cruz e muitos outros pontos?
- Ah é? São caras?
- Até que não.
- E por que você não compra uma?
- E perder a sua companhia de todas as tardes? Nem pensar!
- Ah vó, qual é?
- É sério! Você percebeu que este é o único tempo que temos juntas?
- Mas precisamos passar esse tempo bordando?
- É claro que sim. Eu só tenho este legado para te oferecer. Os bordados palestinos são nossa herança. É a única coisa que você levará para o resto da sua vida. Pode acreditar, um dia você vai me agradecer por isto.
- Sei...
- Eu sei que você não entende a dimensão do que estou te ensinando. Nem poderia. Você só tem 14 anos. Mas, um dia, você vai entender.
- Vó...por que você sempre fala isso? Quando você me ensina a cozinhar, você diz a mesma coisa.
- Jihan, você é minha esperança. Eu sei que, um dia, você vai ter orgulho de mim e de tudo o que estou te ensinando. Isto não é porque você precisa, mas porque vai ser seu orgulho. Eu sinto isso!
- Ah, tudo bem! Vamos bordar!
- Vamos!
- Vó, me conta de novo aquela história de quando você bordou o seu vestido de casamento. Quanto tempo precisou para borda-lo?
- Um ano. Eu queria ser a noiva mais bonita. Fiz uma trama linda no vestido em vermelho bordô. E meu véu era enorme. Bem fininho. Ficou lindo.
- Você era apaixonada pelo meu avô?
- Eu não o conhecia. Só o conheci no dia do casamento.
- Eu sei, você me contou. É estranho.
- Na época não era. Quem escolhia o noivo era o pai da noiva.
- É, eu sei. Mas e depois?
- Depois nos conhecemos aos poucos. Como já estávamos casados, a aceitação das qualidades e defeitos torna-se algo natural.
- Mas como você fez para aceitar os defeitos?
- Ora, e quem não tem defeitos? Eu também tenho os meus e seu avô os aceitou. Era tudo muito mais simples. A gente não vivia numa fogueira de vaidades, como as pessoas vivem hoje em dia. A gente se casava e sabia que era para o resto da vida. Então, tinha que aceitar, conviver e aprender a rir dos defeitos, o que tornava tudo muito mais fácil.
- Parece simples.
- Eu sei que não é. Você viveu fora do nosso contexto, em outra cultura, onde os defeitos acabam contando mais que as qualidades. Mas aprenda a dar valor no que há de bom nas pessoas e você vai viver mais feliz.
- Argh! Furei o dedo!
- Eu disse para você usar o dedal, mas você é cabeça dura!
- Ele me incomoda!
- Cuidado menina! Vai manchar o tecido de sangue.
- Tá, eu vou lavar a mão.
- Vai sim!
- Vó, Estou começando a ficar com fome
- Ai meu Deus! Esqueci! Está na hora de colocar o pão para assar. Já já, seus tios chegam do trabalho.
- Hummm...estava pensando nisso.
- Enquanto eu asso o pão, vai misturando os ovos e corte a cebola. Quero fazer uns pães com zaatar e azeite e outros com ovos e cebola.
- Ai que delícia! Vó, eu amo sua comida!
- É por isso que eu te ensino a cozinhar. Assim você vai se virar sozinha no dia em que voltar ao Brasil. E ainda vai ensinar a sua mãe a fazer o pão do jeito certo.
- Ah vó, não fala assim! A mamãe é muito atarefada.
- Eu sei minha filha, mas o nosso pão não pode se perder no tempo. Eu quero que você me prometa que vai fazer o pão para o seu pai, quando voltar ao Brasil. Assim, ele mata a saudade e você não esquece de como se faz um pão palestino de verdade.
- Tudo bem, eu prometo! Agora vamos, senão eu vou morrer de fome!
- (Risadas). Sempre exagerada! Vamos sim!

Ótima iniciativa

Seria interessante que outras entidades educacionais adotassem esta iniciativa, para dar acesso aos interessados em assistir estes filmes sobre a tragédia dos palestinos.

Agência de Notícias Brasil-Árabe

Campinas recebe exposição sobre Palestina
Data: 03/05/2010
Da redação
Mostra organizada pelo Icarabe em parceria com a Unicamp exibe dez filmes sobre o drama palestino, além de imagens de dois fotógrafos sobre a vida na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
São Paulo – Campinas, no interior de São Paulo, recebe até 14 de maio a exposição Palestina: Vida e Sangue. Organizada pelo Instituto da Cultura Árabe (Icarabe) e pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Campinas (Unicamp), a mostra exibe dez filmes sobre o drama palestino, além de imagens dos fotógrafos Rogério Ferrari e Aline Baker feitas nos territórios ocupados da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.Rogério Ferrari
Resistência das pedras contra os tanques
Em “Retratos da vida palestina”, Aline Baker, brasileira de família palestina, exibe 36 fotografias feitas em 2008 na Cisjordânia, mostrando a vida cotidiana de seus habitantes, rodeados por postos de controle e soldados israelenses.
“A eloquência do sangue”, de Rogério Ferrari, reúne 30 fotografias feitas entre janeiro e abril de 2002 na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e destaca a resistência da população palestina contra os tanques de guerra de Israel.
Já os filmes dividem-se entre longas e curtas-metragem de ficção e documentários, produzidos por países árabes, França e Estados Unidos.
Serviço
“Palestina: vida e sangue” – Mostra de filmes e exposições fotográficas
De 29 de abril a 14 de maio (de segunda à sexta-feira)
Horário: das 8h30 às 22 horas
Sessões cinematográficas diárias às 16 e às 19 horas
Local: Espaço Cultural Casa do Lago
Rua Érico Veríssimo, s/nº, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo, Campinas/SP
Tel.: (19) 3521-7851
Entrada gratuita

Que bom!

Nenhum jornal de grande alcance no Brasil se deu ao trabalho de publicar esta notícia. Será que notícias boas não vendem jornais? Ou será que é pecado publicar os grandes passos dados pelo governo brasileiro? Ou, ainda, será que virou hábito da imprensa se concentrar só no que denigre a imagem do Brasil?

Agência Brasil

Unesco elogia projeto que regulamenta acesso a informações públicas
Data: 03/05/2010
Da Agência Brasil
Brasília – Este ano, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado hoje (3), ganha destaque no Brasil com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Lei Geral de Acesso à Informação. O projeto de lei, que regulamenta o acesso às informações na administração pública, foi elogiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como “um grande avanço para a democracia brasileira”, segundo nota divulgada pela instituição.
A proposta, que agora está no Senado, prevê o acesso mais fácil da sociedade a informações governamentais e estabelece diretrizes para promover maior transparência por parte de instituições e órgãos públicos. O projeto estabelece que os órgãos da administração pública devem divulgar, em local de fácil acesso, informações sobre as atividades exercidas, em especial sobre a utilização de recursos públicos, processos licitatórios e contratos administrativos, além do registro de despesas, repasses e transferências de recursos.
De acordo com a Unesco, o projeto consolida o compromisso do país com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, especialmente com o Artigo 19º, que assegura “o direito à liberdade de opinião e expressão, que inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”
Edição: Vinicius Doria

Posições Sensatas

Folha de S. Paulo

'Foco tem que ser desarme' , afirma Amorim
Data: 03/05/2010
entrevista
DA SUCURSAL DO RIO
O chanceler Celso Amorim, que discursa hoje na conferência em Nova York, falou à Folha sobre a posição brasileira:

Desarmamento
Temos que dar maior concretude aos 13 passos [para o desarme, aprovados em 2000]. Um exemplo: houve o anúncio de redução de arsenais nucleares no acordo Start. Qualquer ação desse tipo tem que ser tornada obrigação multilateral irreversível, do contrário fica sempre dependendo de negociação bilateral, e amanhã, se piora de novo a relação entre EUA e Rússia, eles voltam a construir [armas].
Protocolo Adicional
O foco no Protocolo Adicional é errado, o foco tem que ser o desarmamento. Se houver passos que demonstrem uma real disposição dos países armados de caminharmos para um mundo livre de armas nucleares, até acho que outras medidas específicas de não proliferação podem ter cabimento.
Sem esses avanços, não faz sentido [estabelecer prazo para tornar o Protocolo Adicional o padrão obrigatório das inspeções].
Argentina
Os acordos nucleares com a Argentina, dos quais o da Abacc [Agência Brasileiro-Argentina de Controle e Contabilidade] é fundamental, são um pilar da nossa parceria estratégica. Os dois países têm que caminhar juntos, e isso é percebido dos dois lados. Não vejo risco de uma adesão unilateral [da Argentina ao Protocolo Adicional]. Pode ser que [o país] em algum momento desje, queira discutir isso conosco, mas isso é outra coisa.