Ah Rodrigo Craveiro! Este artigo que você escreveu com tanto orgulho, cabe direitinho para Israel. É só você trocar os nomes dos macacos, quer dizer, os líderes e você terá uma perfeita visão da ameaça que Israel representa para o Oriente Médio. Muito mais do que o Irã. Vai, faz a troca de nomes e de país para que você tenha uma noção mais clara da realidade do Oriente Médio. É muito fácil arrotar opiniões de longe. Difícil é ter discernimento, isenção e imparcialidade ao estudar o processo de armamento da região. Os judeus continuam a ser uma ameaça muito mais letal para os árabes do que o contrário.
Correio Braziliense
O centro do universo / Artigo
Data: 01/12/2009
Crédito: Rodrigo Craveiro
“Dê cérebro a um macaco e ele jurará ser o centro do universo.” Com um respeitoso pedido de licença, a troca do cérebro pelo “poder” e do macaco por um “homem polêmico”, faz com que o provérbio caia como luva para o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad. Depois de refutar a existência do Holocausto e declarar-se inimigo de Israel, o mandatário — uma espécie de marionete do aiatolá Ali Khamenei — resolveu desafiar o mundo. O anúncio da construção de 10 usinas nucleares é uma bofetada na comunidade internacional, capaz até mesmo de levar a república teocrática islâmica à guerra. A resposta à resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) soa como um indicativo de que o Irã fechou-se ao diálogo. No âmbito interno, Ahmadinejad consegue capitalizar apoio entre os muçulmanos mais conservadores, ao encarnar a figura de um chefe de Estado capaz de intimidar o Ocidente e ao tratar o programa nuclear iraniano como uma questão de orgulho nacional.
O fortalecimento de um regime já considerado linha-dura, no entanto, começa a entrar por um eixo perigoso. Ahmadinejad pode se ver preso à sua própria armadilha. Cada aumento da retórica de confrontação corresponde a uma tentativa de barganha. Teerã busca obter vantagens políticas e econômicas, além de procrastinar punições ao seu programa de energia nuclear. A radicalização pode dar ao Ocidente a percepção de que qualquer jogada diplomática é insustentável. Seria um convite ao crescente isolamento internacional e, em última instância, às bombas. O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, avisou na semana passada: “Se o Irã se recusar a cumprir com suas obrigações, será responsável pelo isolamento crescente e pelas consequências”.
Talvez o que impeça a abertura de um novo front — além do Afeganistão e do Iraque — seja o fato de a Rússia manter estreita aliança com os iranianos. Moscou anunciou que construirá a usina nuclear de Bushehr, no sudoeste do Irã, um projeto orçado em US$ 1 bilhão. Tudo o que os Estados Unidos menos querem é a reativação de uma Guerra Fria com os russos. Uma situação de conflito armado teria consequências funestas: além de empurrar o Kremlin para o combate, recrutaria milhares de homens-bomba xiitas e lançaria o Oriente Médio no abismo. Ahmadinejad sabe que tal cenário seria um pântano coberto por lama pegajosa para Washington. Talvez por isso ele mantenha a postura desafiadora e siga acreditando ser o centro do universo.
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