quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mar Morto

Estive algumas vezes no Mar Morto. Quando criança, costumava ir com as excursões da escola, onde nos proibiam de chegar muito perto da água sem a presença de uma das professoras para segurar nossa mão, ou melhor, nos puxar o tempo todo sem permitir que tivéssemos o prazer de ficar com os pés de molho naquela água morninha e incrívelmente salgada. Algumas vezes ia com meus tios, que permitiam que eu ficasse de molho na água do mar, mas bem na beiradinha, o que me tirava todo o prazer de curtir aquele momento.
Aos 16 anos de idade, quando minha mãe foi à Jordânia me buscar para voltar ao Brasil, fomos fazer um passeio no Mar Morto, mas era inverno e o vento dava a impressão de penetrar nos ossos. Foi assim, durante todo o trajeto de Amman até o Mar Morto. Porém, quanto mais nos aproximávamos do mar, mais o clima esquentava. Aos poucos, abriu um sol maravilhoso, a praia estava vazia e o mar impecávelmente calmo. Corremos em direção à ele, iamos arrancando os sapatos pelo caminho e quando sentimos a água, ela estava tão morninha quanto no verão. Foi um convite irrecusável. Eu me joguei com roupa e tudo.
As águas do Mar Morto são impressionantes. Além das propriedades terapêuticas amplamente divulgadas nos quatro cantos do mundo, elas têm um sabor especial, um aroma especial e a concentração de sal nos faz flutuar, como se estivéssemos num sonho, num cenário paradisiaco.
Aquele dia foi particularmente especial para mim. Pela primeira vez na vida pude sentir o Mar Morto e toda a sua vastidão. Pude entender o que significava banhar-se nas águas daquele mar, que durante milênios foi considerado sagrado pelos nossos antepassados. É sagrado sim! É uma dádiva!
Quando retornei à Jordânia em 1986, meu primeiro pedido foi voltar ao Mar Morto. Queria conferir e ter certeza de todas aquelas sensações que tive na primeira vez em que me banhei naquelas águas. Bingo! A sensação era a mesma. Delirante! Por sorte era verão e fazia muito calor. A ocasião perfeita para me demorar dentro da água. Foi o que fiz, não só naquele dia, mas repetidas vezes enquanto estive lá. Inesquecível!

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