segunda-feira, 22 de junho de 2009

Mestres

Durante a fase escolar, passamos pelas mãos de professores e professoras que incorporam nosso cotidiano. Alguns poucos passam a fazer parte das nossas vidas.
Quando era criança, tirava boas notas, mas odiava ter que ir para a escola. Dentro da sala de aula, até que eu era relativamente comportada, mas preferia fazer minhas viagens introspectivas na hora das aulas chatas. Lembro até hoje de uma professora de português do colégio D. Hermeto em Uruguaiana que era capaz de fazer cochilar o aluno mais interessado da turma. Uma chata. Na mesma época, tinha um professor de matemática caxias que achava que todos os alunos tinham, por obrigação, que gostar de matemática tanto quanto ele. Até que um dia aprontamos uma surpresinha para ele, colocando uma massa gosmenta, transparente na cadeira dele. Coitado, nunca mais usou aquelas calças.
Por outro lado, tem aqueles professores que fazem da sala de aula um lugar onde se pode soltar a imaginação e a criatividade. Era o caso da Professora Aabir, minha professora de matemática da Jordânia. Que gracinha! Até a mais idiota das alunas da sala conseguia raciocinar nas aulas dela. Tinha também uma professora de inglês gordinha, loirinha e muito fofa, que ficava vermelhinha rindo das minhas piadas. Detalhe: só ela entendia!
Quando voltei ao Brasil, fui estudar no Elisa Ferrari Valls, em Uruguaiana. Detestava todas as aulas, exceto uma: a aula de português da Professora Helenice. Era uma figura aquela professora. Ao invés de dar aqueles textos chatíssimos de português do século passado, ela selecionava textos de músicas do Cazuza e do Renato Russo. Fazia a gente pensar, interagir, cantar e ser feliz. É claro que não posso esquecer do Manuelão, meu professor de educação física. Grisalho, carrancudo, durão e muito muito competente. Ai de quem parasse no meio do exercício! Ele fazia a gente pagar abdominal e polichinelo até desmaiar! Mas ninguém pensava em faltar a aula dele, porque tinha um carinho especial por cada um dos alunos. Maravilhoso. Até deu uma de cupido quando um menino da escola se interessou por mim. Não vou citar nomes, mas ele ajudou o cara a tramar um encontro comigo. E se divertia à bessa vendo minha cara vermelha. Me chamava de "menina dos olhos", porque achava meus olhos lindos. Saudades Manuelão. Tenho certeza que Deus está muito feliz tendo-o bem pertinho Dele.
À todos os meus professores especiais, meu carinho e meu respeito.

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