Hoje resolvi acessar o messenger para conversar com meus parentes. Falei com meu primo na Jodânia, com um parente na Dinamarca, com outro primo na Holanda, com um tio na Alemanha e meu tio predileto, Amin, em Dubai, nos Emirados Árabes. Dei um tempinho para fazer um lanche e acessei novamente. Desta vez, encontrei online meu tio que mora em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, mais um primo que mora em Ramallah e dois outros parentes, um na Inglaterra e outro na Síria.
Encerradas as conversas virtuais, parei para pensar em como os palestinos estão agora. Todos distantes. Cada um de nós foi parar em um canto do mundo. Em lugares estranhos, no meio de pessoas estranhas, para recomeçar a sua vida e fingir que o que ficou para trás é passado.
É! Eu estou aqui no Brasil e as pessoas que são do meu sangue estão espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Eu também finjo que o que ficou para trás é passado, mas meu coração me dá rasteiras, a saudade aperta e a vontade de juntar todos em um só lugar é implacável.
Mas onde juntariamos todos? Qual seria o lugar escolhido, se todos os lugares são estranhos? Para a Palestina não podemos ir e todos os outros lugares são novos lares de uns, mas não seriam de outros.
Triste sina a nossa. Pertencemos à uma terra que não podemos nem visitar e fingimos viver bem em terras nas quais somos considerados estrangeiros. Este sentimento de perda nos persegue onde quer que estejamos. Este é o sentimento que assombra a todos nós palestinos.
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