terça-feira, 16 de junho de 2009

Internet

Sou viciada em internet. Fuxico daqui, espio dali, vejo um video, escrevo um nome no google e busco, enfim, sou uma curiosa incorrigível. Mas o que mais me dá prazer é escrever o nome de alguém que conheço ou já topei por aí e ver em quantos sites é possível localizar esta pessoa.
Hoje, só por peraltice, escrevi meu sobrenome, Arar, em árabe claro. Levei um susto com a quantidade de páginas, nomes e referências à minha família. Não deu para fuxicar nem uma pequena parte do que encontrei. Parei numa página do youtube, onde encontrei um vídeo em homenagem à um mártir palestino: Naji Arar (http://www.youtube.com/watch?v=9piua1iuirA). Tentei investigar o nome para saber se pertencia ao mesmo vilarejo de onde veio minha família. Nada. Então procurei nos arquivos palestinos sobre as famílias da diáspora de 1948. Lá estava a família dele. Pertence ao vilarejo de kufr Thuluth.
Fiquei imaginando o que é perder um filho na flor da idade. Rapaz jovem, bonito, cheio de vida, que se vivesse em outro país, em outro ambiente, em outro contexto, talvez seria um funcionário de uma empresa, talvez tivesse uma namorada ou noiva, talvez faria planos para se casar e ter filhos, talvez planejasse comprar uma casa, um carro do ano quem sabe, mas não. Ele morreu como mártir da resistência palestina.
Nossos rapazes que vivem na Palestina, que enfrentam Israel e seus exércitos selvagens todo o santo dia, só tem uma única perspectiva: combater a ocupação israelense até a morte. Eles até que sonham em se apaixonar por uma linda menina, sonham com o casamento, com uma casinha bonitinha, mas a realidade deles é cruel demais para que os sonhos durem mais do que alguns instantes. Eles são acordados diariamente por tiroteios, bombardeios, casas destruídas, lares dilacerados e muitos corpos nas ruas. Corpos de mulheres, de crianças, de jovens, de velhos. Esta é a realidade dos jovens palestinos. E quando se revoltam e jogam pedras em tanques de guerra, ainda são chamados de terroristas pela mídia internacional. É muito estranho, como ainda se pode manipular a informação em tempos de internet.

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